Resenha - Will e Will, John Green e David Levithan

Em uma noite fria, numa improvável esquina de Chicago, Will Grayson encontra... Will Grayson. Os dois adolescentes dividem o mesmo nome. E, aparentemente, apenas isso os une. Mas mesmo circulando em ambientes completamente diferentes, os dois estão prestes a embarcar em um aventura de épicas proporções. O mais fabuloso musical a jamais ser apresentado nos palcos politicamente corretos do ensino médio.

SÉRIE: Volume Único
AUTOR: John Green
EDITORA: Galera Record				EDIÇÃO: 2014
PÁGINAS: 348				CONCEITO: 4 estrelas
ADQUIRA: Saraiva | Submarino | Americanas
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Narrado em primeira pessoa por dois personagens diferentes, intercalando entre um Will e outro, Will & Will conta a história de dois adolescentes de personalidades distintas, mas que possuem algo em comum - nome e sobrenome – Will Grayson e Will Grayson.

John Green e David Levithan narram de forma brilhante seus personagens e podemos identificar facilmente a escrita de cada autor. O Will de John é daquele jeito que já conhecemos e estamos acostumados: nerd, nada popular, cheio de ideias incomuns e com apenas um melhor amigo. Já o Will de David Levithan é solitário, depressivo, tem dificuldade em fazer e manter amizade, e devido a toda essa carência de aproximação na vida real, está apaixonada por alguém que só conheceu através da internet.

O Will narrado por Green está em um momento conturbado de sua vida, onde deverá tomar decisões sobre seu futuro, tendo em vista que sua vida escolar está chegando ao fim. Com dificuldades em fazer amigos e conhecer garotas, Will conta sempre com seu melhor amigo Tiny Cooper, um rapaz que chama atenção pelo seu tamanho, homossexual assumido e que está planejando um fabuloso musical que contará a história de sua vida.

Quando eu era pequeno, meu pai costumava me dizer: “Will, você pode escolher a dedo seus amigos e pode meter o dedo no próprio nariz, mas não pode meter o dedo no nariz de seu amigo.” Essa observação me pareceu razoavelmente perspicaz aos 8 anos, mas acabou se mostrando incorreta em alguns aspectos. (pág.9)

O Will narrado por Levithan tem todo o capítulo narrado em letras minúsculas, é homossexual, vive correndo de ter uma amizade com Maura (uma menina de sua escola que parece fazer questão de estar por perto) e vive uma vida depressiva, como se não tivesse vontade de existir. Seu único momento de alegria é quando Isaac está online e os dois podem conversar. Então é como se naquele tempo minúsculo de conversa, sua vida inteira valesse a pena, até Isaac ficar em off, e seu mundo simplesmente desmoronar.

vivo constantemente dividido entre me matar e matar todas à minha volta. essas parecem ser as duas opções. tudo o mais é só pra passar o tempo. (pág.32)

Não há nada que ligue os dois Will’s, a não ser o nome e sobrenome. Mas por coincidência do destino, ou não, os dois se esbarram em um local nada em comum, e como se isso não bastasse, o que interliga de fato a vida dos dois personagens é Tiny Cooper, o melhor amigo do Will de John Green. Tiny é uma pessoa totalmente segura de si, que sabe o que quer, mas que tem um coração de manteiga. É ele que dá toda a graça para a história de cada Will, e sinceramente, fico imaginando como os autores conseguiram inserir Tiny tão bem na história de cada personagem.

O livro passa uma história simples, mas importante. Mostra que todos nós somos humanos, propícios a erros e com momentos de altos e baixos. Neste livro entendi que não devemos nos fechar para a vida, nem deixar que preconceitos bobos mudem nossa essência. Pelo contrário, devemos dar oportunidade para aqueles que querem se aproximar de nós, afinal, a vida é uma longa estrada, na qual devemos percorrer um pouco mais a cada dia, ou ficaremos para trás. E tenho certeza, que se caminharmos acompanhados, a viagem será muito mais divertida. 

Fanática por John Green como sou, esse foi mais um daqueles livros que eu estava louca para ler, e embora ainda não tivesse lido nada do David Levithan, essa foi uma grande oportunidade de conhecer a magnífica escrita do autor, que em minha opinião foi sensacional. Indico essa história para todo e qualquer amante de literatura.

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