16 abril 2019

Resenha - Boy Erased: Uma Verdade Anulada, Garrard Conley


Livro: Boy Erased: Uma Verdade Anulada
Autor(a): Garrard Conley
Editora: Intrínseca
Páginas: 320
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora

Em seu elogiado livro de estreia, Garrard Conley revisita as memórias do doloroso período em que participou de um programa de terapia baseado no estudo da Bíblia que prometia “curá-lo” de sua homossexualidade. Filho de um pastor da Igreja Batista e criado em uma cidadezinha onservadora no sul dos Estados Unidos, aos 19 anos Garrard foi convencido pelos próprios pais a apagar uma parte de si. Em uma tentativa desesperada de agradá-los e de não ser expulso do convívio da família, ele quase se destruiu por completo, mas encontrou forças para buscar sua identidade e hoje é ativista contra as terapias de conversão.
Tocante e inspiradora, a história do autor é um acerto de contas com o passado, um panorama complexo das relações dele com a família, com a fé e com a comunidade. O livro é o testemunho dos traumas e consequências de se tentar aniquilar parte essencial de um ser humano.



Boy Erased: Uma verdade anulada trás os relatos de Garrard Conley, um rapaz que nasceu em uma cidade conservadora no sul dos EUA e em uma família religiosa. Seu pai é pastor da igreja batista local, portanto a imagem de sua família deveria ser um exemplo a ser seguido pelos membros da igreja, motivo pelo qual Garrard se vê obrigada a reprimir sua atração por garotos e se envergonhar de seus pensamentos “pecaminosos”.

Por medo de perder o amor e o amparo de sua família, ele permite que seus pais o inscrevam no “Amor em ação” (AEA), um programa que promete a purificação e cura do homossexualismo. Seguindo todos os passos e se submetendo aos métodos criados pela instituição, Garrard começara uma jornada para modificar sua essência e quem sabe transforma-lo em alguém que traria orgulho aos Conley’s. Mas seria possível curar o que não está doente?

A AEA me dizia diariamente que perder minha própria identidade era ganhar virtude e que ganhar virtude significava se aproximar de Deus e, por consequência, de meu verdadeiro eu celestial.

A narrativa intercala entre o passado de Garrard e as lembranças relacionadas à sua experiência vivida no AEA, o que nos ajuda a compreender sua decisão de participar do programa de conversão, mas de longe entrega detalhes suficientes para saciar a curiosidade do leitor, o que pode vir a incomodar bastante. Outro ponto que me incomodou foi às diversas divagações na narrativa do autor, o que por vezes tornou a experiência de leitura confusa e consequentemente colaborou para torna-la vagarosa.

Mesmo com algumas ressalvas e sem de fato compreender os dilemas vividos por Garrard, não pude deixar de sentir empatia por sua causa e pela de tantos jovens que infelizmente ainda não se sentem aceitos pela própria família e pela sociedade doentia e opressora que vivemos.

Boy Erased não foi uma leitura fácil, ela é cruel e impactante, um relato sincero e doloroso de uma história real que precisa ser contada.

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