21 setembro 2015

Resenha - Ligeiramente Maliciosos, Mary Balogh


Livro: Ligeiramente Maliciosos (Os Bedwyn #2)
Autor(a): Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 288
Adquira: Americanas | Submarino | Buscapé
Livro cedido através da parceria com a editora
Após sofrer um acidente com a diligência em que viajava, Judith Law fica presa à beira da estrada no que parece ser o pior dia de sua vida. No entanto, sua sorte muda quando é resgatada por Ralf Bedard, um atraente cavaleiro de sorriso zombeteiro que se prontifica a levá-la até a estalagem mais próxima. Filha de um rigoroso pastor, Judith vê no convite do Sr. Bedard a chance de experimentar uma aventura e se apresenta como Claire Campbell, uma atriz independente e confiante, a caminho de York para interpretar um novo papel. A atração entre o casal é instantânea e, num jogo de sedução e mentiras, a jovem dama se entrega a uma tórrida e inesquecível noite de amor. Judith só não desconfia de que não é a única a usar uma identidade falsa. Ralf Bedard é ninguém menos do que lorde Rannulf Bedwyn, irmão do duque de Bewcastle, que partia para Grandmaison Park a fim de cortejar sua futura noiva: a Srta. Julianne Effingham, prima de Judith. Quando os dois se reencontram e as máscaras caem, eles precisam tomar uma decisão: seguir com seus papéis de acordo com o que todos consideram socialmente aceitável ou se entregar a uma paixão avassaladora?

ESSA RESENHA NÃO POSSUI SPOILER DO LIVRO ANTERIOR.
LEIA A RESENHA DE LIGEIRAMENTE CASADOS.

Judith cresceu acreditando que seu cabelo cor de fogo era obra do inferno e quando curvas voluptuosas se surgiram em seu corpo, seu pai insistia em culpá-la pelos olhares masculinos que recebia. Ela era alta, sardenta... mesmo se seu pai não repetisse constantemente o quanto era feia, ela saberia o fardo que era para a família. Acontece que de feia ela nada tinha, fato que Rannulf Bedwyn percebeu no milésimo de segundo em que seu olhos a encontraram. Ela estava a beira da estrada, junto a um grupo de pessoas e uma diligencia tombada. A estrada estava perigosa devido ao mal tempo e o cocheiro teve a imprudente ideia de seguir seu caminho nessas condições. Sorte a de Bedwyn.

Ele estava indo visitar a avó e não tinha pressa nenhuma em chegar ao destino, já que a senhora vivia arrumando novas pretendentes para ele. A prometida da vez era a Srta. Julianne Effingham e ele ainda não sabia como iria proceder. Ela estava indo rumo ao seu calvário. Seu irmão era um irresponsável, que deixou a família em tal situação que seu pai foi obrigado a recorrer a caridade da irmã Louise, que conseguiu um casamento mais afortunado, em acolher uma das meninas. De caridosa, Louise não tinha nada, mas uma empregada de luxo disfarçada de convidada seria muito bem vinda. Judith sabia que passaria o resto da vida trabalhando para seus tios, por isso, quando Rannulf a convidou para subir em seu cavalo rumo a estalagem mais próxima, ela se permitiu embarcar em um último sonho, aquele que nunca viveria.

O juízo não fazia nada para intervir no lado da virtude a da respeitabilidade. E Judith não queria mesmo que isso acontecesse.

Assim surgiu a independente e experiente Claire Campbell, uma atriz que rumava para New York, afim de estrelar uma nova peça. Era de conhecimento geral que muitas das pessoas nessa carreira eram também cortesãs, e assim Judith interpretou. Rannulf não precisava interpretar papel algum, mas preferiu se apresentar como Ralf Bedard. A aventura deles durou pouco mais que dois dias, mas seu fim derradeiro se deu quando chegaram aos seus destinos e descobriram quem eram de verdade. Eles precisaram descobrir como lidar com a verdade e mais, com o que sentiram quando estavam juntos em seus breves papeis.

Mary Balogh já havia me conquistado logo na apresentação dos irmãos Bedwyn, mas parece que ela continuará me surpreendendo a cada livro. Comecei a leitura de forma despretensiosa, mas a capa página virada, minha sede de saber os rumos desse casal aumentavam. Tanto que nem me dei conta que o dia já clareava e minha vontade de largar o livro era algo bem abaixo de zero. Faz tanto tempo que não viro a noite por conta de uma leitura que nem lembro qual foi o último livro que conseguiu essa façanha. De qualquer forma, mais pontos para a autora.

Ao longo dos últimos anos, Judith esperava encontrar um homem que o pai aceitasse e ela mesma tolerasse. Sempre fora sensata o bastante para não esperar que seus sonhos de romances se tornassem realidade. Mas naquele dia mesmo, pouco mais de uma hora antes, havia recusado lord Rannulf Bedwyn.
Estava louca?

