25 janeiro 2018

Resenha - Um de nós está mentindo, Karen M. McManus


Livro: Um de nós está mentindo
Autor(a): Karen M. McManus
Editora: Galera
Páginas: 384
Adquira: Submarino | Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora
Cinco alunos entram em detenção na escola e apenas quatro saem com vida. Todos são suspeitos e cada um tem algo a esconder. Numa tarde de segunda-feira, cinco estudantes do colégio Bayview entram na sala de detenção: Bronwyn, a gênia, comprometida a estudar em Yale, nunca quebra as regras. Addy, a bela, a perfeita definição da princesa do baile de primavera. Nate, o criminoso, já em liberdade condicional por tráfico de drogas. Cooper, o atleta, astro do time de beisebol. E Simon, o pária, criador do mais famoso app de fofocas da escola. Só que Simon não consegue ir embora. Antes do fim da detenção, ele está morto. E, de acordo com os investigadores, a sua morte não foi acidental. Na segunda, ele morreu. Mas na terça, planejava postar fofocas bem quentes sobre os companheiros de detenção. O que faz os quatro serem suspeitos do seu assassinato. Ou são eles as vítimas perfeitas de um assassino que continua à solta? Todo mundo tem segredos, certo? O que realmente importa é até onde você iria para proteger os seus.


Um grupo de alunos sem qualquer compatibilidade é levado a sala de detenção naquela segunda-feira. Todos pelo mesmos motivo. Todos alegando que não cometeram qualquer infração.

Para manter a tradição da família, cursando a faculdade em Yale e aliviar as expectativas de seus pais em relação à sua irmã mais nova, Bronwyn Rojas se tornou uma aluna exemplar. Notas impecáveis, muitas atividades extracurriculares, nenhuma tendências para distrações e um currículo invejável, mostram o comprometimento que possui com seu futuro e de sua família.

Treinado pelo pai para ser uma estrela do beisebol, Cooper Clary vem melhorando suas habilidades para impressionar os olheiros do esporte. Quase todas as instituições já demonstraram interesse em lhe integrar no beisebol universitário, mas também existe a possibilidade de ir direto para a liga profissional. Uma revelação em campo, uma namorada invejável e um futuro promissor.

Já fichado na polícia, Nate Macauley é o traficante do colégio Bayvie. Sua condicional é um sinal claro de que qualquer envolvimento em atividades ilícitas o levará para a cadeia, mas as contas que nunca pararam de chegar somada a inércia de seu pai para além da garrafa de vodca, o levaram a ignorar o perigo.

Uma mãe frustrada, obcecada pela beleza e pela vida fácil, transformaram Adelaide Prentiss e sua irmã mass velha em caçadoras de homens que pudessem lhe oferecer uma vida estabilizada. A bela princesa do baile de primavera, namorada do astro do time de futebol, melhor amiga da garota mais cobiçada do colégio. O objetivo de sua vida foi alcançado e manter-se assim só depende de sua perfeição.

Sempre tentando alcançar o grupo dos populares, mas sem nunca obter muito sucesso. Simon Kelleher acabou não pertencendo a grupo nenhum. Depois de criar o aplicativo Falando Nisso, seu nome passou a finalmente ser reconhecido nos corredores. Ninguém sabe quem como ele tem acesso aquelas informações escandalosas, mas é um fato: nunca foi postada nenhuma mentira.

- De qualquer forma, a culpa é das pessoas. Se elas não mentissem e traíssem, eu estaria na rua.

Dos cinco alunos, Simon é o único que sai daquela sala carregado. Morto. A polícia não acredita em fatalidade, nem em coincidência. Addy, Nate, Cooper e Bronwyn seriam os protagonistas no aplicativo algumas horas após a morte de seu idealizador. Qual ou quais deles estaria disposto a tudo para não ter seu maior segredo revelado?

A estreia de Karen M. McManus no mundo literário não poderia ter acontecido de forma mais instigante. Narrado em primeira pessoa pelos quatro suspeitos de assassinato, a história é apresentada de forma cronologia, porém apresentado ao leitor quase como um diário, já que sabemos o dia e hora em que aqueles fatos começam a se desenrolar. Esse artifício permite que o leitor tenha noção do tempo transcorrido ao longo da história. Se você devorar essas páginas como eu fiz, poderia cair na armadilha de achar que a história transcorre rápido demais. Porém, um suposto crime perfeito não seria desvendado em poucos dias.


A narrativa é leve, rápida e instigante. Na primeira parte da história, quando os personagens mal conhecem uns aos outros, a autora não perde a chance de nos deixar com um pulga atrás da orelha sobre o possível suspeito. O livro é dividido em grandes blocos, sendo a primeira parte dedica a apresentação dos personagens - ao leitor e aos investigadores - e a terceira é um verdadeiro jogo de verdade e consequência, com a revelação dos segredos desses adolescentes e o efeito deles em suas vidas. Gostei da divisão e também dos títulos de cada uma. Eles são pertinentes e demonstram a dedicação da autora na composição do livro.

Paralelo a trama principal, temos as particularidades dos adolescente envolvido. Cada falha ou erro deles foi explorado ao máximo, mostrando que ninguém é tão perfeito quanto parece. Sempre existe algo que fazemos quando achamos que não tem ninguém olhando, coisas que nos envergonham ou não e gostaríamos que nunca fossem descobertas. A construção dos personagens foi impecável e com certeza, um dos maiores atrativos da história.

