04 janeiro 2018

Resenha - Perto o bastante para tocar, Colleen Oakley


Livro: Perto o bastante para tocar
Autor(a): Colleen Oakley
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 350
Adquira: Submarino | Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora
Jubilee Jenkins é uma jovem com uma condição médica rara: ela é alérgica ao toque de outros humanos. Depois de uma humilhante experiência de quase morte na escola, Jubilee tornou-se uma reclusa, vivendo os últimos nove anos nos confins da pequena Nova Jersey, na casa que sua mãe deixou quando fugiu com um empresário de Long Island. Mas agora, sua mãe está morta, e, sem seu apoio financeiro, Jubilee é forçada a sair de casa e encarar o mundo do qual tem se escondido - e as pessoas que o habitam. Uma dessas pessoa é Erik Keegan, um homem que acabou de se mudar para a cidade por causa de seu trabalho e que está lutando para descobrir como sua vida saiu dos livros. Até que um dia, ele conhece uma mulher misteriosa chamada Jubilee...


Jubilee Jenkins perdeu alguns anos da sua infância visitando hospitais e consultórios até descobrir que era portadora de uma alergia raríssima. Seu organismo não produzia uma entre as milhares de proteínas que compõe a pele humana, o que fazia seu corpo reagir violentamente sempre que era tocada. Ser alérgica a outras pessoas mudou a maneira como Jubilee interagia com o mundo e até a forma como se vestia, já que também precisava evitar o contato indireto através dos objeto. Mas nada mudou tanto a sua vida quanto aquele incidente no último dia do ensino médio, quando ela decidiu que nunca mais sairia de casa.

Uma vez, um garoto me beijou e eu quase morri.

Nos últimos nove anos ela morou sozinha na casa que sua mãe lhe deixou, sem nunca chegar ao menos da varanda. Ela descobriu um jeito de viver sem nunca precisar interagir pessoalmente com outra pessoa. As compras do supermercado eram entregues, o lixo era recolhido na porta dos fundos, os estudos eram a distancia, as contas pagas online, assim como os jogos que a distraiam... Ela até tentou trabalhar de casa, mas aquilo não daria certo. Então a ajuda financeira que sua mãe lhe enviava mensalmente era essencial para que ela não morresse de fome, entediada ou fosse despejada. Mas agora que ela ficou órfã, Jubilee precisa enfrentar seus maiores medos e sair de casa.

Erik Keegan está em um momento conturbado de sua vida. Seu casamento acabou, sua filha adolescente não se recusa a falar com ele, seu melhor amigo e a esposa morreram em um trágico acidente de avião, deixando sob ele a responsabilidade de cuidar do pequeno Aja, de 10 anos e ele continua abrindo mão de sua vida em busca da sociedade do escritório onde trabalha.

O trabalho o levou para Nova Jersey, onde ficaria perto da irmã, mas a algumas horas sua família. Aja não gostava de mudanças, mesmo que temporária, mas ele não tinha muita escolha. O garoto, que é um grande fã dos X-Men, se tornou introvertido desde a morte dos pais. Qualquer tentativa de Erik de uma diálogo mais profundo, só causavam transtornos ou colocavam tristeza nos olhos do menino.

Os três se encontram pela primeira vez na biblioteca da cidade e de uma maneira meio desajeitada, começam a construir um relacionamento que poderá ajudá-los a transpor os obstáculos impostos ou autoimpostos em suas vidas.

Amar as pessoas, confiar nas pessoas. É sempre um risco. E só há um jeito de descobrir se vale a pena.

Você pode nunca ter ouvido falar da Colleen Oakley, mas com certeza já viu seus livros por ai. Inegavelmente, suas capas lembram as da Jojo Moyes e isso foi o que me deixou mais instigada quando conheci seu primeiro livro, o Antes de Partir. A autora mais uma vez conseguiu me conquistar com um sick-lit, mas apesar dessa história ser muito menos mórbida que a anterior, não fui arrebatada como imaginei.

Perto o bastante para tocar é narrado em primeira pessoa, alternando a visão entre Jubilee e Erik. A história de inicia lentamente, aprofundando os dilemas individuais dos protagonistas e mesmo após o breve momento em que se conhecem, leva um tempo até que suas vidas sejam entrelaçadas de forma concreta. Erik camufla suas intenções iniciais com a gratidão que sente pro ela, mas a verdade é que a garota que nunca tira as luvas começa a visitar constantemente seus sonhos.

