05 abril 2016

Resenha - Aprendendo a Seduzir, Patricia Cabot


Livro: Aprendendo a Seduzir
Autor(a): Patricia Cabot
Editora: Essência
Páginas: 368
Adquira: Saraiva | Submarino | FNAC | Travessa | Americanas
Livro cedido através da parceria com a editora
O que qualquer mulher faria se flagrasse o noivo aos beijos com outra mulher? Cancelaria o casamento e nunca mais colocaria os olhos no desalmado traidor. Certo? Não lady Caroline Linford. Apaixonada pelo belo e galante marquês de Winchilsea, ela não se dá por vencida e resolve ir em frente com o casamento. Afinal, lady Linford ama seu prometido. Com o intuito de se tornar o único objeto do desejo de seu noivo, ela convoca o renomado Braden Granville, mestre na arte da sedução, para, com ele, aprender a ser a melhor amante que Winchilsea pode vir a ter. Porém, a aluna se torna tão aplicada que arrancará mais que elogios de seu professor...


Lady Caroline Linford sofreu muito quando seu irmão mais novo, segundo conde de Bartlett, foi baleado por um assaltante durante a madrugada. Por sorte, o marquês de Winchilsea estava pro perto para socorrê-lo e foi quem o amparou por toda a viagem de volta para casa. Inclusive, permanecendo ao seu lado até o rapaz se recuperasse. Durante esse período Caroline e Hurst acabaram se aproximando muito e depois de testemunhar a dedicação de Hurst ao seu irmão, Caro se apaixonou.
Além de ser um bom rapaz, ele era muito galante e desejado por todas as jovens solteiras. Quando o pedido de casamento veio, ela nem pode acreditar que ele pudesse se interessar por alguém tão simples quanto ela. Porém, o choque foi ainda maior quando, poucas semanas antes do casamento, ela o flagrou se divertindo com a noiva alheia.

"Acho que não sou suficientemente boa para seduzir. Afinal, quem sou? Apenas a primeira filha do primeiro conde de Bartlett. Uma ninguém. [...] Mas há uma coisa que me alegro de ter e que Lady Jacquelyn não tem: a decência de não ir para a cama com o noivo de outra mulher." E acrescentou "... E um bocado de dinheiro também, é claro."

Apesar da situação constrangedora, Caro amava seu noivo e pretendia fazer o que estivesse ao seu alcance para seu futuro casamento do fracasso. Vendo a desenvoltura dos dois naquele breve momento, ela soube que seduzir era algo importante, porém sua mãe se recusava a falar sobre o assunto e insistia que tudo era muito desprezível. Emily, sua melhor amiga, compartilhava do mesmo pensamento, apesar de não ter qualquer prática no assunto e seu irmão... bem, não seria de bom tom ter essa conversa com ele, principalmente pela amizade que ele e seu noivo tinham. Ela precisaria de um libertino!

- Todo mundo pensa em mim exatamente assim. Uma jovem dama. Estou casada de ser um jovem dama. [...] Quero ser "uma mulher". Só que ninguém me explica como conseguir isso.

Braden Granville não é um nobre. Ele cresceu na área pobre da cidade e, antes de fazer fortuna no mercado de armamentos, precisou infringir muitas leis para sobreviver. Depois de muitos anos se aventurando em camas de mulheres comprometidas, ele decidiu que é hora de parar e constituir uma família. Lady Jacquelyn lhe pareceu apropriada por muitos motivos, além de ser uma antiga amante, seu título lhe abrirá as portas que seu passado lhe fecharam. Não importa que ela não possua um tostão, Brande ganha o suficiente para ambos.

Quando Caro aparece em seu escritório pedindo que ele a ensine com seduzir, ele fica atordoado tanto pelo que da jovens lhe diz, quanto por ela em si. Ela não possuía uma beleza de parar o transito, mas tinha algo de diferente. Talvez fossem os grandes olhos por de trás das lentes  do óculos de leitura, ou seu jeito inocente de encarar a vida. Apesar de querer rejeitar a proposta, ela lhe oferece ajuda para solucionar uma questão que nenhum de seus homens conseguiu resolver. A situação é delicada para ambos os lados e, caso decidam ir em frente, ainda resta saber se conseguirão resistir um ao outro.

