12 julho 2018

Resenha - Colega de Quarto, Victor Bonini


Livro: Colega de Quarto
Autor(a): Victor Bonini
Editora: Faro Editorial
Páginas: 279
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora
Eric Schatz, carioca que se mudou para São Paulo por conta do curso universitário, começa a perceber indícios de que há mais alguém frequentando o seu apartamento. Primeiro, um par de chinelos. Então, uma outra escova de dentes. Um micro-ondas que é ligado sozinho durante a noite, barulhos estranhos a qualquer hora e luzes que se apagam de modo misterioso. Até que, em determinada noite, Eric enxerga o vulto do colega de quarto entrar em seu apartamento pela porta da frente. Desesperado, o rapaz vai atrás de um detetive particular, mas parece ser tarde demais. Em menos de 24 horas, tudo acontece de modo acelerado e depois de uma ligação desesperada, cortada abruptamente, Eric despenca da janela do seu apartamento. Em seu livro de estreia, o autor nos apresenta uma história urbana de tirar o fôlego. Um mistério que passa por uma relação familiar complicada, suspeitas por todos os lados, e camadas e camadas de culpados. Há alguém inocente?


Herdeiro de um grande conglomerado editorial, Erick Schatz se afastou dos negócios da família quando decidiu cursar direito em São Paulo. Há mais de um ano ele se instalou em um luxuoso condomínio no bairro de Higienópolis mas, recentemente, Erick tem duvidado se é o único morador naquele apartamento.

Um psicólogo não conseguiu atestar prontamente sua lucidez, mas precisava haver uma explicação racional para os aparelhos que se ligavam sozinhos, os objetos que apareciam de um dia para o outro. Alguém estava brincando com sua imaginação e Erick queria respostas para ontem.

Depois de jurar ter visto alguém entrando em sua casa, ele decide mais uma vez procurar respostas. Eram duas da manha e o renomado advogado e detetive particular Conrado Bardelli se entediava com um processo de divorcio quando Erick bate na porta de seu escritório. Mesmo que o caso apresentado por aquele garoto arrogante de forma turbulenta em um horário pouco convencional tivesse despertado minimamente seu interesse, Lira não teria tempo hábil para salvá-lo, já que poucas horas depois o garoto que jazia estatelado no chão logo abaixo da janela de seu quarto, que ficava no 15º andar.

- Não sugeriram mesmo que o senhor chamasse a polícia? Hein? [...]
- Não!
Conrado Bardelli voltou ao escritório, fechou a porta e suspirou. Chacoalhou a cabeça, confuso. Aquela era a primeira indicação de que algo estava mais errado do que parecia.

Uma história bem escrita é aquela que te pega no primeiro capítulo, que leva a não querer fazer outra coisa além de ler, que te faz dormir de madrugada para não interromper a leitura. Colega de quarto fez tudo isso comigo. Uma trama bem arquitetada, narrada de forma instigante e que se torna viciante graça aos seus capítulos super curtos. Eu tinha grandes expectativas com esse livro, depois de ler O casamento não poderia ser diferente, e que alegria tê-las atingido. Eu só esperava uns cinco porcento a mais do desfecho, porque foi louco pra caramba.

Conrado descobre o que aconteceu através de um velho amigo, o delegado Wilson do DHPP (o departamento de homicídio da cidade), que vai até seu escritório ao constatar que ele foi a última pessoa com quem Erick falou antes de se suicidar. Acontece que, depois de ouvir os fatos, Wilson também não tem certeza se suicídio foi realmente o que se passou. Mesmo que sua profissão não lhe de respaldo legal para se envolver no caso, Wilson o da acesso a muitos fatos. Afinal, é muito bom no que faz e já o ajudou a resolver alguns casos do DHPP.

As informações vão chegando ao leitor aos poucos e é um fluxo de informação constante e considerável. O autor não se prende apenas ao colega de quarto invisível ou não, ele desenvolver tramas paralelas que, logicamente, vão nos levar um final comum. O leitor pode esperar algumas intrigas familiares, amigos não muito confiáveis e uma infinidade de pessoas com caráter duvidoso.

Alguns desfechos vão se desenrolando antes do grande final, o vai acalmando nosso coração aflito e cheio de perguntas. O autor usou essa mesma tática no outro livro e eu curti bastante porque evita aquele desfecho corrido, assim como as perguntas sem resposta. Porque nada pior do que inserir várias tramas e deixá-las incompletas, principalmente em um thriller.

Eu sou da opinião de que a maior parte do que acontece ocorre por causa de coincidências, e elas são muito mais comuns do que imaginamos. Bem, mas se pensarmos desse modo, elas passam a não ser mais coincidências propriamente ditas, não é?

Os amantes de tramas policias e quebra-cabeças bem construidos, precisam conhecer essa história. E prepare-se para temer barulhos suspeitos em sua casa, vai que você também tem um Colega de Quarto.

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