Resenha - O presente do meu grande amor, Org. Stephanie Perkins

Se você gosta do clima de fim de ano e tudo o que ele envolve, presentes, árvores enfeitadas, luzes pisca-pisca, beijo à meia-noite, vai se apaixonar pelo livro. Nestas doze histórias escritas por alguns dos mais populares autores da atualidade, há um pouco de tudo, não importa se você comemora o Natal, o Ano Novo, o Chanucá ou o solstício de inverno. Casais de formam, famílias se reencontram, seres mágicos surgem e desejos impossíveis se realizam. O pessimismo não tem lugar neste livro, afinal o Natal é época de esperança.

SÉRIE: Volume Único
AUTOR: Vários
EDITORA: Intrínseca	EDIÇÃO: 2014
CONCEITO: 4 estrelas	PÁGINAS: 352
Livro cedido de parceria com a Editora Intrínseca ADQUIRA: Saraiva | Submarino | FNAC
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O presente do meu grande amor é uma antologia, onde doze autores apresentam histórias com uma temática natalina. Alguns desses autores são bem conhecidos do grande público e amados por muitos como Rainbow Rowell, David Levithan e a organizadora Stephanie Perkins, e enquanto outros não são tão conhecidos assim, mas todos eles têm ao menos uma publicação no Brasil! O lado bom de ler uma antologia é que você pode conhecer a escrita de vários autores diferentes e isso pode influenciar positivo ou negativamente na hora de procurar outras histórias deles. Eu só havia lido Gayle Forman e agora tenho certeza que quero ler vários destes autores, enquanto outros...

O livro tem uma diagramação simples com detalhes que ajudam o leitor a não se perder. Temos um índice com os títulos e autores de cada conto e ao longo dos contos, aparecem sempre o seu nome e o do seu autor.  Não tem como dizer que esse livro é menos do que lindo. A capa dele é interessante pois trás todos os casais patinando no gelo e ao longo da leitura é muito legal identifica-los.

Não acho interessante falar de cada um individualmente, vocês merecem alguma surpresa. Por isso, irei destacar aqueles que conquistaram meu coração, começando pelos meus favoritos.

Meias-Noites, da Rainbow Rowell, é o conto de abertura do livro e que abertura! El é um dos poucos que não trás o natal como foco. Aqui Mags e Noel (sim, este é o nome dele!) se conheceram em 31 de dezembro de 2011, em uma festa de ano novo. A partir deste dia eles se tornaram grandes amigos e não era por menos já que Mags salvou a vida dele...  Acompanhamos eles até 2014 e é impossível não ficar comovido com o tanto de amor que eles transbordam. Eu chorei gente! E isso é só um conto...

[...] se você gosta de alguém, tem que fazer um esforço. Tem que conhecer a pessoa, se empenhar para conseguir esse primeiro beijo. (pág. 14)

É um milagre de Yule, Charlie Brown, da Stephanie  Perkins foi o meu favorito. Aquele que terminou me deixando com a sensação de que eu poderia ler um livro sobre eles.. Eu precisava de mais história e muitas explicações. North trabalha no empreendimento de pinheiros de natal da família. Marigold mora ali perto e sabe que e North é a voz que falta para o seu novo vídeo, mas como lhe pedir algo se eles mal se falam? O que posso dizer a vocês é que a noite deles é bem agitada! E mais do que isso, é uma noite de descobrimento, de desabafo.  E no final, eles são brindados com a neve e Marigold com um natal!

Bem-vindo a Christimas, California, da Kiersten White foi uma grata surpresa. Maria mora em Christimas, uma cidadezinha escondia no meio do deserto da Califórnia e não vê a hora de sair de lá. Acontece que uma pessoa nova chega na cidade e toda a atmosfera de Christimas parece reagir a essa pessoa. Esse conto não estava me envolvendo no inicio e até estava achando a Maria meio resmungona, mas a virada na história foi surpreendente.  A autora conseguiu abordar uma trama familiar comovente e até bem completa para as poucas páginas que tinha. Quase fui levada as lágrimas. É com certeza o conto mais lindo do livro.

Alguns contos não foram favoritados mais são lindos e merecem ser citados aqui!

O que diabo você fez, Shophie Roth?, de Gayle Forman é um conto gracinha que de cara parece ser meio fútil, mais que depois se mostra muito interessante. Sabe quando um personagem exala fofura? Esses é Russell, o rapaz deste conto.

Sophie se perguntou quando ela enfim aprenderia que muitas coisas parecem uma ao ideia, mas que uma pequena análise pode revelar que tais ideias boas na aparência são, na verdade, intrinsecamente falhas. (pág. 196)

Estrela de Belém, da Ally Carter me intrigou logo no início. A autora te diz o que a personagem deseja, mas demora a revelar seus verdadeiros motivos. Esse não é o único conto que deixa o romance em segundo plano para focar a vida do protagonista, mas aqui foi especial. A autora fala de perda e superação. E vai, já estou arrependida das inúmeras chances que perdi de ler suas histórias.

Baldes de Cerveja e Menino Jesus, de Myra McEntire é o conto mais completo, o que tem a maior cara do natal. Claro que o fato de termos um presépio vivo ajuda, mas a sua temática gira em torno de segundas chances e do poder de mudança uma pessoa.

[...] Se deixamos um único acontecimento da nossa vida nos definir, tudo o que precisamos para mudar as coisas, se queremos mudar as coisas, é de outro acontecimento. (pág. 241)

Papai Noel por um dia me pareceu uma ótima história, mas pouco desenvolvida,  como se o autor estivesse com limitação de caracteres ou feito tudo correndo. De qualquer forma, o casal também não me conquistou. A Dama e a Raposa precisava de um milhão de explicações, enquanto Krampuslauf e A Garota de Despertou o Sonhador são tipo, what? Acho que não estava preparada para tanta fantasia assim...

Magia cenográfica é ótima, mas é melhor ficar longe de magia de verdade. (pág. 59)

Em resumo, apesar de uns pouquíssimos contos meio estranhos, o livro é maravilhoso! Recomendo que a leitura seja feita de forma gradual... leia um conto e parece um pouquinho, leia outro e de mais um tempo... assim você poderá absorver cada história e todas as todo o encanto que cada uma trás.

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