Werner Pfenning, meu personagem favorito, é um menino órfão que foi criado em um orfanato, e seus primeiros anos são de grande privação. A febre reumática vivia à espreita do orfanato, não havia manteiga ou carne. Fruta nem na lembrança e várias vezes tudo de que se alimentava era um bolo feito de pó de mostarda e água, no futuro estava destinado a se tornar um trabalhador das minas de carvão. Apesar de todas estas dificuldades ele se destacava com sua desenvoltura e perspicácia. Suas perguntas me fizeram rir bastante, porque em todos os meus anos de vida nunca tinha parado para pensar em algumas coisas sobre o ângulo que Werner coloca. Esse menino realmente tinha um potencial. Rs.
- As pessoas vão dizer que você é pequeno demais, Werner, que você veio da ralé, que não deveria sonhar grande. Mas eu acredito em você. Acho que você vai realizar feitos incríveis. (pág. 33)
Mas, enquanto menino curioso e sabido que é, passa os dias tentando consertar um aparelho de rádio que encontrou no lixo. Ali estava o seu dom! Quando suas habilidades são finalmente conhecidas, ele ingressa em um colégio de apelo nazista, porém, sem outra opção o que lhe resta é seguir em frente e provar seu talento.
Logo Werner se torna indispensável para a Wehrmacht. Suas atividades consistiam em decifrar de onde viam as transmissões aos aliados da Normandia, assim ele viaja parte da Europa a fim de desintegrar as estações clandestinas. Werner me arrebatou com suas tristezas e angústias, na medida em que ia entendendo a crueldade nazista e tamanha desumanidade. Sem saída, ele percebe que sua única alternativa é obedecer.
Não tem como esquecer a trajetória deste personagem, ele deixa bastante dele em nós.
Para finalizar deixo uma quote que me fez refletir bastante sobre como; mesmo e principalmente nos dias de hoje estamos tratando as pessoas e o mundo em que vivemos, será que esse será sempre o nosso lema? Cada um por si?
- Sabe a maior lição da história? A história é aquilo que os vitoriosos determinam. Eis a lição. Seja qual for o vencedor, ele é quem decide a história. Agimos em nosso próprio interesse. Claro que sim. Dê-me o nome de uma pessoa ou de um país que não faça isso. O truque é perceber onde estão os seus interesses. (pág.89)