Sua escrita segue o mesmo padrão do livro antecessor: escrita em terceira pessoa, hora acompanhando um personagem, ora com o outro. Não há dramas exagerados e por mais que o final seja óbvio, você fica apreensivo por toda a leitura, tentando desvendar como eles iram escapar das armadilhas preparadas pelo destino.

Quando mais leio romance de época, mas revoltada fico com a estrutura daquela sociedade. Que são a base de muitas das minhas revoltas na sociedade atual. A forma como as heranças eram passadas, a falta de voz das mulheres e o quanto elas eram subjugadas. A autora não se aprofunda em nada disso, apenas transmite para o leitor os costumes da época, mas não deixo de refletir.

Se em Ligeiramente Casados tivemos uma overdose dos irmãos Bedwyn, neste volume eles não passam de uma simples brisa, mas igualmente decisivos. Não pensei que isso fosse possível até que seu livro, o último da série, chegasse, mas já começo a ver o Duque de Bewcastle com outros olhos. Não há uma clara indicação de quem será o próximo protagonista, mas como o lançamento já aconteceu, sabemos que será Lady Freyja Bedwyn. Posso dizer que estou muito ansiosa e querendo um novo irmão na categoria de preferidos!

A diagramação está simples. Os capítulos são numerados em numero romanos e, para o alivio de muitos, eles são seguidos, de forma que eles começam sempre em uma nova página. Há uns detalhes bonitinhos que se repetem muito, graças as vária divisões de cenas. A capa é linda e delicada, mas infelizmente não é perfeita. A foto foi manipulada para que a modelo ficasse ruiva como a protagonista, e essa fidelização sempre agrada aos leitores. Porém eu sou extremamente chata com fotografias e essa é  segunda capa da editora onde percebo uma queda na nitidez da imagem. O pixar da imagem fica mais visível nas partes escuras. Chato isso.

[...] Mas os pais, ela supunha, não eram os pináculos da perfeição que os filhos esperavam que fossem. Eram seres humanos que costumavam fazer o melhor que podiam, mas que, com frequência, faziam escolhas erradas.

Ligeiramente Maliciosos é um romance encantador, cheio de indivíduos que eram tentando fazer o melhor por quem amam. Recomendadíssimo.

16 comentários

  1. Adorei a capa e pela resenha me parece uma leitura que me agradaria, fiquei curiosa agora

    BeijO :*
    Blog Luanna Ravanelli / Fanpage / Instagram

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  2. cada vez que leio um livro dela me apaixono, estou louca para conhecer os outros irmãos, este até agora é meu livro favorito
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  3. Nossa Dreeh, para virar a noite toda empolgada é porque o livro é bom mesmo. Infelizmente, não sou fã de romance de época e custo a me render a essas leituras. Principalmente porque tenho dificuldade de me ambientar num período tão diferente. Mas ok, sempre me seduzo por essas capas divas.. kkk Que bom que você tá gostando. Beijos, Mi

    Blog Recanto da Mi

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  4. Oiee!!
    A arqueiro está arrasando nos romances de época né!!
    Também fico revoltada em como as coisas naquela época eram tão machistas =/
    Romances de épocas bem escritos me fazem viajar no tempo e suspirar com os personagens!!
    Que capa linda não?! Estou ansiosa para conhecer mais de perto os irmãos Bedwyn!!
    Parabéns pela resenha!!
    Beijos

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  5. Oiii!

    Eu não li essa série ainda mas tenho muita vontade de ler, porque estou começando agora nesse universo de romances de épocas.
    Também sempre fico revoltada com a forma que tudo funcionava naquela época, mas como sempre leio livros onde a mocinha é um pouco mais independente eu acabo relevando isso.

    Não sabia dessa manipulação da capa :(

    Gostei da sua resenha!


    Beijinhos,
    www.entrechocolatesemusicas.com

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  6. Oi Dreeh, tudo bem?
    Já li Ligeiramente Maliciosos é gostei bastante. O primeiro livro eu curti, mas esse segundo fez eu ficar encantada com a escrita da Mary. Rannulf e Judith são perfeitos juntos. O Duque de Bewcastle sempre me conquistou e só posso dizer que estou desesperada para seu livro, uma pena que é o último, porque ele é maravilhoso.
    Não sabia sobre essa manipulação da capa :/, mas eu acho ela linda.
    Parabéns pela resenha :D

    Beijos
    www.leitorasempre.com

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  7. Oii Dreeh, tudo bem?

    Eu não curto muito romance de época, mas essa série até que me chamou a atenção, desde o primeiro livro... mas achei o enredo desse segundo bastante interessante, a ideia de fingir ser um coisa e fugir da realidade difícil é animadora as vezes, mas depois se ver de volta a essa realidade e descobrir as consequências do seu ato. Os personagens parecem ser bem construídos e mesmo que o que vai acontecer seja previsível a gente fica mesmo torcendo para que tudo dê certo.

