24 fevereiro 2020

Lançamentos da Editora Intrínseca (Fevereiro/ 2020)



A Última Festa
, Lucy Foley

Todo ano, nove amigos comemoram o réveillon juntos. Desta vez, apenas oito vão voltar para a casa depois da festa. Programado para acontecer em um cenário idílico, o réveillon que Miranda, Katie e os outros amigos que conheceram na faculdade passarão juntos este ano promete refeições deliciosas regadas a champanhe, música, jogos e conversas descontraídas. No entanto, as tensões começam já na viagem de trem — o grupo não tem mais nada em comum além de um passado de convivência, feridas jamais cicatrizadas e segredos potencialmente destrutivos. E então, em meio à grande festa da última noite do ano, o fio que os mantém unidos enfim arrebenta. No dia seguinte, alguém está morto e uma forte nevasca impede a vinda do resgate. Ninguém pode entrar. Ninguém pode sair. Nem o assassino. Contada em flashbacks a partir das perspectivas dos vários personagens, a história deste malfadado encontro é um daqueles mistérios de assassinato cheio de tensão e de ritmo perfeito. Com uma trama assustadora e brilhantemente construída, A Última Festa planta no leitor a semente da dúvida: será que velhos amigos são sempre os melhores amigos?


               A Última Porta, Scott Cawthon e Kira Breed-Wrisley

O game Five Nights at Freddy’s conquistou legiões de fãs no mundo todo. Basta uma busca rápida na internet para encontrar inúmeras páginas dedicadas a desvendar os mistérios e as armadilhas do jogo, além de memes e produtos diversos inspirados nos personagens. A série de livros, é claro, não ficou atrás e seguiu a mesma trilha de sucesso. Escritos por Scott Cawthon, criador do jogo, e Kira Breed-Wrisley, os dois primeiros volumes já venderam 50 mil exemplares no Brasil, e agora chegou o momento de conhecer o tão aguardado desfecho da série. Em A última porta, vamos descobrir o que realmente aconteceu com Charlie. Ela ressurge depois da fatídica noite em que teve os ossos estraçalhados dentro de um animatrônico, ou, pelo menos, foi isso que John acreditou ter visto. Ele se recusa a aceitar que essa Charlie é a mesma que ele tanto amava. Algo naquele olhar misterioso e no sorriso estranho lhe diz que a garota esconde segredos muito mais sombrios do que todos imaginam.
Com a ajuda de Jessica, Carlton e Marla, John se lança em uma busca por respostas, ainda que isso signifique arriscar a própria vida e trazer à tona lembranças dolorosas. Mas eles terão que ser mais ágeis do que nunca, porque uma nova pizzaria acabou de ser inaugurada na cidade, e, adivinhem, mais uma vez crianças subitamente começaram a desaparecer sem explicação.



Cidade nas Trevas
, Adam Christopher

A terceira temporada de Stranger Things causou grande comoção, e o último episódio deixou os fãs perplexos e ansiosos por respostas. As pistas estão lançadas em Cidade nas trevas, segundo livro oficial da série, que explora o passado de um dos personagens mais queridos do público: o chefe de polícia Jim Hopper. Em Hawkins, durante o Natal de 1984, ele mal consegue conter a alegria. É sua primeira comemoração familiar com Eleven, sua chance de aproveitar momentos de tranquilidade com a filha adotiva. Mas a menina tem outros planos. Contra a vontade de Hopper, ela vasculha uma caixa em que está escrito “Nova York”. É aí que começam as perguntas. Por que Hopper foi embora de Hawkins anos atrás? Por que nunca contou sobre Nova York? O que ele está escondendo? Embora prefira enfrentar uma horda de demogorgons a mergulhar em seu passado, Hopper sabe que não pode mais esconder a verdade. Por isso, ele conta a Eleven os detalhes de um dos casos mais avassaladores de sua carreira, o último antes de tudo mudar... Em 1977, após retornar da Guerra do Vietnã, ele se muda com a esposa e a filha para Nova York e passa a atuar na divisão de homicídios. A cada dia, se depara com inúmeras tragédias, mas nenhuma se compara a uma série de assassinatos brutais e incompreensíveis. Quando agentes federais assumem o caso, Hopper e sua irreverente parceira, Rosario Delgado, decidem agir por conta própria, e logo o detetive se vê infiltrado entre as perigosas gangues da cidade. No momento em que está prestes a desvendar quem — ou o quê — está por trás dos assassinatos, um apagão lança a cidade nas trevas, e Hopper fica frente a frente com uma escuridão que mudará sua vida para sempre.