Ela estava pedindo que lhe ensinasse a fazer amor, quando parecia muito provável que ela nunca havia sido beijada de modo correto. Como, em nome de Deus, ele explicaria a essa inexperiente garota a bela arte da sedução?

Quem não teve Meg Cabot como uma das cartas de entrada para o mundo da leitura que atire a primeira pedra. Quando descobri que ela havia escrito alguns livros de romance de época, uma paixão recente, sobre o pseudônimo de 'Patrica Cabot' fiquei muito curiosa para ler. Afinal, são gêneros totalmente distintos. O que eu posso dizer é que de fato parecem ser duas autoras diferentes e essa versatilidade é sempre muito bacana para o autor. Infelizmente o livro não me conquistou totalmente, mas essa foi só a primeira leitura, ainda tenho vários outros para desbravar.

O meu problema não foi a narrativa ou a história, e sim a protagonista. ​Durante mais da metade da leitura eu quis acreditar que minha implicância com Lady Caroline se devia ao meu momento, como se eu não estivesse em um bom dia para romance de época. Só que não! Nem no meu dia mais feliz eu simpatizaria com uma protagonista passiva como ela. Não é uma regra que as mocinhas precisa ser forte, confiante e destemida, mas também não da para fazer figuração de poste. Ela tinha o futuro na mão pois era a única conhecedora de todos os fatos e poderia impor sua vontade, exigir dignidade, o que quisesse! E ela. Fico. Parada. Ainda bem que ela se redime no final, ainda bem.

- Você se preocupa demais em fazer outras pessoas felizes - disse Emily, com firmeza. - E você, Caroline? O que você quer?

Os demais personagens foram bem desenvolvidos - muito amor pelo Braden Granville - e abordaram alguns assuntos interessantes. É sempre revoltante ver como a sociedade vitoriana era injusta com as mulheres, o sentimento é proporcional inverso quando vejo críticas fortes a ela e algumas sendo válidas até os dias atuais. Emily é feminista e foi a primeira vez que vi uma personagem participar de manifestos pela causa. É apenas um plano de fundo, mas sempre é valido. O que me impressiona é que o livro foi publicado originalmente há quinze anos e ele combinou tanto com o atual momento do país. Vários dos último livros que li abordaram a causa de alguma forma. Isso me faz pensar que é um movimento mundial, sabe. Da esperança!

- É um comportamento ambíguo, não acha? [...] Quero dizer, Jacquelyn é uma prostituta porque ela estava com um homem com quem não é casada, e apesar de Braden Granville, que já esteve com quase todas as mulheres de Londres, ser universalmente admirado por seu desempenho na cama.

O livro tem uma sensualidade sutil, o suficiente para deixar aquele calor no coração, e algumas partes engraçadas, ambos derivados das interações entre Caro e Branden. É bobeira, mas é sempre tão legal ver um homem - principalmente os grandes libertinos - se atrapalharem interagindo com a mocinha. Acho que perco meu coração para todos eles. E esse merece viu, a história dele me fez pensar o quanto é fácil julgar uma pessoa pelas aparências ou por suas atitudes erradas, quando na verdade não sabemos nada sobre suas motivações.

Por que é que a única mulher que ele almejava impressionar era a mesma que o levava a se comportar de modo tão estúpido?

O trabalho da Editora Essência está impecável. Essa é uma segunda edição do livro, e veio com essa capa maravilhosa! Não da para fazer muitas ligações com a história propriamente, mas caracteriza tem o gênero e ainda abrilhanta nossa estante. Internamente ele é bem simples, delicado e confortável para a leitura.

