27 janeiro 2017

Resenha - Dez formas de fazer um coração se derreter, Sarah MacLean


Livro: Dez Formas De Fazer Um Coração Se Derreter (Os números do amor #2)
Autor(a): Sarah MacLean
Editora: Arqueiro
Páginas: 352
Adquira: Saraiva | Submarino
Livro cedido através da parceria com a editora
Isabel Townsend não é exatamente o que se espera da filha de um conde. Apesar de ter a pele delicada e de saber se portar como uma dama quando necessário, a jovem também monta a cavalo, conserta telhados, administra a propriedade e cria o irmão caçula desde que a mãe faleceu – tudo isso sem despertar a menor suspeita de que não há um homem sequer para cuidar de sua família. Para o pai dela, que só queria se divertir e gastar dinheiro em jogatinas, pouco importava o que ela fizesse. Porém, quando ele morre, Isabel se vê sem recursos e precisa defender os direitos do irmão, ameaçados pela chegada iminente de um tutor. Assim, não lhe resta saída senão vender sua coleção de estátuas de mármore, o único bem que herdou. Para sorte sua, um especialista em antiguidades acaba de chegar ao condado. Inteligente e sensual, lorde Nicholas St. John é um solteiro convicto que deixou Londres para se livrar das jovens que passaram a persegui-lo desde que foi eleito um dos melhores partidos da cidade. Em poucos dias, fica claro para Nick que Isabel é a mulher mais obstinada e misteriosa – além da mais interessante – que já cruzou seu caminho. Ao mesmo tempo, ao conhecê-lo melhor, a independente Isabel percebe que há homens em que vale a pena confiar. Enquanto eles põem de lado suas antigas convicções, seus corações se abrem para dar uma chance ao amor.

ESSA RESENHA NÃO POSSUI SPOILER DO LIVRO ANTERIOR.
LEIA A RESENHA DE NOVE REGRAS A IGNORAR ANTES DE SE APAIXONAR.


Os gêmeos St. John sofreram bastante quando, ainda crianças, precisaram lidar com o abandono de sua mãe. Nicholas foi o que mais se retraiu e depois uma experiência tão traumática quanto, o sentimento de que nenhuma mulher é confiável o suficiente para receber o seu amor, se enraizou ainda mais no seu coração. O que nunca o impediu de se divertir com as mulheres, ele apenas tomava o cuidado de manter os sentimentos fora de cena.

No período em que viajou a serviço do governo, Nicholas se especializou em rastrear pessoas a partir de pouquíssimas pistas. É graças a sua habilidade que ele consegue um passaporte para fora de Londres - que ficou inabitável depois que a revista Pérolas e Pelicas citou seu nome como um dos lordes a serem conquistados na cidade. Ele precisará encontrar a irmã de um amigo que fugiu de casa. E será assim que Isabel cruzará seu caminho.

Isabel é uma órfã extremamente corajosa. Enquanto seu pai bebia e se afundava em dívidas de jogo, ela cuidou para que seu irmão mais novo recebesse a educação necessária de um futuro conde. Paralelo a isso, transformou sua casa na Casa de Minerva, um abrigo onde toda e qualquer mulher encontrava a oportunidade de recomeçar. Fez tudo isso sem que ninguém desconfiasse que não havia um homem comandando a propriedade. Acontece, que a morte de seu pai colocava em risco todos os seus segredos.

Para arrecadar dinheiro e conseguir transferir todas as meninas antes que seu tutor apareça, ela decide vender sua coleção de estátuas gregas, a única coisa naquela casa que pertença a ela e não ao condado do irmão. Que sorte a dela cruzar com o maior especialista antiquário de Londres, bem ali, pertinho de sua casa. Já deu para perceber o que vai acontecer né?

