Clube da Liga - Pequenas Grandes Mentiras, Liane Moriarty

Pequenas grandes mentiras conta a história de três mulheres, cada uma delas diante de uma encruzilhada. Madeline é forte e decidida. No segundo casamento, está muito chateada porque a filha do primeiro relacionamento quer morar com o pai e a jovem madrasta. Não bastasse isso, Skye, a filha do ex-marido com a nova mulher, está matriculada no mesmo jardim de infância da caçula de Madeline. Celeste, mãe dos gêmeos Max e Josh, é uma mulher invejável. É magra, rica e bonita, e seu casamento com Perry parece perfeito demais para ser verdade. Celeste e Madeleine ficam amigas de Jane, a jovem mãe solteira que se mudou para a cidade com o filho, Ziggy, fruto de uma noite malsucedida. Quando Ziggy é acusado de bullying, as opiniões dos pais se dividem. As tensões nos pequenos grupos de mães vão aumentando até a fatídica reunião de pais, onde alguém morre. Pais e professores têm impressões frequentemente contraditórias e a verdade fica difícil de ser alcançada. Ao colocar em cena ex-maridos e segundas esposas, mãe e filhas, violência e escândalos familiares, Liane Moriarty escreveu um livro viciante, inteligente e bem-humorado, com observações perspicazes sobre a natureza humana.

SÉRIE: Volume Único
AUTOR: Liane Moriarty
EDITORA: Intrínseca	EDIÇÃO: 2015
CONCEITO: 5 estrelas	PÁGINAS: 400
ADQUIRA: Saraiva | Submarino | Buscapé
Livro cedido através da parceria com a editora Adicione no SKOOB

Pequenas Grandes Mentiras é um daqueles livros difíceis de resenhar. Amei o que li por mil e um motivos, mas poucos deles podem ser expostos abertamente nesta resenha sem que eu estrague a surpresa da leitura de vocês. Para começar, leiam a sinopse. Eu editei uma pequena parte - a que está em itálico - pois considero a informação um pequeno spoiler. Leu? Então vamos lá.

É a noite do concurso de perguntas, uma reunião dos pais da Escola Pública de Pirriwee com o intuito de arrecadar fundos para a escola. Só que as coisas parecem estar fora de controle. Há confusão, gritaria e uma sirene. O que aconteceu? Alguém morreu.

Detetive Adrian Quinlan: Vou ser bem claro: isso não é um circo. É uma investigação de assassinato.

A história é narrada em terceira pessoa, em dois tempos e de duas formas diferentes. Retrocedemos seis meses, até o início do ano letivo da turma do Jardim de Infância. Conhecemos o universo daqueles pais e mães, e principalmente sobre a vida das protagonistas. Paralelamente - no fim de cada capítulos, para ser mais exata - temos trechos dos depoimentos que compõem a investigação criminal. A história começa meio confusa porque somos apresentados, de uma única vez, a muitos personagens e isso deixa a leitura lenta. Mas é questão de costume. Depois de alguns capítulos você se familiariza com aqueles nomes e começa a perceber em quais deve reparar mais... Dai, não da mais para largar o livro.

Apesar de ser o grande mistério do livro, se engana quem pensa que os grandes questionamentos giram em torno do assassinado. Quem morreu, quem matou.. sério, essas perguntas não representam 1% das dúvidas que pairam sobre a cabeça dos leitores.

Liane inseriu muitos assuntos polêmicos numa única história, mas sem deixar que ela ficasse pesada para o leitor. São pequenas grandes mentiras, que contamos sem pensar e que podem tomar proporções de verdade.Em sua grande maioria, questões familiares que devem gerar uma discussão saudável. Portanto, faça como nós e proponha aos amigos uma leitura em grupo.

Alguém realmente conhecia o próprio filho?
Filhos eram pequenos estranhos, sempre mudando, desaparecendo e se reapresentando aos pais. Novos traços de personalidade podiam surgir da noite para o dia.

