11 novembro 2015

Resenha - Escola dos Vilões, Jen Calonita


Livro: Escola dos Vilões (Escola dos Vilões #1)
Autor(a): Jen Calonita
Editora: Única
Páginas: 192
Adquira: Saraiva | Submarino | Americanas
Livro cedido através da parceria com a editora
Será que um vilão pode se recuperar? Gilly não se considera exatamente uma garota má... Porém, quando se tem cinco irmãos e irmãs mais novos, é preciso ser criativo para ajudar nas despesas. Ela é uma ladra muito boa, e disso tem certeza e pode se gabar. Até ser pega. Depois de roubar uma presilha, é sentenciada a passar três meses no Reformatório de Contos de Fadas – no qual os professores são aqueles antigos vilões que já conhecemos, como o grande Lobo Mau e a malvada Madrasta da Cinderela. Quando, porém, ela faz amizade com alguns estudantes, como Jax e Kayla, aprende que esse reformatório vai muito além de sua missão heroica. Há uma batalha ganhando forma e Gilly precisa descobrir: os vilões podem realmente mudar? Descubra o Lado B dos contos de fadas.

 Encantadópolis é o lugar dos contos de fada. Com quantos vilões morando em uma mesma cidade, os indicies de criminalidade e trapaças mágicas devem ser altíssimos! E eram, mas depois que o Reformatório de Contos de Fadas surgiu, as coisas mudaram drasticamente. O RCF foi invenção da Flora, madrasta da Cinderela, para tentar se redimir com a população que passou a odiá-la depois que Cinderela casou e contou a todos o que acontecia em sua casa. Flora passou a ser recebida com uma chuva de rabanetes podres, onde quer que fosse. O reformatório lhe deu a paz que precisava para continuar vivendo no reino e porque não, algum prestígio.

Seu programa foi criado há cinco anos e tem a intenção de educar e recuperar os vilões, ou qualquer um que pratique o mal, transformando-os em cidadãos que colaboram com sociedade. Os primeiros a se redimirem não poderiam ser ninguém menos que os vilões que já conhecemos. O lobo mal, a madrasta da branca de neve, a bruxa do mar da pequena sereia... Inclusive, eles são professores do instituto junto com Flora. Mas será que essa mudança foi tão eficiente assim?!

Não é fácil deixar que o mundo veja o monstro que você foi e torcer para que nunca mais seja visto.

Gilly, nossa protagonista, é a mais velha de seis irmãos e sua família tinha tudo para ser bem posicionada na sociedade. Seu pai é o sapateiro do reino, logo, foi ele quem inventou o sapatinho de cristal e lhe deu a fada madrinha da Cinderela. Acontece que, além de ficar com todo o crédito, ela se tornou a única autorizada a reproduzir os famosos sapatinhos. O que levou sua família a beira da falência. Para ajudar a alimentar seus irmãos, ela comete pequenos furtos  e pode se gabar de suas habilidades. Porém, após ser pega pela terceira vez, não teve como fugir. Seu destino era o Reformatório de Contos de Fadas!  

Lá, os internos Jax e Kayla se tornam seus principais companheiros e ela acaba descobrindo que sua passagem no RCF pode não ser tão traumática assim. Mas algumas pessoas andam agindo de forma suspeita e Gilly se põe a investigar. Será que nem tudo é o que parece ser?

Narrado em primeira pessoa, a autora presenteia seus leitores com uma história contagiante escrita de maneira fluida e agradável. Por ser mais curto que o normal, achei que a história pudesse ter pouco conteúdo ou ser corrida demais, mas me enganei. Tudo acontece de forma gradual e pensando no seu público alvo, que é infanto juvenil, é tudo na medida certa.

Eu só pego de gente que pode perder coisas. Os nobres decididamente podem perder algumas bugigangas. [...] Os nobres são parte do motivo para que a gente viva nesse casebre lotado, então, não me sinto mal em tirar deles.

A estrutura da sociedade foi algo que me chamou a atenção. Partindo do principio que estamos em um reino encantado, seria fácil estalar os dedos para estar tudo resolvido ou que a felicidade reinasse por toda a parte. Mas não, há injustiça, desigualdade social, descriminação... Tudo exposto de forma a levar o leitor mais jovem a refletir o mundo do 'felizes para sempre'. Os personagens são igualmente bem estruturados, Gilly, por exemplo, se orgulha de ser uma boa ladra, mas só porque ela precisa desse subterfúgio para sobreviver. Ela sabe que é errado e sua estada no RCF lhe mostra o quanto a linha entre o bem e o mal é tênue. Isso colabora para o seu amadurecimento e reforça a mensagem final do livro.

Meu personagem preferido foi o Jax, que no decorre da história se mostrou cada vez mais importante para seu desenvolvimento. Porém, mais legal de tudo, foi ver velhos personagens! Os anões compõe a guarda do reino e até Olaf aparece! É muito amor em uma história só. A única coisa que me incomodou foi a idade dos personagens, que não são compatíveis com suas atitudes de pensamentos.

Poder verdadeiro é aprender a colocar os outros em primeiro lugar e não julgar um livro pela capa, por assim dizer.

Falando da parte gráfica, a Única arrasou! A capa seguiu o padrão da original e deixa claro o tema do livro. Ela é chamativa e trás vários elementos que nos remetem aos contos de fada já conhecidos. A diagramação é simples, com alguns adornos no início dos capítulos, que são numerados e possuem títulos.. Em alguns momentos da história temos um pergaminho, que é o jornal do reino, e ele vem todo caracterizado. As páginas são amareladas e a fonte confortável para a leitura.

Escola dos Vilões é o primeiro livro de uma série e sua continuação está prevista lá fora para o primeiro semestre de 2016. Essa nova percepção dos vilões, atrelado a reflexão sobre o bem e o mal e personagens cativantes tem de tudo para conquistar todo tipo de leitor. Recomendado!

2 comentários

  1. JÁ QUERO LEEEEEEEEER!!!!

    nadageek.blogspot.com

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  2. Comprei, agora a ansiedade aumenta, o que mais me chamou atenção foi a capa, muito linda.
    Mas com certeza parece ser um excelente livro.

    Spoiler Mania

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