13 dezembro 2018

Resenha - Mas tem que ser mesmo para sempre?, Sophie Kinsella


Livro: Mas tem que ser mesmo para sempre?
Autor(a): Sophie Kinsella
Editora: Record
Páginas: 378
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora
Juntos há dez anos, Sylvie e Dan compartilham todas as características de uma vida feliz: uma bela casa, bons empregos, duas filhas lindas, além de um relacionamento tão simbiótico que eles nem chegam a completar suas frases – um sempre termina a fala do outro. No entanto, quando os dois vão ao médico um dia, ouvem que sua saúde é tão boa que provavelmente vão viver mais uns 68 anos juntos... e é aí que o pânico se instala. Eles nunca imaginaram que o “até que a morte nos separe” pudesse significar sete décadas de convivência. Em nome da sobrevivência do casamento, eles rapidamente bolam um plano para manter acesa a chama da paixão: de um jeito criativo e dinâmico, passam a fazer pequenas surpresas mútuas, a fim de que seus anos (extras) juntos nunca se tornem um tédio. Porém, assim que o Projeto Surpresa é colocado em prática, contratempos acontecem e segredos vêm à tona, o que ameaça sua relação aparentemente inabalável. Quando um escândalo do passado é revelado e algumas importantes verdades não ditas são questionadas, os dois – que antes tinhas certeza de se conhecerem melhor do que ninguém – começam a se perguntar: "Quem é essa pessoa de verdade?...". Um livro espirituoso e emocionante que esmiúça os meandros do casamento e que demonstra como aqueles que amamos e achamos que conhecemos muito bem são os que mais podem nos surpreender.


Ao longo da última década, Dan e Sylvie construiram um casamento de comercial de margarina. Após sete anos do enlace matrimonial eles formam um casal com C maiúsculo! Tinham uma casa espaçosa, duas filhas lindas, não discutiam por causa de dinheiro e de quebra, ainda eram um exemplo casal. Eles mantinham aquelas diferenças saudáveis, que marcada a individualidade de cada um, mas também sabiam completavam as frases um do outro. Certamente, nunca iriam imaginar que a previsão de um médico - a que chegariam as Bodas de Brilhante - pudesse ser a ponta do icebarg que abalaria seu casamento.

- Para sempre é muito mais tempo do que pensei - diz Dan pesadamente. [...] Se as pessoas forem todas viver até cem anos, então precisamos mudar as regas. Para começar, não assuma um compromisso com ninguém antes dos cinquenta...

O medo da monotonia dos próximos 68 anos, leva a cabeça de Sylvia a bolar mil planos. Eles poderiam experimentar coisas diferentes a cada década, como falar um outro idioma ou mudar drasticamente a alimentação, mas é o Projeto Surpresa que começa a ser posto em prática imediatamente. Na teoria ele é bem simples, consiste em usar a criatividade para surpreender o outro. Seria como ganhar/dar um buquê de flores em um dia qualquer. Só que para o resto a vida.

Acontece que uma surpresa não programada mostra que Sylvia não estava tão preparada assim. Ela começa se questionar se de fato conhece o marido e se o amor entre eles é tão resistente quanto parecia ser.

Faz anos que recebo recomendações para ler Sophie Kinsella e por mais que esse seja o quarto livro dela que guardo na estante, foi o primeiro que peguei para ler. O início da narrativa é exatamente o que sempre imaginei da autora. Os personagens são carismáticos, os diálogos são cômicos e me levaram a rir algo mais de uma vez, mas o clima se tornou um pouco mais dramático com o passar das páginas. Saímos da superficialidade do plot inicial para aprofundar os medos de cada personagens.

Aos poucos, aquele casal perfeito vai mostrando suas rachaduras. A rotina domestica que não é tão simples com duas crianças dentro de casa, a relação conturbada com os pais/sogros que esconde muito mais do que o imaginado, a vivencia do luto e o próprio casal que se subjugou como indivíduo ao achar que sempre conheceriam tudo sobre o outro. A vivência nos altera constantemente, e isso é bom! Só precisamos continuar aprendendo com quem está do nosso lado. Ser igual eternamente seria muito chato. E não era exatamente esse o medo deles?

Se amar é fácil, então você não está amando direito.

Enquanto eu esperava total previsibilidade do que ocorreria, Kinsella prepara reviravoltas que não deixam que a leitura se torne desinteressante. Algumas situações poderiam ter sido encurtados para trazer maior dinamicidade à leitura, mas mesmo que tenha ficado cansada as vezes, me vi devorando o livro, curiosa sobre como tudo ia se desenrolar. E o desfecho é aquecer o coração de qualquer apaixonado.

Sei que esse não é o melhor livro da autora, mas aguçou minha vontade de conhecer outras obras. Mas tem que ser mesmo para sempre? fala sobre a lealdade dentro de um casamento, a importância da verdade em qualquer relação e a vontade de superação que nunca pode faltar em nós.

3 comentários

  1. Olá Dreeh!
    Eu só li um livro da Sophie e já virei fã. Sua escrita é leve, divertida, envolvente e não deixa de abordar temas relevantes. Não conhecia essa obra dela mas a trama é bem interessante. Acho que a mensagem passada aqui é de que não existe casamento perfeito pois o SER HUMANO é imperfeito. O podemos fazer é se esforçar para ter uma boa convivência e manter a chama acesa, o que às vezes não é tão fácil assim. Já estava querendo ler algo da Sophie nessas férias mesmo e você me deu a dica perfeita.
    Beijos

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  2. Eu gosto demais do trabalho da autora,mas tudo que fui lendo a respeito deste livro dela, me desanimou um pouco para querer lê-lo!
    Mas acho que é como você citou, sobre não ser o melhor livro da Sophie, mas parece que ela conseguiu construir dois personagens que só acreditavam viverem na perfeição na vida a dois, mas não é bem assim!rs
    Mesmo com tanta coisa negativa que li antes, agora deu vontade ler a obra. Talvez eu consiga a ver como você!
    Beijo

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  3. Olá, dramas conjugais são frequentemente abordados na literatura, porém aqui é nítido que a escrita de Kinsella fala por si só e provê ao leitor uma história divertida e que apresenta uma carga dramática suficiente para prendê-lo aos próximos acontecimentos. Acredito que a autora foi capaz de transmitir exatamente alguns aspectos que com o tempo permeiam qualquer casamento, de modo que é possível se identificar facilmente. Beijos.

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