A escrita da autora é fluida, mas achei a história um tantinho cansativa. Em alguns momentos eu lia como se não houvesse amanha, em outros ficava me controlando para não pular algumas páginas e ver o que aconteceria mais a frente. O romance foi sutil, emocionante e assim como a trajetória de Jubilee, me impulsionavam a seguir a diante. Porém o drama de Aja exigia muito da minha paciência. Não nego que a intenção da autora em aprofundar um assunto tão delicado como o luto foi ótimo, mas não consegui me envolver.

É claro que os relacionamentos não se dissolvem por causa de um evento ou uma briga. São na verdade centenas de golpes dados ao longo do tempo - golpes no queixo, socos no rosto, cruzados certeiros. Mas alguns a gente nem sente e então, antes de se dar conta, você está no chão, vendo estrelas e se perguntando como deixou chegar naquele ponto.

A verdade é que esse é um livro de muitas tramas e alguns personagem secundário tiveram a uma chance de se destacar. Madison é um daqueles personagens que nos faz refletir sobre as coisas sem noção que fazemos quando jovens. Por mais certinho que você seja, tem algum momento que te envergonha. Nem que seja aquele tchauzinho pro crush juvenil. Tive uma relação de amor e ódio com ela e com Ellie, a filha de Erik. Relações familiares é um dos temas mais recorrentes na história, já que está presente em todos os núcleos. Cônjuges, filhos, pais, irmãos... nem sempre a família é um mar de rosas, né?

O final me surpreendeu, muito! Por mais que eu ansiasse por ele, não imaginava que a autora nos presentearia com lágrimas de felicidade. Principalmente por ela ter conduzido o desfecho de uma maneira mais crível ao invés do conto de fadas onde o príncipe beija a princesa e todos são felizes para sempre.

O leitor que estiver a procura de um drama, pode apostar que Oakley irá lhe agradar.

7 comentários

  1. Confesso que não conhecia o livro e realmente a capa traz aquela pitadinha das capas da Jojo. Não que isso seja ruim,mas seria isso criar expectativas?
    Bem, me lembrou também um filme que não vou conseguir lembrar o nome, onde a menina vivia reclusa por não poder ter contato com ninguém.
    Tá, é diferente deste em muitos pontos, mas que lembrou, isso lembrou.
    Família, família...nunca é um mar de rosas.rs e isso nem é tão ruim.
    Espero ter a oportunidade de ler sim!
    Beijo

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  2. Oi! Acho que foi um desafio e tanto para a Jubilee sair de casa, ter uma vida normal como as outras pessoas, encarar o mundo mesmo. E ver o desenvolvimento (convivência) dela durante toda a história, deve ser fantástico. E também deve ser um desafio para o Erik ter esse novo envolvimento (mesmo que seja pouco a pouco), após estar passando por tantas coisas na vida.

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  3. Dreeh!
    Gosto quando podemos ter mais de uma perspectiva, como aqui com os pontos de vista de Jubilee e Erik, fica uma visão mais amplia.
    E se dá para dar umas boas risadas, acho maravilhoso, gosto de texto hilários.
    E ainda com uma ótima escrita, mesmo que em alguns trechos você tenha achado a leitura um tanto cansativa.
    Desejo Um ótimo final de semana e Novo Ano repleto de realizações!!
    “Chega de velhas desculpas e velhas atitudes! Que o ano novo traga vida nova, como o rio que sai lavando e levando tudo por onde passa.” (Desconhecido)
    cheirinhos
    Rudy
    1º TOP COMENTARISTA do ano 3 livros + Kit de papelaria, 3 ganhadores, participem!

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  4. Olá Dreeh!
    Ahh eu adorei quando li Antes de Partir, a autora me conquistou.
    Não vejo a hora de ler esse também. Amei a resenha!
    Beijos!

    Books & Impressions

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  5. Oi Dreeh!
    Eu já sabia que esse livro tinha uma história linda, tanto que está nos meus desejados a um tempo. Apesar de ser um romance com um lado clichê (porque sim, achei o romance deles clichê), a autora criou também um enredo original com a doença da personagem, acredito que para o leitor deve ter sido muito emocionante acompanhar a Jubilee e o Erik, e o relacionamento deles, já que ela não poderia ser tocada. Bom saber que a autora criou um bom final para o livro.
    Beijos

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  6. Achei muito bonita a capa deste livro, que bom que a escrita da autora é fluida, uma pena você ter achado a história um pouco cansativa, que bom que o final te surpreendeu, gosto de livros com finais surpreendentes, pretendo ler Perto o bastante para tocar em breve.

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  7. Eu gosto muito desses livros que falam sobre problemas ou com raras condições médicas até porque sempre proporcionam a gente a entender mais sobre essas coisas de resto eu adorei a seleção a escrita da autora pelo que eu vi é fluida e fácil de ser lido isso espero que tenha um final fofo porque de finais triste Já basta os que tem na minha vida

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