14 setembro 2015

Resenha - Segredos de uma noite de verão, Lisa Kleypas


Livro: Segredos de uma noite de verão (As Quatro Estações do Amor #1)
Autor(a): Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro
Páginas: 304
Adquira: Saraiva | Submarino | Americanas
Livro cedido através da parceria com a editora
Apesar de sua beleza e de seus modos encantadores, Annabelle Peyton nunca foi tirada para dançar nos eventos da sociedade londrina. Como qualquer moça de sua idade, ela mantém as esperanças de encontrar alguém, mas, sem um dote para oferecer e vendo a família em situação difícil, amor é um luxo ao qual não pode se dar. Certa noite, em um dos bailes da temporada, conhece outras três moças também cansadas de ver o tempo passar sem ninguém para dividir sua vida. Juntas, as quatro dão início a um plano: usar todo o seu charme e sua astúcia feminina para encontrar um marido para cada, começando por Annabelle. No entanto, o admirador mais intrigante e persistente de Annabelle, o rico e poderoso Simon Hunt, não parece ter interesse em levá-la ao altar – apenas a prazeres irresistíveis em seu quarto. A jovem está decidida a rejeitar essa proposta, só que é cada vez mais difícil resistir à sedução do rapaz. As amigas se esforçam para encontrar um pretendente mais apropriado para ela. Mas a tarefa se complica depois que, numa noite de verão, Annabelle se entrega aos beijos tentadores de Simon... e descobre que o amor é um jogo perigoso. No primeiro livro da série As Quatro Estações do Amor, Annabelle sai em busca de um marido, mas encontra amizades verdadeiras e desejos intensos que ela jamais poderia imaginar.

Resenha dupla hoje por aqui! Mais um livro que eu e a Giulia, do Prazer, me chamo Livro, lemos juntas. Romance de época é com a gente mesmo!

Em sua última temporada antes do título de solteirona, Annabelle precisa encontrar um marido pra manter as finanças em dia, já que recentemente perdera seu pai e o dinheiro que ele provia. O problema é que, sem dote, ela não era um bom partido. Entre tantas propostas indecorosas e olhares atravessados, surge Simon, um industrial rico, mas sem sangue azul. Ele inicialmente também quer só se aproveitar dos atributos físicos da moça, sem compromisso formal. Claro que é um nome riscado de sua lista, né? Só que não!

Parecia que uma sensação sutil de reconhecimento ocorrera entre os dois - não como se tivessem se encontrado antes, mas como se tivessem chegado perto um do outro várias vezes até que por fim um destino impaciente forçara seus caminhos a se cruzarem.

Ela conhece, em mais um dos bailes nos quais fica sentada à margem, outras 3 "encalhadas", cada um sendo ignorada por um motivo diferente. Com essa semelhança que as une, a amizade surge naturalmente junto com os planos de arranjar marido pra cada uma delas. Com estratégias bem definidas, a intenção é que a cada temporada uma fisgue um bom partido, por ordem de idade, e Annabelle será a primeira por já estar "vencendo o prazo".

Amo essas histórias de planos mirabolantes porque é meio Cebolinha, sempre tem tudo pra dar certo, mas acaba alguma coisa saindo errado. Nesse caso, Annabelle e suas amigas queriam um nobre rico, mas que não fosse muito velho, ainda que essa opção não estivesse descartada. E, pra variar, quem mais a quer não é sequer considerado.

Apesar do protagonismo dos excluídos, é uma exclusão dentro da aristocracia. Continua sendo um romance de época de pessoas ricas; ok, com dificuldades financeiras pra se manter na alta sociedade, mas ainda assim com dinheiro e status para frequentá-la. E essa insistência de Annabelle em conseguir um marido nobre irritou um tantinho, porque ela desprezava total o cara que tinha mais do que condições de ajudar a família só pela sua origem humilde. Ainda espero um livro que mostre o romance do proletariado, de agricultores ou algo do gênero, e que não seja com um nobre que muda totalmente a vida delx (se conhecer algum, deixa aí nos comentários).

- Você não é ninguém se não for casada com um nobre - assegurou Annabelle. - Na Inglaterra, a nobreza é tudo. Ela determina como os outros vão tratá-la, as escolas que seus filhos irão frequentar, os lugares a que será convidada... Determina todos os aspectos da sua vida.

Mas falando nisso... Curioso ver que naquela época ter dinheiro não era suficiente pra ser bem visto. Simon era rico, mais até do que muitos homens que torciam o nariz pra ele, mas só era aceito nos círculos sociais da nobreza pela amizade e influência financeira. O título e a ascendência contavam mais do que os recursos. Ganhar dinheiro pelo trabalho - ainda mais com indústria - era considerado abaixo do padrão de condes, viscondes e duques. Lendo essas coisas, eu paro e fico um tempão pensando sobre como os valores mudaram em tão pouco tempo, e aí minha mente viaaaaaaja pros outros assuntos tão presentes no gênero, principalmente questões ligadas ao feminismo.

Ainda há outros temas sendo discutidos, e o que mais me tocou foi o sexo como moeda de troca, forçado e ameaçado, e tudo o que permeia isso - o que uma mãe aguenta pela filha, o que uma filha é capaz de fazer por causa da mãe.

E, voltando pra história, Annabelle precisou quebrar os próprios paradigmas pra se permitir viver o casamento e o amor. Ela teve que lutar contra tudo em que acreditou durante toda a vida, refazer seus sonhos e se adaptar à realidade que lhe era oferecida. É ficção, eu sei, mas se ela pode rearranjar tudo em uma época em que os limites eram bem mais rígidos, a gente, em pleno século XXI, também consegue.

Já conhecia a escrita de Lisa do primeiro livro dos Hathaways (eu também), mas esse me agradou mais, principalmente por não envolver espiritualidade no enredo. Gostei das cenas sensuais, que dão um calorzinho básico em quem lê, e do desfecho, que obviamente era previsível, mas conduzido através de um clímax que me surpreendeu.

- [...] percebi, durante os últimos dias, que não quero deixar que ninguém tenha dúvidas sobre a quem você pertence. Inclusive você mesma.

A capa é linda demais, essa tal de Lisa Kleypas se dá bem com as mais bonitas. A revisão é satisfatória, e a diagramação é confortável. E gente! O que são aqueles marcadores magnéticos que vieram no kit? Amor demais! Já quero os outros 3 livros!

Era uma vez no Outono, o segundo livro da série As Quatro Estações do Amor, já começou a ser delineado com os encontros nada agradavéis entre Conde Westcliff e Lilian. Aqui os papéis se invertem: ele é o nobre e ela é a filha de um industrial rico. Norte-americana, não tem nem o título nem os bons modos que uma dama precisa ter, mas o que falta de berço sobra de dinheiro. Os dois já não se bicaram muito neste volume, já espero cenas hilárias no próximo.

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