                                     Não se humilha, não, Isabela Freitas

Muito antes de decidir desapegar, Isabela passou por poucas e boas. De férias da faculdade de Direito e longe dos amigos Pedro e Amanda, às vezes ela se envolve com alguém para se distrair, mas nenhum ficante faz seu coração bater mais forte. Dessa vez, é só um garoto do curso de inglês. A única coisa que Isabela e Fábio compartilham são os beijos, e ela sabe que a história deles não tem muito futuro. A agitação da volta às aulas traz Gustavo Ferreira, que entra em sua vida de forma arrebatadora. Lindo e de uma tradicional família de Juiz de Fora (MG), ele a convida a embarcar em sentimentos totalmente novos. Isabela parecia ter encontrado o garoto dos sonhos... até despertar para uma realidade bem diferente. O que começa como conto de fadas logo muda de figura, e ninguém imagina que por trás das declarações de amor de Gustavo nas redes sociais há uma garota que a cada dia perde mais o brilho, que se vê obrigada a medir cada gesto e já nem se reconhece mais. Quarto livro da série que já vendeu 1,5 milhão de exemplares no Brasil, Não se humilha, não se passa antes dos acontecimentos narrados em Não se apega, não e vai agradar tanto os fãs da autora quanto os novos leitores. Com seu humor único e seu olhar otimista, Isabela Freitas traça os desafios de se amar diante de tudo que tenta nos aprisionar e explora temas importantes, como relacionamentos abusivos, protagonismo feminino, amor-próprio e amizade.


Uma chance de lutar
, Elizabeth Warren

Um dos nomes mais importantes na corrida presidencial dos Estados Unidos em 2020, Elizabeth Warren conta sua trajetória de mulher de classe média à política influente
A senadora Elizabeth Warren é um retrato perfeito da realização do sonho americano: filha de um zelador e uma telefonista, venceu as dificuldades financeiras e o lugar-comum da época, de que o principal objetivo de toda mulher era conseguir um bom casamento. Tornou-se professora em Harvard, atuou como consultora do Congresso americano e assistente do presidente Barack Obama na implantação de uma agência nacional de proteção financeira do consumidor e, aos 62 anos, elegeu-se senadora pelo estado de Massachusetts. Especializada na Lei de Falências americana, Elizabeth projetou-se nos cenários acadêmico e político ao comprovar, com uma série inédita de estudos e levantamento de dados financeiros, que, diferentemente do que se pregava, a falência não é resultado exclusivo de más escolhas dos endividados, mas também dos abusos cometidos pelas instituições financeiras. Dessa constatação em diante, sua carreira tornou-se uma batalha constante em favor da proteção das famílias em situação de endividamento – uma vez resguardadas das arbitrariedades bancárias, todas as pessoas podem ter uma chance de lutar, assim com ela teve um dia. Neste livro escrito de forma veemente e desafiadora, Warren mostra por que escolheu lutar com todas as forças pela classe média — e por que se tornou uma heroína para todos aqueles que acreditam que o governo americano pode e deve fazer melhor pelas famílias trabalhadoras.

20 fevereiro 2020

Resenha - A Casa das Orquídeas, Lucinda Riley


Livro: A Casa das Orquídeas
Autor(a): Lucinda Riley
Editora: Arqueiro
Páginas: 528
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Livro cedido através da parceria com a editora

