25 outubro 2019

Resenha - Daqui pra baixo, Jason Reynolds


Livro: Daqui pra baixo
Autor(a): Jason Reynolds
Editora: Intrínseca
Páginas: 320
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora
Will perdeu o irmão para a violência. Agora, precisa enfrentar sua realidade e descobrir se a vingança é capaz de aplacar sua dor. Aos 15 anos, Will conhece intimamente a violência. Ela está à espreita no dia a dia de seu bairro, nos avisos para que não volte tarde para casa, nos sussurros dos vizinhos sobre mais uma pessoa que foi morta. Dessa vez, os sussurros são sobre seu irmão mais velho. Shawn foi assassinado na rua onde a família mora. Contado do ponto de vista de Will, Daqui pra Baixo é uma narrativa ágil que se passa em pouco mais de um minuto — o tempo que o elevador do prédio leva para chegar ao térreo. Esse é o tempo que Will tem para descobrir se vai seguir as regras de sua comunidade ou se é possível não perpetuar o ciclo de violência. A regra número 1 é não chorar. A número 2, nunca dedurar alguém. A terceira, a crucial: se fazem algo com você ou com os seus, é preciso se vingar. A curta trajetória do elevador é ritmada pelas paradas em cada andar e por aqueles que aos poucos ocupam a cabine e os pensamentos de Will. Cada rosto tem uma história de vida e de morte. Will, em questão de segundos, vai definir a dele. Originalmente escrito em prosa, depois em verso, Daqui Pra Baixo faz a emoção — a confusão, a revolta, o medo — de um garoto armado que sai para vingar o irmão crescer também no peito de quem lê. Um livro impossível de ignorar.


William Holloman é um jovem de 15 anos que mora em um bairro violento dos Estados Unidos com sua família. Ele conhece de perto a dor de viver nessa cruel realidade, sempre com o receio de ser a próxima vítima que amanhecerá sem vida nas esquinas das ruas de onde reside.

Mas a vítima da vez é Shawn, seu irmão mais velho. E agora Will precisa tomar uma importante decisão: Seguir as regras locais e vingar a morte de Shawn ou sofrer essa dolorosa perda sem fazer nada - enquanto o assassino permanece impune.

Desde cedo Will aprendeu com Shawn as três regras daquela comunidade, 1) Nunca Chorar; 2) Nunca dedurar alguém; 3) Se vingar sempre, aconteça o que acontecer. E é com essas regras em mente e com a certeza da identidade do assassino que ele sai armado em direção ao elevador. Ele quer justiça e quer fazê-la com as próprias mãos.

As regras nunca devem ser quebradas.
As regras são feitas pra gente quebrada
seguir.

Do sétimo andar ao térreo, o elevador vai parando e recebendo passageiros com grande relevância no passado do nosso protagonista, cada qual com sua história de vida e morte e com uma reflexão diferente relacionada a vingança que ele busca. E é nesses 67 segundos dentro do elevador que toda dor e angustia de Will são expostas, remexidas e confrontadas, mostrando o impacto que esse ciclo de violência causou e vem causando na vida do garoto, de sua família e de seus amigos.

Com uma escrita poética e melancólica, o autor nos permite sentir na pele toda a tristeza e sensação de impotência vivida por Will. E muito dessa dor se espelha na nossa atual sociedade. Sociedade essa que ainda peca muito nos quesitos segurança e justiça. Um livro dolorosamente lindo e que precisa ser lido e sentido por todos.



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