Levando em consideração que os romances de época começaram com livros de banca, posso dizer que comecei a lê-los tem pouco tempo. Logo, minha bagagem não é tão extensa assim... mas não consegui afastar a impressão de que estava lendo algo mais do mesmo. Novamente temos uma mulher com pensamentos e atitudes a frente da sociedade da época, que não almeja um casamento (ou ignora todas as regra conhecidas para se conseguir um), mas que no final é laçada por um homem (cafajeste ou não) que também não tinha nenhum interesse em se comprometer.

Para complementar, o casal acaba demorando capítulos sem fim até se acertar porque eles mentem ou omitem informações por medo. E no final o que acontece? A outra pessoa descobre isso causa o maior reboliço. Não vou condenar a fórmula, até porque ser totalmente original hoje é uma tarefa praticamente impossível, porque continuarei lendo esses romances, só que é tão chato quando não tem nada pra destacar na história.

Um dos dois precisava parar de mentir. Então ele lhe contou a verdade. Pelo menos parte dela.

Esse não é o primeiro livro que leio da Sarah MacLean, e ela vinha me cativando a cada nova história. Por isso me doí admitir que esse livro não está a altura dos anteriores. Sua escrita continua ótima, mas acabei demorando mais do que o necessário para concluir o livro porque a história não me prendia de forma nenhuma.

Se por um lado os personagens não me empolgaram, por outro a mensagem passada por Isabel foi a mais linda que já vi. Ela vinha de uma família falida, mas não tinha como negar que era uma nobre e que suas atitudes poderiam acabar com o pouco de respeito que sua família tinha. A Casa de Minerva recebia mulheres de todas as classes sociais, com traumas diferentes e ai, todas eram postas em pé de igualdade. Recebe uma garota de família era extremamente perigoso, pois a possibilidade do segredo ser descoberto aumentava consideravelmente. Ainda assim, ela não negava ajuda a nenhuma delas. A sonoridade era vivida todos os dias entre elas.

Torci muito para que o desfecho da história fosse diferente. Queria, pela primeira vez, encontrar uma mocinha que não terminasse prestes a casar. Mas me alegrei em ver que ela não precisou mudar sua vida, ao contrário, Nicholas foi quem se adaptou a realidade de sua amada. Amando-a e apoiando tudo que ela fazia de mais bonito.

Isabel encontrara um propósito - proteger mulheres maltratadas e infelizes e lhes dar uma nova oportunidade de vida.
Encontrara uma forma de provar que ela era mais do que os outros viam.
Uma forma de se sentir necessária.

Ao longo do livro, conhecemos um pouco da história dessa mulheres que habitam a Casa de Minerva. Me encantei com cada uma delas, e gostaria muito de conhecer a fundo a história delas. Fiquei surpresa ao descobrir que minha vontade é atendida em partes. Nunca julgue uma dama pela aparência, último livro da quadrilogia O clube dos Canalhas publicado pela Editora Gutenberg, tem Georgiana a irmã que fugiu como protagonista. Eu já sabia que essas duas séries se cruzavam em algum momento, mas ainda não sabia quem seria o elo entre elas.

Outro personagem que roubou a cena foi James, o irmão de Isabel que se tornou conde com apenas 10 anos. Ele entende as responsabilidades que vem com o título, mesmo com a pouca idade. Por ser criado apenas com mulheres, aprendeu a respeitadas e admira cada uma delas. É o tipo de homem que eu quero que meu futuro filho seja.

Estou curiosa com o desfecho da trilogia, Onze Leis a Cumprir na Hora de Seduzir, que será protagonizado pela irmã dos gêmeos. Como não foi criada em Londres, ela despreza todas as regras ridículas impostas pela sociedade. Acredito que seu jeito de ser renderá muitas risadas.

Um comentário

  1. Sarah é como um ícone em se tratando de romances de época, mas não sei ainda porque esta série não me prendeu de forma alguma. Isso de ser mais do mesmo, sempre a mocinha que é além do seu tempo e que luta de todas as formas para fugir das imposições do pai, do mulherengo..
    Acho que isso torna tudo tão comum e igual, que a vontade de ler se perde um pouco.
    Não digo que não lerei, mas este não é o momento!
    Beijo

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