Resenha - Prenda-me, por favor!, Catharina Ingelman-Sundberg

SÉRIE: Volume Único

AUTOR: Catharina Ingelman-Sundberg

PÁGINAS: 336

CONCEITO: 4 estrelas

Livro de parceria cedido pela Editora Gutemberg.

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 - Você sabe, estou pensando em uma coisa. Na prisão, as pessoas são autorizadas a sair para tomar ar fresco ou para tomar sol todos os dias, mas nós, aqui, quase nunca saímos.

- Sair para tomas ar fresco, não sei se podemos chamar assim, claro.

- Os presos podem sair no ar fresco sim, pelo menos em um pátio da prisão, e se servem de comida bem dieta, nutritiva, e podem trabalhar na oficina. Ele tem, sim, uma vida melhor que a nossa.

- Uma oficina para trabalhar? – Snillet acordou de novo.

- Você entende? Eu posso querer morrer jovem ou mais tarde possível, mas quero viver a vida como el é, enquanto eu puder. – A essa altura, ela inclinou-se para Snillet e disse alguma coisa no seu ouvido. Ele reagiu, abrindo bem os olhos, e abanou a cabeça. Mas Martha não desistiu. (pág. 28)

  

A gangue do coral, como era conhecida os amigos Martha, Krattan, Stina, Snillet e Anna-Greta, morava no Lar Diamante – uma casa de repouso em Estocolmo. Quando o local é vendido, as coisas ficam bem complicadas para seus moradores. A nova administração decide lucrar em cima dos idosos do lar e tudo piora, e muito, sua qualidade. A comida é racionada, o tratamento com eles é horrível e nem mais direito a exercícios ou passeios os idosos tem. Essa não é a vida que Martha deseja para os seus últimos dias! Ainda mais sabendo que em certo presidio da Suécia, os internos possuem uma vida melhor que eles, que estão ali – teoricamente - em liberdade. Martha é a grande líder, mas cada um possui seus pontos fortes e todos juntos formam uma gangue imbatível. Eles se preparam para executar um assalto perfeito! A fuga do asilo é apenas o inicio da às aventuras da gangue dos aposentados.  Que se envolvem em muitas situações hilárias, na busca da tão sonhada vida na cadeia...

Eu recebi esse livro de parceria com a Editora Gutemberg, e não poderia ter começado melhor. Essa ficção sueca apresentou vários momentos de divertidos e poderia – facilmente – ser adaptado aos cinemas. Seria uma comédia daquelas... Pensem comigo: seis idosos – entre 77 e 84 anos – planejando um assalto perfeito! Tudo isso porque preferem viver na prisão ao continuar no lar de repouso onde vivem. A autora foi feliz com a proposta e o desenrolar do livro. Isso porque ele nos traz muito mais do que a sinopse – que está transcrita no primeiro paragrafo –, ela não apresenta nem metade do enredo! 

Contado em terceira pessoa, o livro vem narrando os pensamentos e façanhas dos idosos. O texto acompanhando, a cada momento, um  dos idoso e ao longo da história vem também contando sobre a vida de cada personagem.  A escrita da autora flui facilmente e os minúsculos capítulos - são 75 ao todo – deixaram o texto bem direto, além de estimular o leitor prosseguir na história. Isso porque ele sempre te deixava curioso para saber o que vinha a seguir. Minha unica coisa que me incomodou fui a rapidez com o que as coisas aconteceram no inicio da trama. Não que ela tenha ficado corrida e atropelada, ao contrário, mas acontece tanta coisa que parece que já se passaram semanas quando na realidade apenas uma semana havia se passado...

Mas olha, eles são muito inteligentes! O fato de ninguém ter fé que um grupo de idosos possa ter cometido um crime, e mais, de que eles tenham sido cautelosos a ponto de pensar em diversos detalhes facilita – e muito – as coisas para eles. Por outro lado isso deixa tudo mais engraçado, tudo porque as pistas e provas estão bem debaixo do nariz da policia na maior parte do tempo! É muito mais fácil acreditar em uma gangue internacional especializada e que planejou durante anos o crime do que em um grupo de idosos simpáticos e de andador... Pura ingenuidade!

Além da aventura, existe um pouco de romance também e é a coisa mais fofa do mundo! Eu torci para que tudo desse certo no fim principalmente para que eles pudessem ficar juntinhos.

A diagramação do livro é simples. Folha pólen, boas margens.. apenas as letras são um pouco menores que o normal. Nada que atrapalhe na leitura. E essa capa é bem bonita. As cores são harmônicas e imagem dos seis idosos acompanhados de seus andadores/bengalas e usando plaquinhas como tivessem sido presos representou bem o ar do livro. O material da capa é meio molenga, isso exige um cuidado maior na hora de manusear o livro para que ela não fique arqueada.

Como eu disse o livro trás muito mais do que o prometido e isso me surpreendeu positivamente. Eu não sei o que esperava do final, mas não era nada daquilo que foi apresentado, risos. Eu ri muito com o epílogo, e só pelo desfecho o livro já merecia ser recomendado a todos! É um tipo de livro que irá agradar a todas as idades, gêneros e gostos. 

Um roubo por dia dá saúde de alegria!  - Snillet