29 junho 2019

Resenha - Tudo Que a Gente Sempre Quis, Emily Giffin


Livro: Tudo Que a Gente Sempre Quis
Autor(a): Emily Giffin
Editora: Arqueiro
Páginas: 304
Adquira: Amazon

Casada com um membro da elite de Nashville, Nina Browning leva a vida com que sempre sonhou. Recentemente, o marido ganhou uma fortuna vendendo seu negócio de tecnologia e o filho adorado foi aceito em Princeton. No entanto, às vezes Nina se pergunta se ela se afastou dos valores com que foi criada em sua pequena cidade natal. Tom Volpe é um pai separado que se divide entre vários empregos para criar a filha, Lyla. Ele finalmente começa a relaxar depois que a menina ganha uma bolsa de estudos na escola de maior prestígio de Nashville. Filha de uma brasileira e de origem menos abastada, Lyla nem sempre se encaixa em meio a tanta riqueza e privilégios, mas, na maioria das vezes, ela é uma adolescente típica e feliz. Então uma fotografia, tirada em um momento de embriaguez em uma festa, muda tudo. À medida que a imagem se espalha, as opiniões da comunidade se dividem. No centro das mentiras e do escândalo, Tom, Nina e Lyla são forçados a questionar seus relacionamentos mais íntimos, percebendo que tudo que sempre quiseram talvez não fosse tão perfeito assim.

mãe de Lyla a abandonou aos quatro anos, deixando para Tom o desafio de criá-la. E tudo ia bem. Ela respeitava o toque de recolher, era uma aluna dedicada, mantinha um diálogo aceitável com o pai e não se deslumbrava com o luxo dos colegas de classe. Por isso ele perdeu a cabeça naquela noite. Não foi por ela estar bêbada ou com a roupa que ele não gostou... foi pela mentira e, principalmente, pela foto que estava circulando por ai.

Aquelas pessoas nunca deixariam Nina Browning esquecer suas origens. E daí que seu marido era rico? Havia amor e uma boa dinâmica no casamento. Eles viviam em uma bolha social de aparências e ela se orgulhava de nunca ter sucumbido. Acreditava que havia passado os mesmos valores ao filho, até ver aquela foto...

Esse livro é tão atual que eu nem sei por onde começar a falar. Ele parece um grito de alerta pela humanidade que estamos perdendo, pelas mulheres que continuam sofrendo simplesmente por serem mulheres. Emily Giffin sempre me encantou pelo lado humano de seus personagens, motivo pelo qual se tornou uma das minhas autoras favoritas, mas ela se superou em Tudo que a gente sempre quis.

Ao contrário do que se possa imaginar ao ler a sinopse ou até ao acompanhar o início da história, não há um grande romance por trás. E isso faz toda a diferença. A mensagem transmitida está nas relações dos personagens, com os filhos, com os cônjuges, consigo mesmos. Tom é um personagem muito sensível e eu me encantei por ele, mas Lyla e Nina são as grandes protagonistas. Uma é muito jovem, cometendo erros característicos não apenas da idade, mas que falam muito sobre quem ela é em essência. A outra é totalmente pé no chão, consciente dos privilégios que tem e disposta a usar da sua posição para mudar um pouquinho que seja a vida de outra pessoa. ⠀

A história é contada em primeira pessoa por Nina, Tom e Lyla, numa narrativa totalmente envolvente. O final me surpreendeu e emocionou por diferentes motivos, inclusive o prólogo que se passa alguns anos depois. Uma história para se refletir sobre a família e os rumos perigosos da sociedade que estamos criando.

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