    Beijinhos,

    Rafa

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  8. Oi, Dreeh! Acho bem legal a forma como romance de época esta fazendo sucesso, ainda mais mostrando aos leitores - mesmo que superficialmente - alguns dos costumes (machistas) da sociedade que vem de longa data. Infelizmente nem todas se importam com isso, mas para quem pensa um pouco mais sobre o assunto é bem interessante. Uma pena que tenha esses problemas em relação a capa do livro. Tambem nao sou muito fã de capa fotografica e quando tem errinhos assim é pior ainda.
    Beijos
    SIL | Estilhaçando Livros

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  9. Ola Dreeh eu adoro essa capa tão linda, e esse casal de protagonistas hein, que se amam e tentar seguir em frente, mas o destino chega os colocando frente a frente de novo. Já estou com o livro e não vejo de saber como irá terminar essa história. beijos

    Joyce
    www.livrosencantos.com

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  10. Oi Dreeh, sua linda, tudo bem
    Nossa, não sabia que o pai a tratava dessa forma, deixando ela acreditar que era feia, e se sentindo culpada por alguém olhar para ela. E já sei que esses tios irão maltratá-la também. Por isso não vejo a hora dele lutar por ela, quando descobrir quem ela é. Quero ver ele desafiar a própria família para ficar com ela. Isso que é amor!!!!!!! Não vejo a hora de ler. Sua resenha ficou ótima!!!!!
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  11. Olá! Gostei da premissa. De cara já ganhou minha atenção por ser de época, e a história parece ser bem encantadora. PArabéns pela sua resenha, está ótima! Beijos!

    http://livrosepergaminhos.blogspot.com.br/

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  12. Oi Flor, tudo bem??
    Bom eu fico indignada com a falta de voz que a mulher tinha nessa época... elas eram tratadas como objetos, bonecas de porcelana para enfeitar a casa de seus futuros maridos, e se sofresse qualquer tipo de rachadura, por menor que fosse ela já não servia para nada... era vista como uma perdida...eu fico chocada nessas partes que leio dos livros de época e seria um tempo que eu não gostaria de viver de jeito nenhum. A sua resenha ficou ótima, retratou bem o enredo apresentado... adorei saber que se sentiu presa do começo ao fim.... significa que a história é bem amarrada... bom eu não tinha percebido nada na capa, se você não tivesse comentado... olha como sou distraída e não entendo quase nada de fotos rs... Xero!!

    http://minhasescriturasdih.blogspot.com.br/

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  13. Para falar a verdade, a premissa desse livro não me atrai nem um pouquinho... os romances de época não me conquistaram, mesmo que tenham conquistado quase todo mundo, e tenho uma birra específica com essa história pela mocinha ter fingido que era atriz e cortesã. Talvez por ser atriz e revoltada com o preconceito que isso gera até hoje, pelo jeito como alguns olham para quem escolhe a profissão - meu pai chegou a me trancar em casa nos horários da minha aula de teatro porque não me queria no ambiente. Pois é. Agora felizmente ele entende. Sobre a capa, eu nunca notaria que a imagem foi manipulada, mas entendo que pra você que tem tanta ligação com fotografia incomode mesmo.

    Beijo!

    Ju
    Entre Palcos e Livros

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  14. Aiii Andressa sua resenha me deixou ainda mais ansiosa para comprar Ligeiramente Maliciosos, eu adorei Ligeiramente casados, e não tenho dúvidas que vou amar maliciosos também, eu gostei muito da escrita da autora. Confesso que eu não percebi a manipulação pela foto aqui, acho que eles colocaram um blur que deu uma enganadinha

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  15. Estou louca para ler este livro, descobri que de vez quando gosto de ler romance de época. E, sabe ele nos coloca em contato com absurdos vividos no passado e como a mulher era desrespeitada e não se posicionava; como se fossem objetos/propriedades dos homens, afff Eu hein, acho que se vivesse nesta época eu estaria ferrada. Gosto mesmo de protagonistas tipo a do Príncipe dos Canalhas, ela é óteeema. hahahaha

    Beijos
    Tânia Bueno
    www.facesdaleitura.com.br

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  16. Olá, tudo bem?

    Não me lembro se já comentei isso aqui, mas por mais que os romances históricos recebam vários elogios, é um dos gêneros que eu menos gosto de ficar lendo, pois o que mais vemos é uma sociedade patriarcalista cuja mulher é tratada como um objeto do qual o pai tem plenos poderes. Sei que isso pode soar tipo aquele povo que fica participando desses movimentos online a favor de certos direitos, mas essa objetificação da mulher me incomoda, o que é também um dos motivos pelo qual eu raramente leio livros hot. Mas fico feliz que você tenha gostado, afinal, gosto é gosto ;).

    Abraços,
    Matheus Braga
    Vida de Leitor - http://vidadeleitor.blogspot.com.br/

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