19 abril 2017

Resenha - Cilada para um marquês, Sarah MacLean


Livro: Cilada para um marquês (Escândalos e Canalhas #1)
Autor(a): Sarah MacLean
Editora: Gutenberg
Páginas: 320
Adquira: Saraiva | Submarino
Livro cedido através da parceria com a editora
Sophie Talbot é conhecida pela Sociedade como uma das Irmãs Perigosas – mulheres Talbot que fazem de tudo para se arranjar com algum aristocrata. O apelido chega a ser engraçado, pois se existe algo que Sophie abomina é a aristocracia. Mas parece que mesmo não sendo uma irmã tão perigosa assim, o perigo a persegue por todos os lugares. Quando a mais “desinteressante” das irmãs Talbot se torna o centro de um escândalo, ela decide que chegou a hora de partir de Londres e voltar para o interior, onde vivia antes de seu pai conquistar um título. Em Mossband, ela pretende abrir sua própria livraria e encontrar Robbie, um jovem que não vê há mais de uma década, mas que jura estar esperando por ela. No entanto, ao fugir de Londres, seu destino cruza com o de Rei, o Marquês de Eversley e futuro Duque de Lyne, um homem com a fama de dissolver noivados e arruinar as damas da Sociedade. Rei está a caminho de Cumbria para visitar o odioso pai à beira da morte e tomar posse de seu ducado. Tudo o que ele menos precisava era de uma Irmã Perigosa em seu encalço. O Marquês de Eversley está convicto de que Lady Sophie Talbot invadiu sua carruagem para forçá-lo a se casar com ela e conquistar um título de futura duquesa. Já Sophie tenta provar que não se casaria com ele nem que fosse o último homem da cristandade. Mas e quando o perigo tem olhos verdes, cabelos claros e a língua afiada? Essa viagem será mais longa do que eles imaginavam…


A família Talbot protagonizou diversos escândalos desde a sua chegada a Londres. Aparentemente, Jack Talbot ganhou o título de conde em uma mesa de carteados e mesmo que tenha feito uma grande fortuna com a extração de carvão, o dinheiro não consegue comprar o respeito da aristocracia. A visão de que é um alpinista social é reforçada por suas filhas que vivem a caça de um marido nobre. As Irmãs Perigosas não se importam de estar sempre envolvidas em fofocas, na realidade até gostam da atenção. Menos a caçula Sophie, que odeia ver sua família sendo humilhada daquela forma.

Elas nunca enxergaram a verdade - que as irmãs Talbot poderiam se casar com príncipes da família real e mesmo assim não seriam bem-vindas na Sociedade.

Sophie nunca havia se envolvido em escândalos até a fatídica festa em que ela cansa das fofocas e decide falar umas boas verdades para aqueles nobres que se acham superiores só por causa de um título que nem ao menos se esforçaram para obter. É nesse mesmo dia que seu caminho se cruza com o do Marques de Eversley.

Rei, como é chamado, é um canalha com c maiúsculo. Arrogante e terrivelmente sedutor, ele é o responsável pelo fim de vários noivados. Sophie o flagra saindo pela janela do quarto de mais uma dama arruinada e enxerga nele sua chance de fugir do escândalo que acabou de criar. Ela só queria uma carona até sua casa mas, conhecendo a fama de suas irmãs, Rei se recusa veementemente a ajudá-la. Acontece que Sophie é decidida demais para aceita um não como resposta, então acaba dando seu jeito de embarcar naquela carruagem.

Ela era obstinada como o capeta e problemática demais. E se havia uma coisa de que ele não gostava, era de mulheres problemáticas.

São necessárias muitas horas de viajem até que Sophie perceba que eles não estão seguindo o caminho que ela imaginou e que ela está sozinho no meio do nada, sem nenhum centavo. O desespero passa quando ela descobre que a carruagem está indo para o norte, na direção da pequena Mossband. A cidadezinha em que cresceu e de onde nunca quis ter saído. Essa descoberta lhe faz traçar um novo plano para sua vida e se Rei não quisesse ajudá-la, azar. Sophie já está farta de fazer o que lhe mandam. Dessa vez ela irá atrás de sua felicidade.

Ela não iria retomar aquele caminho. Ela seguiria o seu próprio. Para o norte. Para o lugar em que nunca foi julgada, onde viveu longe da ameaça de insultos, injúrias e ruína.


Não sei explicar o porque, mas adiei bastante o início dessa leitura e agora não paro de me perguntar como comedi esse erro. Com sua escrita fluida e divertida, Sarah MacLean vem se tornando uma das minhas autoras favoritas do gênero. A história é narrada em terceira pessoa e não perde tempo com enrolação. Em poucas páginas a aventura se instaura e o leitor é guiado por momentos que vão do engraçado ao sensual. Há boas reviravoltas ao longo da história e pelo menos uma delas vai te surpreender.