Nova edição de um dos maiores sucessos de Lucinda Riley. Com mais de 13 milhões de livros vendidos em todo o mundo, Lucinda Riley está na lista de autores mais vendidos da Inglaterra, Estados Unidos, Itália, Noruega, Alemanha e Brasil. Quando criança, Julia viveu na grandiosa propriedade de Wharton Park, na Inglaterra, ao lado de seus avós. Lá, a tímida menina cresceu entre o perfume das orquídeas e a paixão pelo piano. Décadas mais tarde, agora uma pianista famosa, Julia é obrigada a retornar ao local de infância na pacata Norfolk após uma tragédia familiar. Abalada e frágil, ela terá que reconstruir sua vida. Durante sua recuperação, ela conhece Kit Crawford, herdeiro de Wharton Park, que também carrega marcas do passado. Ele lhe entrega um velho diário que trará à tona um grande mistério, antes guardado a sete chaves pela avó dela. Ao mergulhar em suas páginas, Julia descobre a história de amor que provocou a ruína da propriedade: separados pela Segunda Guerra Mundial, Olivia e Harry Crawford acabaram influenciando o destino e a felicidade das gerações futuras. repleto de suspense, A Casa das Orquídeas viaja da conturbada Europa dos anos 1940 às paisagens multicoloridas da Tailândia, tecendo uma trama complexa e inesquecível.



Julia Forrester é uma renomada pianista que cresceu em Wharton Park, local que por gerações vem guardando os segredos da família Crawford. De volta à Inglaterra após uma dolorosa perda que custou sua vontade de viver e de tocar, ela vem tentando se reencontrar, enquanto tenta lidar com seus relacionamentos familiares. ⠀

Imersa em uma angústia que parece não ter fim, Julia aceita o convite de sua irmã para participar do leilão de Wharton Park, a casa que foi cenário de tão belas recordações em sua infância. Ao retornar àquele local, ela reencontra não apenas suas lembranças, mas figuras daquele passado, em especial Kit Crawford, o herdeiro de Wharton Park.

17 fevereiro 2020

Resenha - Mulheres na luta, Marta Breen


Livro: Mulheres na luta
Autor(a): Marta Breen e Jenny Jordahl
Editora: Seguinte
Páginas: 128
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Livro cedido através da parceria com a editora

Há 150 anos, a vida das mulheres era muito diferente: elas não podiam tomar decisões sobre seu corpo, votar ou ganhar o próprio dinheiro. Quando nasciam, os pais estavam no comando; depois, os maridos. O cenário só começou a mudar quando elas passaram a se organizar e a lutar por liberdade e igualdade. Neste livro, Marta Breen e Jenny Jordahl destacam batalhas históricas das mulheres — pelo direito à educação, pela participação na política, pelo uso de contraceptivos, por igualdade no mercado de trabalho, entre várias outras —, relacionando-as a diversos movimentos sociais. O resultado é um rico panorama da luta feminista, que mostra o avanço que já foi feito — e tudo o que ainda precisamos conquistar.

Mulheres na luta, HQ escrita por Marta Breen é o retrato da difícil trajetória de mulheres a frente de seu tempo. Mulheres que não se contentavam com uma vida de submissão onde pais e maridos acreditavam que o papel da mulher na sociedade era tão somente educar homens na juventude e agradá-los na vida adulta para que fossem amadas e honradas.

Narrado de forma clara e objetiva, acompanhamos histórias de mulheres que lutaram pela igualdade de direitos e não recuaram mesmo quando precisaram sacrificar a própria vida em prol de um futuro diferente. E foi através da coragem e obstinação dessas heroínas que mulheres conquistaram o direito de voto, de trabalhar e garantir o próprio sustento, de possuir controle do próprio corpo - dando início a revolução sexual dos anos 1960, com a chegada do método contraceptivo.

14 fevereiro 2020

Lançamentos da Faro Editorial (Fevereiro/ 2020)



Pistas Submersas
, Maria Adolfsson

Bem-vindo ao mundo único de Doggerland! Uma nação formada por grande extensão de terras, hoje, a maior parte submersas, das quais restaram apenas três ilhas, localizada em algum lugar entre o Reino Unido e os países nórdicos. É lá que Maria Adolfsson cria o cenário perfeito para uma história arrebatadora. Na manhã seguinte ao grande festival das ilhas de Doggerland, norte da Escandinávia, a detetive Karen Hornby acorda em um quarto de hotel com uma ressaca gigantesca, mas não maior que os arrependimentos da noite anterior. Na mesma manhã, uma mulher foi encontrada morta, quase desfigurada, em outra parte da ilha. As notícias daquele crime abalam a comunidade. Karen é encarregada do caso, algo complexo pelo fato de a vítima ser ex-esposa de seu chefe. O homem com quem Karen acordou no quarto de hotel... Ela era o seu álibi. Mas não podia contar a ninguém. Karen começa a seguir as pistas, que vão desenrolando um novelo de segredos há muito tempo enterrados. Talvez aquele evento tenha origem na década de 1970... Talvez o seu desfecho esteja relacionado a um telefonema estranho, naquela primavera. Ainda assim, Karen não encontra um motivo para o assassinato. Mas, enquanto investiga a história das ilhas, descobre que as camadas de mistérios daquelas terras submersas são mais profundas do que se imagina



