Livro: Half Bad (Half Life #1)
Autor(a): Sally Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 304
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Livro cedido através da parceria com a editora
Nathan, filho de uma bruxa da Luz com o mais poderoso e cruel bruxo das
Sombras. O adolescente vive com a avó e os meios-irmãos e é visto como
uma aberração por seus pares. O Conselho dos Bruxos da Luz vê nele uma
ameaça, que precisa ser domada ou exterminada. Prestes a completar
dezessete anos – época em que todos os bruxos passam por uma cerimônia
em que seu dom é finalmente revelado bem, como sua denominação como
bruxo da Luz ou das Sombras –, agora Nathan terá que correr contra o
tempo para achar o pai, que jamais teve oportunidade de conhecer, e
salvar a própria pele.
Os bruxos estão por toda a parte, mesmo que nós não os vejamos. Sua sociedade é dividida em duas linhagem distintas: os da Luz e os da Sombra. Mas existem também alguns meio sangue que são descendentes de bruxos que se relacionam com humanos, ou em raríssimos casos, de bruxos meio luz, meio sombra. Ou pelo menos Nathan quer acredita que não é a única aberração da sociedade.
Sua mãe foi uma bruxa da luz muito poderosa, de linhagem nobre e respeitada. Ao contrário de seu pai, que é o bruxo da sombra mais procurado da sociedade. Ele é extremamente poderoso e cruel. Quando encontra um bruxo com um dom que lhe interessa, ele não hesita em matá-lo e comer seu coração, para absorver aquele dom para si.
E eu sempre pensei nos genes de minha mãe e de meu pai se misturando em
meu corpo, mas agora acredito que meu corpo é de meu pai, e meu
espírito, de minha mãe.
Após o suicídio de sua mãe, sua avó materna assumiu sua guarda, assim como a dos seus três meio irmãos, todos mais velhos. A mais de todos velha, Jessica, foi a única a desprezar o garoto, sempre lhe tratando como um bruxo das sombras e não como seu irmão. Ela fazia questão de lhe causar sofrimento e reafirmava, sempre que podia, que ele era o culpado pela morte de sua mãe. A sociedade lhe tratava com escárnio, como se ele fosse contagioso. Mas isso não era o suficiente e o Conselho decidiu 'interferir' em sua vida sob a prerrogativa de estar protegendo sua sociedade. Suas medidas restringiam-no cada vez mais, até que não lhe restasse alternativas, a não ser fazer o que eles desejavam.
Uma sociedade hipócrita, que divide o bem e o mal como se não houvesse um meio termo. Um Conselho cruel que pauta suas atividades no bem maior, sem se importar com o sofrimento alheio. Uma cultura soberba de superioridade, mas a verdade é que todos são assassinos. O que muda entre Luz e Sombra são as justificativas para as mortes que cometem.
É o modo como pensa e age que mostra quem você é. Você não é mau,
Nathan. Nada em você é mau. Vai ter um dom poderoso, todos podemos ver
isso, mas é como vai usá-lo que vai mostrar se você é mau ou bom.
O livro é curto e se desenrola contanto a vida de Nathan. Sally Green inicia o livro de maneira inusitada, começando pelo meio,
para depois voltar no inicio e dai seguir rumo ao desfecho do livro. Por
sinal, esse desfecho me deixou extremamente curiosa para ler a
continuação, que foi lançamento de agosto da editora!
Sendo o primeiro de uma trilogia, achei ele razoavelmente equilibrado entre a ação e as informações, mas a história não anda muito. A incógnita do livro é saber se ele irá conseguir e como ele conseguirá seus três presentes e o sangue de seus ancestrais ao completar dezessete anos. Esse é um ritual de passagem, onde o adolescente recebe seu dom e se transforma em um bruxo de verdade.
Gostei dos personagens apresentados e da forma como eles compõe a trama. A passagem de tempo no livro é grande, por isso vemos muitas modificações no jeito de agir e pensar do protagonista, mas os personagem que mais despertou minha curiosidade foi Marcus, pai do menino.
O mais legal em sentir ódio é que ele elimina todo o resto de modo que nada mais importa.
O livro é estruturado em seis partes e seus capítulos variam entre curtos e medianos, com uma diagramação simples e funcional. A capa é linda, em soft touch e representa bem as duas linhagens de bruxos. O título foi mantido em inglês e, no meu ponto de vista, foi uma sacada inteligente da editora. Uma tradução poderia fazer os títulos perder a graça (em tradução livre seria
Meio Ruim) e até acabar com a lógica dos títulos da série. Para quem gosta de contos complementares,
Half Lies (
Meias Mentiras) foi liberado em meio digital pela editora e é antecessor a essa história. Ele é narrado em forma de diário e tem como protagonista a irmã de Gabriel, um dos personagens desse livro. Pelo que entendi, vamos conhecer mais sobre a sociedade bruxa e seus conflitos.
Ainda não encontrei um livro com temática bruxa que supere minhas expectativas, mas essa série está num ótimo caminho...