Sophie é uma das personagens mais destemidas que conheci. Estamos acostumados a encontrar mulheres fortes, que lutam contra a Sociedade para serem felizes, mas ela foi a primeira que realmente os enfrentou. Me identifiquei muitíssimo com sua aversão a falsidade daquela época e seu amor pelos livros. Algo que já me habituei a encontrar, são personagens orgulhos demais e que acabam criando enormes confusões por conta disso. Imaginem minha felicidade ao ver que esse casal era um pouquinho diferente.

Ele não iria beijar Sophie Talbot. Isso oferecia um tipo completamente diferente de perigo.

Digo um pouquinho porque eles escondem sim seus sentimentos, mas nem da para comparar direito. Sophie e Rei são extremamente verdadeiros. Eles falam sem nenhum filtro, mas ao percebe que falaram besteira, não temem em se desculpar. O outro pode até não acreditar que está sendo dita a verdade, mas isso não os impede de falar. O orgulho deles é na medida certa, sabe?

Propositalmente a autora nos apresenta um marques insuportável, mas é só para nos fazer amá-lo no final. Aliás, ele não é o único personagem que vive de aparências. A história por trás do seu jeito de agir me surpreendeu. A autora conseguiu dar um toque de drama na história, mas sem deixá-la pesada. E ainda trouxe um assunto bem interessante a tona.

Com certeza, de todas as emoções que o coração podia sentir, amor era a pior.

Tudo que Rei e Sophie não queriam era ter que dividir uma carruagem por dias, mas o destino da uma ajudinha para que eles aceitem seguir juntos em direção ao interior do país. É nesse período que eles acabam abaixando a guarda um com o outro. A implicância abre espaço para a franqueza, até que suas línguas ferinas os façam voltar a brigar. Falando assim pode parecer um jogo de gato e rato bem entediante, mas acreditem, é totalmente o oposto.

Na história não há muito espaço para personagens coadjuvantes, mas preciso falar sobre o médico que os ajuda. A primeira cena em que ele aparece me fez chorar de rir. Ele é totalmente não convencional, busca tratamentos não aceitos na época e é muito sincero. A interação desses três é impagável. Há outros personagens de eu gostaria de conhecer melhor, mas não faço ideia se terei a oportunidade.

"Para de acreditar no que quer que lhe tenham dito todos esses anos. Não há nada em você que não seja memorável. [...] Pare de acreditar que é menos do que você é."

A edição do livro está linda! Houve muito burburinho em relação a primeira capa que foi divulgada. O pessoal reclamou sobre a modelo estar deformada e a editora ouviu prontamente os leitores. Eu ainda acho que essa modelo meio estranha, ela parece uma boneca e não uma pessoa, mas eu já me acostumei e agora até gosto dela, risos. Os início de cada capítulo foi diagramado de forma a parecer um jornal. Então temos o cabeçalho personalizado e uma manchete mais engraçada que a outra. Infelizmente encontrei alguns erros de revisão ao longo da leitura que me incomodaram um pouquinho.

Cilada para um marquês é o primeiro livro de uma trilogia e sua continuação foi publicada a pouco tempo. A história não deixa nenhum indício de quem será o próximo casal protagonista, mas eu tenho minhas suspeitas...

 Aquilo era problema dele. Ela era problema dele.

Sinto que falei, falei e ainda sim não consegui transmitir tudo que senti ao longo da leitura! Então irei reforçar que essa é uma história leve e instigante que precisa ser lida por qualquer pessoa que goste de um bom romance.

3 comentários

  1. Amo um bom romance de época e já havia lido alguma coisa(pouca) sobre essa trilogia. O que mais me encantou foi a força e determinação da protagonista. Amo isso nas histórias. Moças decididas a manterem o que acreditam.
    A capa também é um show a parte e vai para a lista de desejados, com certeza!
    Beijo

    ResponderExcluir
  2. Muito bom o casal ser nem que seja um pouco diferente para sair um pouco do comum, embora achei bem diferente esse livro, como dito a personagem enfrenta essa sociedade e outro ponto pro livro não tem enrolação adoro quando o autor vai direto ao ponto, não tenho paciência com historias que ficam enrolando kk.

    ResponderExcluir
  3. Dreeh!
    Que romance!
    Adoro os romances de época e achei que aqui o enredo foge o comum, porque nem ele nem ela pensam em se envolver, mesmo que motivos diversos e aí é que torna o romance mais movimentado e a descoberta do amor vem aos poucos.
    Bom feriado!
    “Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria.” (Campbell)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!

    ResponderExcluir


Mais que Livros - 2015. Todos os direitos reservados.
Tecnologia do Blogger.
Miss Mavith - Design with ♥