                    Os Últimos Jovens da Terra: A Marcha dos Zumbis
                                                                                Max Brallier

“Terrivelmente divertido! Uma série cheia emoções e risadas ainda maiores.” Jeff Kinney, autor do best -seller Diário de um banana Confira mais uma aventura dos 4 contra o apocalipse! Depois que o planeta é invadido por monstros e zumbis, Jack se une aos seus colegas para encarar o apocalipse, onde não faltam aventuras e diversão! Neste segundo livro da série de sucesso da Netflix, os zumbis que surgiram com o Apocalipse dos Monstros estão desaparecendo. Isso pode soar como uma coisa boa, mas Jack Sullivan e seus amigos desconfiam que a causa disso pode ser ainda pior para eles. Contando com muitas ilustrações, o livro tem sido chamado da mistura perfeita entre Diário de um banana e The walking dead.

11 fevereiro 2020

Resenha - Um Caminho para Liberdade, Jojo Moyes


Livro: Um caminho para liberdade
Autor(a): Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Páginas:368
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Livro cedido através da parceria com a editora

Os sonhos de Alice Wright se transformam numa estranha realidade quando ela descobre que se casar e partir rumo aos Estados Unidos não significa exatamente o que imaginava. Não demora para a inglesa perceber que a liberdade que teria ao se afastar da família e ir morar com o marido se torna, na realidade, uma prisão - grande parte por conta de um sogro incapaz de perceber as mulheres como seres pensantes e autônomos. Um caminho para a liberdade tem como cenário o Kentucky rural pós-Depressão, mas o drama vivido por Alice e outras quatro mulheres, inconformadas com o lugar de submissão que lhes é imposto, é um problema dos dias de hoje. Na história, a reação de Alice vem sob a forma de um projeto de biblioteca itinerante a cavalo, liderado por Margery, mulher abominável e rebelde do ponto de vista daqueles que defendem "a moral e os bons costumes", mas que logo se mostra uma amiga fiel e inspiradora. Ao levar entretenimento e informação aos lares mais remotos, Alice e suas companheiras logo entendem que quem mais se beneficia com esse esforço são elas mesmas. O preconceito, o racismo e o obscurantismo persistente se mostram frágeis quando confrontados com o poder do conhecimento. Mas como resistir à pressão daqueles que lutam pela manutenção dos velhos costumes e preferem permanecer nas sombras? É o que esse grupo de mulheres vai descobrir, em uma história por vezes romântica, por vezes engraçada, mas que também é a obra mais política de Jojo Moyes, como ela própria afirma em entrevista à revista intrínsecos. A mais recente obra de Moyes é, a um só tempo, tanto uma ode à literatura quanto uma viagem de autoconhecimento que emancipa aqueles que a escolhem.


Ambientada em 1937, Um caminho para a liberdade apresenta pautas importantes a serem debatidas, já que, quase um século depois, ainda se perpetuam. Em uma cidade no interior dos EUA, um grupo de mulheres se reúne para levar conhecimento e distração as pessoas. Montadas a cavalo, elas são emissárias de uma biblioteca financiada pelo governo que tem como propósito facilitar o acesso a informação, mesmo para quem vivia em áreas mais remotas.

Alice Wright saiu da Inglaterra pensando que viveria longe das amarras de uma sociedade arcaica, onde a mulher era reduzida a regras de comportamento e etiqueta, mas a liberdade ainda estava distante. Na biblioteca a cavalo, ela encontrou um propósito e também uma amiga. Margery O'Hare era vista como uma rebelde, que não zelava pelos bons costumes ou a moral. E mesmo que fosse a mulher mais exemplar do condado, o histórico de brigas protagonizados por aqueles que carregavam o mesmo sobrenome que ela, sempre a perseguiria.

