Resenha - Liberta-me, Tahereh Mafi

Liberta-me é o segundo livro da trilogia de Tahereh Mafi. Se no primeiro, Estilhaça-me, importava garantir a sobrevivência e fugir das atrocidades do Restabelecimento, em Liberta-me é possível sentir toda a sensibilidade e tristeza que emanam do coração da heroína, Juliette. Abandonada à própria sorte, impossibilitada de tocar qualquer ser humano, Juliette vai procurar entender os movimentos de seu coração, a maneira como seus sentimentos se confundem e até onde ela pode realmente ir para ter o controle de sua própria vida. Uma metáfora para a vida de jovens de todas as idades que também enfrentam uma espécie de distopia moderna, em que dúvidas e medos caminham lado a lado com a esperança, o desejo e o amor. A bela escrita de Tahereh Mafi está de volta ainda mais vigorosa e extasiante.

SÉRIE: Estilhaça-me #2
AUTOR: Tahereh Mafi
EDITORA:Novo Conceito				EDIÇÃO: 2013
CONCEITO: 5 estrelas				PÁGINAS: 444
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CUIDADO ESSA RESENHA POSSUI SPOILER DO LIVRO ANTERIOR

LEIA A RESENHA DE ESTILHAÇA-ME.

Juliette e seus amigos foram recebidos no Ponto Ômega por Castle, o líder da resistência construída para pessoas que como ela, possui algum tipo de poder e querem se unir para derrubar o Restabelecimento. Agora Juliette precisa entender como usar os seus poderes e aceitar o dom ou maldição que ela possui, ela não pode tocar em ninguém sem sugar a vida que há em quem receber seu toque, e embora isso pareça extremamente ruim, embora sua vida não seja normal e tudo em sua volta pareça desmoronar, Juliette precisa se aceitar da forma que é, e precisa aprender a usar suas energias para derrubar o Restabelecimento e mostrar aos cidadãos que ainda há esperanças neste mundo e que eles não precisam concordar com as regras impostas por esse sistema que vem os escravizando com um regime repleto de explorações e destruindo a Terra em que habitam.  

Devo controlar minha Energia, disse Castle. Nossos dons são formas diferentes de Energia. A matéria nunca é criada ou destruída, ele me contou, e, como nosso mundo mudou, a Energia contida nele mudou também. Nossas habilidades são tiradas do universo, de outras matérias, de outras Energias. Não somos aberrações. Somos inevitabilidades das perversas manipulações de nossa Terra. (pág.10)

Mas para nossa protagonista não está sendo uma tarefa fácil se aceitar e entender os seus poderes, ainda mais quando Adam vem mostrando um comportamento estranho e ela descobre o real motivo que envolve tal comportamento. Juliette agora precisa se manter afastada de Adam e focar verdadeiramente em seu treinamento com Kenji, o único que aceitou treina-la mesmo conhecendo e sabendo do perigo de seu toque. E a partir de tais treinos muitas descobertas são feitas e uma grande amizade nasce entre os dois.

Disse a ele que sempre me vi como um tipo de versão doentia de uma planta carnívora, e ele falou: Ah, MEU DEUS. Sim. SIM. Você é exatamente assim. Caramba, sim. Bonita o bastante para atrair a presa, ele disse. Forte o bastante para apertar e destruir, ele disse. Venenosa o suficiente para digerir as vítimas quando a carne entra em contato. (pág.169)

Devido ao fato de todos temerem seu toque, Juliette foi convocada por Castle para interrogar Warner, que está sendo mantido como prisioneiro no Ponto Ômega. E devido também ao fato de Warner mostrar um grande afeto pela nossa protagonista, Castle acredita que a menina será capaz de tirar informações valiosas do rapaz. Mas Warner, assim como Adam, pode tocá-la e isto preocupa a menina. Porém ao entrar no local onde Warner está preso Juliette tem uma grande surpresa, Warner tem o poder de tocar não somente a sua pele, mas também seu coração e a partir daí, dúvidas surgem e colocam em questionamento seus sentimentos por Adam.

Em Liberta-me se consolida o triângulo amoroso entre Juliette, Adam e Warner, e embora Adam nos ganhe em Estilhaça-me, tenho que confessar que Warner agora rouba a cena e nos deixa assustadoramente encantadas. Tenho que dizer que nossa opinião neste livro é drasticamente alterada, fazendo-nos torcer pelo que antes parecia tão errado mais que agora parece fazer todo o sentido.

Tahereh Mafi tem um jeito único e intenso de escrever, e para entender essa escrita é realmente necessário conhecer melhor sua obra. Embora haja um triângulo amoroso na série, tenho que dizer que isso não é abordado como foco principal, à autora construiu muito bem os alicerces para está distopia e trabalhou bastante a personalidade de cada personagem. Indico a história para os fãs de distopia, tenho certeza que o mundo criado pela autora ainda encantará muitos leitores.

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