essa realidade alternativa, o Eixo ganhou a Segunda Guerra Mundial e Hitler governa grande parte do mundo. No ano de 1956, está sendo organizada a nova edição do Tour do Eixo, onde 20 jovens devem atravessar de motocicleta a Europa, rumo à Tóquio, para obter a glória e a atenção do Imperador.
No ano anterior, quem venceu a corrida fora Adele Wolfe, uma jovem que se inscreveu na competição sob o nome do irmão gêmeo. Foi um choque para todos quando ela chegou ao fim e revelou ser uma garota, mas Hitler gostou de sua perspicácia e a elogiou, concedendo-lhe até uma dança no Baile da Vitória.
De outro lado temos Yael. Aos seis anos ela foi levada para um campo de concentração com a mãe. Lá, ela foi forçada a participar de experimentos genéticos, que tinham como objetivo alterar a sua etnia, transformando-lhe naquele perfil ariano que era tão valorizado pelo povo alemão.
Contudo, os experimentos deram mais certo do que se podia imaginar. Yael ganhou o poder de se metamorfosear em qualquer pessoa e isso a ajudou a fugir do campo de concentração. Após algum tempo, ela se juntou à Resistência, que planejava uma operação para livrar o mundo de Hitler.
Com o seu dom, Yael é uma chave importantíssima para o plano da Resistência. Eles desejam que ela se disfarce de Adele Wolfe para participar da nova edição do Tour do Eixo. Assim, Yael terá a chance de se aproximar de Hitler e matá-lo no Baile em frente às câmeras, para que a Resistência possa, enfim, se levantar. Mas para que isso aconteça, ela precisa vencer.
Determinada e fortalecida pelo seu passado e por aqueles que perdeu lhe incentivando, Yael dará o seu melhor para ser a campeã. Obviamente, as coisas não serão nada fáceis. Além dela, outros dois competidores estão correndo em busca da segunda vitória e eles não medirão esforços para tirá-la do caminho. Será Yael capaz de ultrapassar seus limites em nome de sua causa?
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
LEO: A primeira vez que ouvi falar de Lobo por Lobo foi no encontro de parceiros da Companhia das Letras na Bienal do Livro e já fiquei imediatamente interessado. Gostei bastante da proposta da obra e já tinha ouvido maravilhas sobre a autora, mas não sabia muito bem o que esperar. Solicitei o livro e assim que tive a oportunidade me joguei na leitura. E devo dizer que a espera valeu a pena.
A escrita de Ryan Graudin é bem desenvolta, mas confesso que demorou a me prender. As primeiras sessenta páginas foram bastante morosas e já estava me perguntando se o que diziam acerca do exemplar não se passava de uma hype. Contudo, depois que engatei na leitura, não conseguia mais largar a história, de tão completamente envolvido que fiquei por querer saber o que iria acontecer.
DREEH: Narrado em terceira pessoa, sob a perspectiva da protagonista Yael, me apaixonei à primeira vista pela personagem e, apesar de me irritar com ela em alguns momentos, gostei bastante do rumo que ela foi tomando dentro da narrativa. Yael tem sangue frio e aquele jeitinho badass que eu tanto gosto, mas ao mesmo tempo é muito sofrida e tem um bom coração que a impedem de tomar atitudes inescrupulosas.
Os outros personagens também são bem caracterizados e têm a sua importância dentro da trama. De longe meu favorito foi Felix Wolfe, o irmão de Adele. Ele resolve participar da corrida para tentar convencer a irmã a desistir, sem saber que na verdade ela é Yael. Felix é gentil, atencioso e faz de tudo pela irmã, mesmo que isso vá contra aquilo no qual que acredita, apenas para protegê-la.
LEO: O personagem de quem eu mais gostei foi Luka Löwe. Ele é uma espécie de interesse romântico de Adele e um de seus maiores adversários na competição. Luka tem um jeitinho bad boy, daqueles que não se importa com nada, mas no fundo tem um coração de ouro e uma valentia invejável. Amei a forma como a autora o construiu e também desenvolveu a sua relação com Yael.
A única coisa que me incomodou na escrita foi o excesso de detalhes a respeito da corrida. Entendo que ela era um aspecto muito importante para o desenvolvimento do texto, mas eu, particularmente, cortaria umas vinte páginas que falam apenas sobre as estradas e as paisagens. Muitas vezes estava empolgado com alguma reviravolta, ansioso pelo próximo capítulo, e me deparava com uma cena descritiva que me desanimava.
DREEH: O final foi alucinante e precisei tirar o chapéu para a autora. Mais ou menos na metade do livro a hipótese desse desfecho passou pela minha cabeça, mas ver tudo sendo descrito ali foi bem surpreendente. Graudin conseguiu construir todo o clímax de uma forma única e deixar um importante gancho para a continuação, pela qual estou muito ansiosa.
Sobre a edição física, mais uma vez a Editora Seguinte deu um show. A capa nacional é lindíssima, com vários lobos desenhados em tons de cinza em um fundo laranja, que chama bastante a atenção. A diagramação é simples, as páginas são amareladas e a fonte é grande. A revisão está ótima, mas encontrei alguns errinhos durante a leitura que espero serem corrigidos na próximas edições.
LEO: Lobo por Lobo é muito bem escrito, com um enredo intrincado e de tirar o fôlego, super recomendo a todos e não vejo a hora de Blood for Blood, segundo volume da duologia, ser lançado aqui no Brasil. Vale muito a pena!