O que para muitos era uma alegria, para um seleto grupo era um incomodo. Afinal, quando a população se instrui, aqueles que detém o poder são questionados ou até desafiados. É por isso que o responsável pela mina de carvão local utiliza de todos os seus contatos para tentar prejudicar o projeto. O fato da sua nora ser uma das emissárias, parece só revoltá-lo mais. Como ousas uma mulher que vive dentro da sua casa desautorizá-lo daquela maneira?

Jojo Moyes me fez sentir vivendo daquela cidade. Sua narrativa descritiva me cansou no início da leitura, e uma experiência ruim com alguns livros antigos dela, quase me fizeram desistir da leitura. Ainda bem que eu insisti, pois já é uma das melhores leituras do ano. Cheia de criticas sociais, a história dessas mulheres me deixou angustiada tamanha a identificação com a realidade de hoje.

Esse não é apenas um romance. Os diálogos são impactantes e a levezas da comédia quase não existe. Uma leitura necessária que mostra o quanto nós, mulheres, somos, fomos e sempre precisaremos ser fortes.
 

09 fevereiro 2020

Resenha - A devolvida, Donatella di Pietrantonio


Livro: A devolvida
Autor(a): Donatella di Pietrantonio
Editora: Faro Editorial
Páginas:160
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora

Considerado um dos grandes romances da Itália, onde vendeu mais de 250 mil exemplares, com direitos negociados para mais de 25 países, e adaptações no teatro e no cinema, a autora Donatella Di Pietrantonio traz uma história sensível e emocionante. Aos 13 anos, uma garota é levada do lar abastado onde vive para uma casa estranha e com pessoas que dizem ser seus pais e irmãos. Na pequena cidade italiana todos conhecem sua história: ela é a criança que os pais naturais, pobres e de família numerosa, “deram” a um parente que não podia ter filhos e que este a devolveu quando a menina frequentava o ensino médio, não por maldade, mas porque a vida pode ser mais complexa do que imaginamos e nos força a fazer escolhas dolorosas. Ela era a devolvida. Sentia-se como uma estrangeira na nova casa e, desde então, a palavra “mãe” travara em sua garganta. Privada até de um adeus por aqueles que sempre acreditou serem seus pais, ela se vê incrédula ao enfrentar o sofrimento de ser abandonada novamente de forma repentina. “Minha vida anterior me distinguiu, me isolou na nova família. Quando voltei, falava outra língua e não sabia mais a quem pertencia”. Forçada a crescer para reintegrar-se ao seu núcleo original, ela vive uma sensação de subtração, de gente esvaziada de significado, e nos ensina em meio à dor como encontrar sentido quando tudo parece desmoronar.


Anos se passaram desde que ela foi tirada do único lar que conhecia. A casa em frente a praia, os pais amorosos e a melhor amiga foram tomados da protagonista quando ela tinha treze anos. Sem muitas explicações, o homem que lhe criou a levou até uma casa modesta em uma cidadezinha onde ela era conhecida como A Devolvida. Lá, estranhos que diziam ser seus pais - biológicos - e irmãos a receberam sem qualquer amorosidade. Porque havia retornado? Era mais uma pessoa com quem dividir as tarefas domésticas, mas também outra boca a ser alimentada.

A esperança de que a mulher a quem sempre chamou de mãe se recuperasse - do que quer que a tivesse deixado adoentada - e voltasse para lhe buscar, insistia em não morrer. Mesmo quando a única resposta as cartas que enviava eram bens materiais ou de consumo, mas nunca explicações.

O amadurecimento veio com as obrigações de quem precisou endurecer o coração para não sucumbir a realidade, mas as lembranças daquela período ainda perpetuaram nela o sentimento de não pertencimento.


A devolvida foi um dos livros mais controversos que li. O drama da narradora, que só agora percebi nunca ter revelado seu nome, mexe com o leitor. Mais do que uma menina de origem pobre que foi criada por parentes - sem entrar no mérito sobre como chegaram a essa situação -, ela conta a realidade de tantas famílias que vive em extrema pobreza. Nada justifica a indiferença ou desafeto daqueles que deveriam lhe amar incondicionalmente, mas quem somos nós para julgar uma situação conhecendo as claras apenas um dos lados da história?