Agora eis o dever de casa: liguem os pontos. Será que está todo mundo mancomunado ou alguém está no controle? Quem é o manipulador e quem são as marionetes?
Vou dar uma pista para vocês começarem: todo mundo está mentindo.
Valendo!

Quem sofreu com bullying - principalmente no colégio, quando nossa percepção de mundo é bem menor - sabe que nem sempre é fácil lidar com a pressão. Imagina ter que lidar com os olhares tortos dos colegas, e daqueles que se diziam seus amigos, por conta de um suspeita que ninguém consegue provar. Para um adolescente isso é tão ruim quanto ter seu maior segredo, aquele que afeta drasticamente o seu futuro, exposto em rede nacional. Eu senti uma empatia enorme pelos quatro protagonistas, mesmo quando suspeitava que um deles pudesse ser o assassino. Não tenho propriedade para falar sobre nenhum dos casos, mas isso não me impediu de me por no lugar de cada um deles.

A minha curta experiência com gêneros policiais me levou a ter atenção minuciosa nos detalhes. Analisei cada frase dita, procurei falhas nos personagens secundários, fui atrás de um rumo menos óbvio. Cheguei a conclusão que o assassino precisava ser alguém com um sério desvio de personalidade. E acertei!

O desfecho da história foi cheio de ação! Não fui totalmente surpreendida, mas não cheguei a desvendar o mistério com tanta antecedência ou sem o auxílio da narrativa. Quando a menor menção a essa possibilidade foi levantada, liguei os pontos e conclui que seria o caminho mais plausível e aceitável. Porém não menos sórdido.

Minha edição do livro é uma prova antecipada, mas já consigo ter uma boa ideia de como ele chegará as livrarias. A capa é uma adaptação da original e toda a arte externa está linda! Bem convidativa ao público. A diagramação proporciona uma leitura confortável, porém encontrei alguns pequenos erros de digitação, que acredito já terem sido corrigidos na edição final.

Um de nós está mentindo é um excelente thriller, mas que não deixa de lado as características que amamos nos young adults. Investigação, aceitação pessoal e romance são alguns dos elementos que não te deixarão largar estas páginas até que você desvende todos os segredos.

- - - - -
Postagem válida para o TOP COMENTARISTA, Participe!
Valendo um exemplar de Lady Whistledown Contra-Ataca.

6 comentários

  1. Eu sou fascinada por este universo de mistério e assassinato. Ainda mais quando trazem jovens. Hoje em dia, não é difícil ligar a tv ou ver na internet, coisas deste gênero. Trazendo jovens cada vez mais vítimas de si mesmos ou da maldade dos colegas em escolas, cursos e afins.
    Vai para a lista de desejados com certeza.
    Beijo

    ResponderExcluir
  2. Eu não conhecia este livro, mas acabei ficando muito curiosa para ler ele após ler sua resenha. Que bom a a narrativa é leve, rápida e instigante, e que a construção dos personagens foi impecável, gosto muito de histórias com ação e investigação, então sem dúvidas pretendo ler Um de nós está mentindo.

    ResponderExcluir
  3. Dreeh!
    Sou aficcionada por livros policiais.
    Saber que as personagens são bem construídas, que o livro é dividido em partes, onde podemos conhecer os envolvidos, bem como os investigadores e ainda uma narrativa leve e rápida, já me conquistou.
    E o que achei mais diferente, é porque é em ambiente estudantil, porque nos leva a pensar: qual dos estudantes cometeu o crime?
    Confesso que fiquei bem intrigada e instigada para poder fazer a leitura.
    Desejo um ótimo domingo!
    “Que o novo ano que se inicia seja repleto de felicidades e conquistas. Feliz ano novo!” (Desconhecido)
    cheirinhos
    Rudy
    1º TOP COMENTARISTA do ano 3 livros + Kit de papelaria, 3 ganhadores, participem!

    ResponderExcluir
  4. Eu fiquei morrendo de medo de você acabar dizendo que o livro era chato tedioso e que não vale a pena mas pelo contrário porque eu estava tão afim de ler esse livro e vendo que você gostou muito dele eu acho que eu vou continuar com a minha ideia dele eu vi que um blog tinha postado sobre o lançamento dele no exterior e que a editora galera Record tinha comprado os direitos para lançamento no Brasil o que me deixou muito animada porque essa sinopse me atraiu de uma forma inexplicável

    ResponderExcluir
  5. Oi Dreeh!
    Uau, quando vi que o livro ia ser lançado eu não dava nada pra ele, não imaginava que seria instigante assim.
    Acho que o mais interessante da história não é nem só querer saber quem e o assassino, é conhecer esses adolescentes a fundo e descobrir os que eles escondem, mas eu provavelmente também sentiria um pouco de simpatia com os suspeitos, como você disse, Lara um adolescente isso é péssimo. Desejo muito ler o livro!
    Beijos

    ResponderExcluir
  6. Oi, Dreeh.

    Bom, com certeza é um que nos arranca teorias e eu já vou logo dizendo a minha...

    Eu acho que três deles foram cúmplices (isso, é óbvio), pois não é possível que eles não tenham presenciado nada.

    Bem como seria previsível se um dos quatro fosse o assassino, talvez outra pessoa tenha entrado em cena, mas não acredito nisso, pois o foco são eles.

    Os quatro suspeitos terem seus pontos de vistas narrados, de certa forma, confunde e pode até surpreender o leitor na descoberta do assassino.

    ResponderExcluir


Mais que Livros - 2015. Todos os direitos reservados.
Tecnologia do Blogger.
Miss Mavith - Design with ♥