25 abril 2017

Resenha - Caraval, Stephanie Garber


Livro: Caraval (#1)
Autor(a): Stephanie Garber
Editora: Novo Conceito
Páginas: 400
Adquira: Saraiva
Livro cedido através da parceria com a editora
Scarlett nunca saiu da pequena ilha onde ela e sua irmã, Donatella, vivem com seu cruel e poderoso pai, o Governador Dragna. Desde criança, Scarlett sonha em conhecer o Mestre Lenda do Caraval, e por isso chegou a escrever cartas a ele, mas nunca obtivera resposta. Agora, já crescida e temerosa do pai, ela está de casamento marcado com um misterioso conde, e certamente não terá mais a chance de encontrar Lenda e sua trupe, mas isso não a impede de escrever uma carta de despedida a ele. Dessa vez o convite para participar do Caraval finalmente chega à Scarlett. No entanto, aceitá-los está fora de cogitação, Scarlett não pretende desobedecer ao pai. Sendo assim, Donattela, com a ajuda de um misterioso marinheiro, sequestra e leva Scarlett para o espetáculo. Mas, assim que chegam, Donattela desaparece, e Scarlett precisa encontrá-la o mais rápido possível. O Caraval é um jogo elaborado, que precisa de toda a astúcia dos participantes. Será que Scarlett saberá jogar? Ela tem apenas cinco dias para encontrar sua irmã e vencer esta jornada.


Scarlett e Donattela cresceram ouvindo as histórias que sua avó contava sobre o Caraval. Ao comando do Mestre Lenda, o evento acontece anualmente, sempre em um local diferente. Ele é uma espécie de espetáculo de luxo onde os convidados podem escolher entre apenas assistir ou participar de uma caça ao tesouro, que concede um prêmio diferente a cada ano. Com uma dose extra de magia, o Caraval pode ser cruel com quem decide brincar, já que há uma linha tênue entre a realidade e a fantasia. Só que isso não afasta as pessoas, ao contrário.

O que quer que tenha ouvido sobre o Caraval não se compara à realidade. É mais do que só um jogo ou apresentação. É a coisa mais parecida com magia que você verá neste mundo.

Quando sua mãe partiu sem ao menos se despedir, Scarlett decidiu mandar uma carta ao Mestre Lenda. Elas nunca saíam da Ilha de Trista, mas se a caravana pudesse ir até elas, seria uma bela forma de devolver um pouco da alegria a sua irmã mais nova. Acontece que Lenda nuca a respondeu. Não pelos sete anos seguintes, quando ela finalmente desistiu de conhecê-lo.

Se antes já seria impossível sair de Trista sem despertar a fúria de seu pai, agora que ela estava de casamento marcado, essa ideia nem poderia ser considerada. Só que Donattela parece não enxergar a situação da mesma forma. Impulsiva e inconsequente, ela sequestra a irmã e, com a ajuda de um marinheiro, partem em direção a Isla de los sueños. Se Scar insistia que o melhor futuro era um casamento arranjado com um homem que ela nem sabe o nome, que assim fosse! Mas antes ela teria que enfrentar um pouquinho da magia com a qual sempre sonhou.

- Acho que você esqueceu como é viver, e sua irmã esta tentando fazê-la lembrar [...]

Livro de estreia da estadunidense Stephanie Garber, Caraval é o primeiro livro de uma duologia e já teve seus direitos de adaptação comprados pela Century Fox. Narrado em terceira pessoa, a história acompanha os passos de Scarlett durante a aventura que é o Caraval. A escrita da autora é simples, apesar da quantidade de metáforas, porém não há uma constância e ela acaba alterna entre momentos instigantes e arrastados. Não que isso realmente faça diferença, já que abandonar a leitura não é uma opção.

Envolto em muito mistério, o leitor precisa ficar atento a tudo se quiser desvendar as charadas antes da protagonista. Não acredite em nada, não acredite em ninguém e preste atenção em absolutamente tudo que é mencionado. O botão mais desinteressante pode ser a chave para as respostas que você procura.

Os portões principais fecham à meia-noite, no décimo terceiro dia da Estação Germinal, durante o 57º ano da Dinastia Elantine. Qualquer pessoa que chegue depois disso não será capaz de participar do jogo, em de conquistar o prêmio desse ano, que é um desejo.

Assim como os participantes/espectadores, o leitor é envolvido pela magia do Caraval. Não da pra explicar o fascínio exercido por ele, mas imagino que seja como entrar no Magic Kingdom. É um mundo onde a mágica acontece a todo o instante, mas você não pode esquecer que há muitos atores trabalhando para torna-la real. Só que há um grande porém nesse sonho: ele é bem macabro. Por trás de do glitter e dos sorrisos, há intenções que estão longe da beleza que eles querem passar.