Quem gosta de romance em geral pode iniciar essa leitura despreocupado, pois dificilmente irá se arrepender - talvez se irritar um pouquinho.

Na verdade, Caroline Linford e Braden Granville não eram muito diferentes. Seria por essa razão que ela sentia essa estranha espécie de familiaridade?

5 comentários

  1. Eu concordo com você em relação á mocinha...NÃo gosto muito de mocinhas passivas e essa achei EXTREMAMENTE ingênua para completar!!

    Não é possível o que ela pensava logo que pegou seu noivo a traindo na primeira cena do livro,ingenuidade demais...
    :/ Mas realmente a capa está linda,e vi várias amigas minhas que amaram o livro,mas se você nÃo for com a cara da mocinha o livro não rola mesmo :(

    Bjs

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  2. Quando comecei a ler a resenha achei que seria um estouro esse livro mas agora já tenho minhas dúvidas. Quero ler em breve. Gosto desse tipo de leitura e ainda não conheço a escrita de Patrícia Cabot. Espero não me desepcionar demais haha. Achei a capa maravilhosa.

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  3. Olá Andressa,
    Acredita que ainda não li nada da Meg Cabot? Mas desse ano não passa! Estou em dúvida em qual livro ler, mas com certeza será um dos romances de época assinado por Patricia Cabot, e a escolha está pesando para A Rosa do Inverno. Sou fã de romance de época, adoro o contexto social retratado, e pelo que percebi a autora gosta de abordar em seus livros uma sociedade bem machista, que sem dúvida, é um tema que sempre está presente nas histórias de livros desse gênero, e infelizmente, por ainda refletirem em muitas ações atualmente. Vou tentar ler esse livro ainda esse ano, pois como já disse, adoro romance de época.
    Beijos

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  4. Dreeh,amo livros de época ,Patrícia Cabot(a querida Meg)tem uma escrita incrível e somado a isso quero muito ler essa história,onde Caroline é traída antes de se casar e convoca um libertino para ser seu professor na arte de sedução para passar a ser o único objeto de desejo de seu noivo.Pena que o livro não tenha lhe conquistado tanto devido a mocinha.Realmente a sociedade vitoriana era muito injusta com as mulheres.Gosto do livro ter sensualidade sutil,mesclado a isso partes engraçadas.Amei os quotes.Beijos!!!

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  5. Eu amo esse livro nove regras a ignorar antes de se apaixonar seria muito legal e um romance de época e muito delicioso de se acompanha e pra vc que nem eu não gostou da protagonista de aprendendo a seduzir sei que nao irar se decepciona com esse livro

    Sinopse
    A sonhadora Calpúrnia Hartwell sempre fez tudo exatamente como se espera de uma dama. Ainda assim, dez anos depois de ser apresentada à sociedade, ela continua solteira e assistindo sentada enquanto as jovens se divertem nos bailes. Callie trocaria qualquer coisa por uma vida de prazeres. E por que não se arriscar se, aos 28 anos, ela já passou da idade de procurar o príncipe encantado, nunca foi uma beldade e sua reputação já não lhe fará a menor diferença? Sem nada a perder, a moça resolve listar as nove regras sociais que mais deseja quebrar, como beijar alguém apaixonadamente, fumar charuto, beber uísque, jogar em um clube para cavalheiros e dançar todas as músicas de um baile. E depois começa a quebrá-las de fato. Mas desafiar as convenções pode ser muito mais interessante em boa companhia, principalmente se for uma que saiba tudo sobre quebrar regras. E quem melhor que Gabriel St. John, o marquês de Ralston, para acompanhá-la? Afinal, além de charmoso e devastadoramente lindo, ele é um dos mais notórios libertinos de Londres. Contudo, passar tanto tempo na companhia dele pode ser perigoso. Há anos Callie sonha com Gabriel e, se não tiver cuidado, pode acabar quebrando a regra mais importante de todas – a que diz que aqueles que buscam o prazer não devem se apaixonar perdidamente.

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