O que Donatella di Pietrantonio me ensinou com sua história, é a fragilidade da moral humana. Nós somos falhos e egoístas, agindo certo até que não seja mais conveniente. A narrativa fluiu com muita facilidade, mas queria um pouco mais de profundidade na abordagem dos assuntos. E principalmente, queria saber como a protagonista seguiu sua vida...

de conhecer a vida atual da protagonista.
que a história tivesse se aprofundado um pouco mais na vida da protagonista, dizendo como a vida dela havia seguido. 

05 fevereiro 2020

Resenha - As três partes de Grace, Robin Benway


Livro: As três partes de Grace
Autor(a): Robin Benway
Editora: Galera Record
Páginas: 322
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Livro cedido através da parceria com a editora

Grace acabou de ter uma filha. E a entregou para adoção. Não foi uma decisão fácil, já que a própria Grace é adotada. Como escolher uma família para sua bebê? Como ter certeza de que ela terá bons pais? Era de esperar que tudo isso fosse emoção suficiente na vida de uma adolescente, mas ela também acabou de descobrir que tem dois irmãos. Maya é a única integrante de cabelos escuros naquela família de ruivos. As fotos pela casa mostram como ela é diferente de seus pais e de sua irmã Lauren, filha biológica do casal. Quando a família começa a passar por problemas e tudo parece prestes a desmoronar, Maya não consegue parar de se perguntar se aquele é o seu lugar. Quem é sua família biológica? Onde está seu lar? Joaquin é o irmão mais velho. Ele nunca foi adotado. Chegou muito perto por muitas vezes, mas algo sempre acabava dando errado. Agora ele vive com uma boa família acolhedora, cheia de amor e vontade de adotá-lo, mas o garoto, prestes a completar dezoito anos, não sabe se deve mesmo acreditar que o destino está lhe dando chances de ser filho de alguém. Criar laços afetivos não é fácil quando se passou a vida inteira sendo abandonado. Mas talvez suas irmãs possam lhe ajudar a vencer essa barreira. Em vista por amor familiar, companheirismo e, no fim das contas, por não se sentir sozinho no mundo, Grace, Maya e Joaquin vão contar uns com os outros na procura pela mãe biológica. E por si próprios.


Grace sempre soube que tinha sido adotada, mas nunca teve interesse em conhecer a mãe biológica, até que, grávida aos 16 anos, vê parte de sua própria história se repetir. Enfrentar o preconceito da gravidez na adolescência e o abandono do namorado foi “fácil”, mas entregar a filha para a família adotiva despertou sentimentos dolorosos que a consomem dia após dia. Para diminuir essa dor, ela sabe que precisará enfrentar a história de sua adoção, só não imaginava que no processo encontraria Maya e Joaquim, seus irmãos biológicos.⠀
Assim como a irmã, Maya também foi adotada ainda bebê. E apesar de ter crescido amada e cuidada pelos pais adotivos, ela se sente destacada. Os próprios quadros na parede da casa gritam isso: a única morena em uma família de ruivos, o que naturalmente evidencia sua adoção e a coloca constantemente em uma postura defensiva. Mas é quando o casamento dos pais começa a ruir que Maya questiona seu papel e importância nessa família.

Diferente das irmãs, Joaquim não teve a sorte de conhecer o significado de “lar”. Prestes a completar 18 anos, o rapaz que coleciona frustrações em lares adotivos ainda permanece no sistema de acolhimento. Sua esperança de compreender o conceito de família se esvaiu faz anos, até que, o destino coloca suas irmãs biológicas em seu caminho.

As três partes de Grace é um livro envolvente que aborda temas delicados como família, adoção e preconceito. A autora optou pela narrativa alternada dando voz a Joaquim, Maya e Grace, o que nos permite conhecer as camadas mais profundas de cada personagem e visualizar cada rachadura, medo e insegurança. Talvez por possuir uma base de apoio familiar sólida desde a infância, Maya e Grace tenham mais facilidade em se comunicar e expressar suas necessidades. No entanto, é Joaquim e sua dificuldade em se permitir ser amado que destroça nosso coração.

Emocionante e doloroso, As três parte de Grace fala sobre perda, cura e aceitação. Mostra que é importante conhecermos nosso passado, mas não esquecermos de olhar para o futuro. Afinal são nossas atitudes e escolhas que nos definirão.



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