Conforme a história vai avançando, vamos conhecendo também sobre a vida da protagonista. Logo de início conhecemos seu pai controlador e violento, mas ele não foi assim desde sempre. A história que envolve sua avó e a edição em que participou do Caraval também tem mais coisas do que nos é contato em um primeiro momento. Ou seja, a autora dosa bem a quantidade de informação que é passada ao leitor. Além de não nos sobrecarregar, ela ainda nos mantém presos na história por mais tempo.

 - Você mergulha muito rápido no medo - afirmou Nigel. - O que pensa sobre o destino só se aplica ao passado. Nosso futuro só é previsível porque, como criaturas desse mundo, nós somos previsíveis.

Adoro quando os autores recheiam suas histórias  com personagens imperfeitos. Isso nos aproxima deles e ajuda o leitor a criar uma empatia maior por eles, mas achei que os extremos apresentados pela autora fizeram um desserviço ao livro. Scarlett é passiva ao extremo! Muitas coisas aconteceram em sua vida e acabaram por influenciar na pessoa que ela se tornou, mais pra tudo existe limite. São necessárias alguns muitos capítulos para que ela finalmente perceba que não tem muita opção além de se entregar verdadeiramente ao jogo. Donattela é totalmente o contrario da irmã, mas me incomodou da mesma forma. Não me importa que ela aja com boas intenções, continuo achando-a bem egoísta.

Ao passo que Scarlett quase sempre temia os homens, Tella era o oposto, sempre perseguindo os rapazes errados, na esperança de que um deles pudesse oferecer o amor que o pai negava.

Muitos personagens são necessário para que o jogo funcione perfeitamente, mais nenhum deles ganha verdadeiro destaque. O Mestre Lenda, apesar de ser muito citado, é uma incógnita absoluta. Como teremos uma continuação, estou na esperança de que esse mistério possa ser desvendado.

Para mim o melhor personagem foi o Julian. Ele é equilibrado e mesmo com todos os seus segredos e inverdades, não consegui não torcer para que tivesse um desfecho feliz. É bem óbvio que ele irá se envolver de alguma forma com Scarlatt, nem que seja apenas para atingir seus objetivos. Porém ele se mostrou bem mais importante que isso. E agora que terminei a história, eu parei para refletir sobre várias cenas dele e percebi que deixei passar muita informação.

Não lhe parecia justo que alguém tão irritante pudesse ter uma aparência tão próxima da perfeição.

Mérito total da autora, é sua capacidade de nos manter presos ao livros. Tudo por conta das suas reviravoltas. A história tem um q de previsível e de fato algumas coisas são bem clichês, mas também há tanta surpresa que você começa a duvidar da sua capacidade de dedução. Essa é, literalmente, uma história onde tudo é possível. Somos induzidos a (des)acreditar em várias coisas, só para que, no momento seguinte, tenhamos uma visão totalmente diferente dos fatos. Se o leitor não tomar cuidado a história pode da um nó na sua cabeça. E desde já fica o aviso: não tire nenhum conclusão até chegar no ponto final.

No Brasil, o lançamento oficial de Caraval acontece em junho e por isso não tive acesso a edição física do livro, mas já deu para perceber que a editora Novo Conceito está caprichando. A capa é uma adaptação da original e trás esse jogo de cores belíssimo e bem lúdico. Dependendo das aplicações que forem colocadas, vai ficar espetacular. Também há algumas cartas e bilhetes ao longo do texto, que oferecem oportunidade para incluir uma tipografia diferente e alguns adornos. Eu estou muito curiosa para saber como vai ficar.

Antes, Scarlett sempre sentia que não tinha escolha. Agora, começava a perceber que tinha. Só precisava ser corajosa o bastante para fazer as escolhas difíceis.

Surpreendente é a palavra que melhor define Caraval. Desafio você a ler esse new adult repleto de fantasia sem ficar estarrecido no final.

3 comentários

  1. Dreeh!
    Confesso que achei que o livro não seria lá essas coisas, que estaria mais envolvido com a mágica em si, de mágicos mesmo e que grata surpresa ver que na é o que parece, que tem muitas reviravoltas e que participamos como leitores para ir desvendando toda trama da protagonista e vivenciando suas pró´rias experiências.
    “Preferi sempre a loucura das paixões à sabedoria da indiferença.” (Anatole France)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!

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  2. Segunda resenha que leio sobre este livro e já quero demais conhecer a história por trás deste mundo de aventuras, cumplicidade e porque não, magia?
    A Novo Conceito sempre arrasa e podemos esperar uma edição maravilhosa!!!
    Aguardar e conferir!
    Beijo

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  3. Quero ler esse livro, esta sendo bem elogiado. Fiquei intrigada com esse mistério todo que envolve a trama, deve deixar o leitor ávido por respostas. Deve ser uma leitura minuciosa para não perder os detalhes, pois é difícil desvendar os segredos quando não se sabe em quem pode confiar.

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