Livro: Velho são os outros
Autor(a): Andrea Pachá
Editora: Intrínseca
Páginas: 208
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora
Depois de quase vinte anos à frente de uma Vara de Família, cuidando de casos de divórcios, pensão, guarda e convivência familiar, a juíza Andréa Pachá se viu diante de um novo desafio: assumir uma Vara de Sucessões, onde lidaria com julgamentos de inventários, testamentos e curatelas. É a partir das experiências dessas audiências que Pachá desenvolve seu novo livro Velhos são os outros. Com talento singular para transformar as vivências no tribunal em ficção e uma capacidade impressionante de criar personagens muito vívidos e com desejos e motivações com os quais todos se identificam, Pachá narra acasos do tempo, da memória e das relações em família da perspectiva da Justiça mas sobretudo da perspectiva humana. Histórias delicadas, bem-humoradas e emocionantes sobre a longevidade pela qual tantos de nós anseiam — aquela que trará consigo as alegrias, dores, descobertas e perdas que só quem já caminhou bastante pode experimentar.
Quem diz não ter medo de morrer, de certo está mentindo. Podemos ser destemidos na juventude, quando andamos sozinho nas ruas em plena madrugada ou cometemos alguma imprudência no trânsito. A verdade que nos achamos intocados, superiores as fatalidades. Essa coragem mingua quando falamos em envelhecer. Afinal, a morte parece estar cada dia mais próxima. É por isso que ninguém quer ficar velho.
[...] queremos ser adolescentes para experimentar as novidades que a vida traz. Queremos amadurecer para ter autonomia segurança, liberdade. Mas quem quer envelhecer? Depois que a velhice chega, o que vem?
Alguns vão dizer que a velhice não está na idade e sim no espírito... balela. Não importa o quão lúcido você esteja, não importa sua vontade de reviver os melhores momentos de décadas passadas, seu corpo simplesmente não vai acompanhar. E algumas vezes, nem os seus próprios pensamentos. Ou você acha que vai ter paciência para lidar com gente chata eternamente?
A vida é finita, precisamos aceitar isso. Velhos são os outros mostra que a vida não é igual
[...] Há dores e injustiças insuperáveis na vida. Não precisamos aprofundá-las com nossa indiferença.
Tive o prazer de estar com a autora em um evento de divulgação, um momento para ouvi-la falar sobre a experiência de conviver com casos como os descritos e também de conhecer alguns trechos da publicação. Foi tudo que precisei para querer embarcar nessa leitura. Eu conhecia um pouco de seu trabalho através da série Segredo de Justiça, baseada em seu livro homônimo; só que a experiência da leitura é sempre diferente. Além disso, Velhos são os outros traz histórias mais cotidianas e menos impactantes. Palavras dela, não minhas. Mesmo que com intensidades diferentes, fui impactada por todas as histórias que conheci.
O livro é composto por crônicas e depoimentos, todos em primeiras pessoa pela concepção dos próprios idosos. É curioso ver como pessoas com a mesma idade podem ter vidas completamente diferentes. Ele é inspirador por dentro e por fora. A capa cheia de significados esconde uma diagramação simples e um texto nem sempre reconfortante, mas inspirador. Andrea Pachá escreve de forma tranquila, mas nem sempre tão simples. Nada que atrapalhes a compreensão. A autora não limita seus textos e aborta uma ou outra experiência que vão além da idade da pessoa sentada à sua frente. Um dos que mais me tocou fala da burocracia do serviço público e a boa fé que todos deveríamos ter. Mas existem tantas outras passagens interessantes. Eu poderia ficar horas falando sobre isso.
[...] Somos não só o que lembramos, mas também o que lembram de nós.
Por fim, esse não é um livro para os velho, é um livro para a vida. Eu, no auge da arrogância dos vinte e poucos anos, me vi em pequenos trechos de várias das histórias contadas. Ora como o familiar invasivo que tenta tirar a autonomia de um idoso, ora como um ser humano que tem medo de adoecer, de se perder a liberdade, de esquecer. Velho são os outros ajudar o leitor a compreender e aceitar a finitude da nossa vida, nos mostra a importância de respeitar a velhice aleia e incentiva a programar a nossa própria.
Olá Dreeh!
ResponderExcluirSem dúvida esse é um livro muito inspirador que irá quebrar vários paradigmas sobre o tema. Suas palavras podem parecer impactantes num primeiro momento mas são a mais pura verdade. A gente acha que compreende a velhice, que sabe o que é melhor paro os nossos idosos, mas será que sabemos mesmo? Eu não conheço a autora mas já quero ler o livro pois ele parece nos fazer refletir bastante e certamente trará paz de espírito para algumas questões.
Beijos
Desde o título proposto, este livro parece daqueles que são quase que obrigatórios a todos nós!
ResponderExcluirEnvelhecer é uma arte, mas saber envelhecer é para poucos!
Amo nossa literatura nacional, ainda mais quando ela nos é apresentada com um conteúdo tão grandioso!
Com certeza, vai para a lista de mais desejados!!!
Beijo
Olá, a obra traz uma questão muito interessante sobre o envelhecimento, afinal é fato mesmo que todos desejam manter a juventude para sempre. A autora consegue evidenciar a complexidade dos fatos relacionados à velhice de uma forma ampla e criteriosa, mostrando aos mais novos que a velhice pode ser igual em se tratando do aspecto físico, porém é bastante singular em relação à mente. Beijos.
ResponderExcluirNão é o tipo de leitura que estou acostumada, mas achei super interessante.
ResponderExcluirSempre bom ler sobre envelhecimento pois é algo que por todos nós iremos passar, mesmo que todos desejem ser jovens para sempre.
beijinhos
She is a Bookaholic
Olá! Essa é a primeira resenha que leio desse livro, lidar com a velhice é complicado, seja ela sua ou dos outros, não deveria já todos nós vamos passa por isso, fiquei mega curiosa em conferi tudo que foi dito aqui, preciso desse livro pra ontem.
ResponderExcluirBjs