Nossa discussão foi muito bacana. Por ter como principal ambientação um jardim de infância, a história fala muito sobre filhos e a criação destes. Pela segunda vez percebemos o quanto nossas experiências influenciam nosso julgamento do livro! Várias meninas do clube tem filhos, a maioria pequenos, então os assuntos em torno disso renderam bastante. Até onde devemos confiar em uma criança? Como se relacionar com seu ex-marido quando vocês tem um filho adolescente? Mas sem dúvidas a melhor parte foram as teorias que cada um propôs. Simplesmente morri de rir com a Paty e a teoria do assassinato por asfixia erótica (sorry, vocês terão que ler para entender!). Há muitas pontas soltas e alguns conseguiram adivinhar um ou outro mistério. Por exemplo, eu identifiquei logo sobre a prática do bullying, mas não é nada fácil. Uma dica para quem começar a leitura: suspeite de tudo e de todos, pois nem tudo o que parece é.

Mas nem só de polêmica vive o livro. Temos algumas criticas a nossa sociedade atual que são feitas de forma tão sutil que, se você piscar, não percebe o que passou. Separei duas delas para vocês.

[...] Poderia  voltar ao Blue Blues, comprar um café e depois tirar uma foto pretensamente artística da xícara apoiada em uma cerca com o mar ao fundo e postá-la no Facebook com a legenda: Pausa do trabalho! Que Sorte! As pessoas escreveriam: Inveja!Se exibisse no facebook como sua vida era perfeita, talvez também começasse a acreditar.

Alguém não se identificou com esse quote?
Não é de hoje que digo isso: vivemos num mundo de aparências. O fácil acesso a internet, o ápice das redes sociais... Não vou dar uma de rogada, adoro compartilhar as coisas no meu facebook (eu amo fotos, e vocês sabem muito bem disso), mas parem um dia para analisar a sua timeline e vocês irão perceber que há pessoas que vivem para exibir e não compartilhar. Parece que, o que não pode ser posto na rede não tem graça de fazer. Calma ai galera, vamos viver mais a vida offline.

- A garota no carro à minha frente é uma idiota porque está dirigindo e usando o celular ao mesmo tempo - disse Madeline.
- Que nem quando você liga para o papai para dizer que a gente está atrasada? - perguntou Chloe. [...]
- Sim! E dei um telefonema rápido. Não mandei mensagem! A pessoa tem que tirar os olhos da rua para digitar.  Fazer isso enquanto dirige é ilegal e muito feito, e você tem que prometer que nunca vai fazer isso quando for adolescente.
Sua voz tremeu um pouco ao imaginar Chloe adolescente dirigindo um carro.
- Mas dar um telefonema rápido a gente pode? - conferiu Chloe;
- Não! Isso é ilegal também - respondeu Madeline.
- Então quer dizer que você desobedeceu a lei - disse Chloe, com satisfação - Como um ladrão.

Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.
Alguém já pensou como isso pode confundir a cabeça de uma criança? Para elas não existe aquele velho jeitinho. Ou é certo, ou é errado. Chloe, a menininha em questão, tem cindo anos de idade e muito sabiamente reconheceu essa atitude da mãe. Esse trecho aparece logo no segundo capítulo e me remeteu muito ao título do livro. Me fez questionar sobre a forma como vivemos, como criamos nossos filhos.

Esse é o segundo livro da autora que tenho o prazer de ler e já digo que quero todos os que ela vier a publicar. Liane tem uma narrativa envolvente, que instiga. Sempre com uma pegada investigativa, ela trás mulheres reais, com problemas que mexem com o nosso senso critico.

O ritmo lendo com qual Pequenas Grandes Mentiras é contado parece proposital. Se tudo fosse muito rápido, muito intenso, o leitor dificilmente repararia nas pequenas pistas soltas ao longo do livro. Por isso insistam na leitura e vocês não irão se decepcionar.


O Clube do Livro da Liga é formado por amigos que resolveram arriscar uma leitura coletiva e se surpreenderam com a interação que foi proporcionada. Temos muitos gostos e ideias em comum, além de muitas discussões e risadas. Ninguém nunca irá nos entender, ainda bem. Os blogs: Este Já Li | Leitora Viciada | Leituras da Paty | Livros e Chocolate | Mais que Livros | Meus Livros Meu Mundo | MoonLight Books | Prazer, Me Chamo Livro | SA Revista | Segredos Entre Amigas | Todas as Coisas do Meu Mundo

REGRAS OBRIGATÓRIAS:
1. Ter endereço fixo no Brasil
2. Comentar na resenha de um dos blogs participantes (links acima)

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1. A promoção começa dia 27/04 e termina dia 24/05.
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