Resenha – A Caçadora de Dragões, Kristen Ciccarelli

Livro: A Caçadora de Dragões (Iskari #1)
Autor(a): Kristen Ciccarelli
Editora: Seguinte
Páginas: 398
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora

Quando era criança, Asha, a filha do rei de Firgaard, era atormentada por sucessivos pesadelos. Para ajudá-la, a única solução que sua mãe encontrou foi lhe contar histórias antigas, que muitos temiam ser capazes de atrair dragões, os maiores inimigos do reino. Envolvida pelos contos, a pequena Asha acabou despertando Kozu, o mais feroz de todos os dragões, que queimou a cidade e matou milhares de pessoas — um peso que a garota ainda carrega nas costas. Agora, aos dezessete anos, ela se tornou uma caçadora de dragões temida por todos. Quando recebe de seu pai a missão de matar Kozu, Asha vê uma oportunidade de se redimir frente a seu povo. Mas a garota não vai conseguir concluir a tarefa sem antes descobrir a verdade sobre si mesma — e perceber que mesmo as pessoas destinadas à maldade podem mudar o próprio destino.

Nesse livro somos apresentados à princesa Asha, ou Iskari a caçadora de dragões. Como o próprio nome sugere, ela é bem diferente das princesas de outras adaptações, ainda mais por carregar diversas cicatrizes de suas batalhas.

Seu principal objetivo é exterminar Kozu, um dos dragões mais fortes, que ela mesma despertou quando era menor e, com isso, conseguir anular seu noivado com Jarek, comandante da guarda de Figaard, que possui uma grande cobiça pelo trono.

Aonde Namsara levava risadas e amor, Iskari levava destruição e morte.

A autora criou um mundo complexo, com diferentes povoados, características e funções dentro desta sociedade. Mas o que poderia enriquecer a mitologia do livro, acabou por criar confusão com os termos utilizados (ainda mais no começo do livro) e, que no final, não tiveram muita função, já que a maior parte do livro é focada em Figaard e na nossa protagonista.

Os personagens secundários também não empolgam muito. São todos basicamente rasos, sem o devido desenvolvimento. Não há uma personagem que nos surpreenda, você sabe exatamente o que esperar deles. Dentre eles, o que mais se destaca é o escravo Torwin, que nos proporciona boas histórias.

Outra questão no livro é quanto ao ritmo. Apesar de Asha ser uma caçadora de dragões, a ação demora a acontecer. Isso pode atrapalhar quem tinha alguma expectativa sobre mais cenas de ação. Na verdade, o livro é bem calmo durante sua maior parte. Entretanto, quando a autora se propôs a escrever as cenas de ação ela as soube fazer muito bem. Pra mim, ficou esse gostinho de quero mais em relação a essas cenas.

Os heróis antigos eram chamados de namsara em homenagem ao amado deus. Mas sua filha seria iskari - como a deusa letal.

Kristen Ciccarelli criou um mundo fantástico e tinha um mar de possibilidades dentro desse universo, no entanto senti que ela não soube o que fazer com ele. Brilhou na concepção da história, mas falhou na execução e se perdeu no vasto mundo que ela mesma criou. Baseado na trama geral, dificilmente colocaria o segundo livro como prioridade de leitura. Entretanto, com o final bem trabalhado, deixou uma lasquinha de curiosidade e espero que possamos conhecer mais deste mundo e nos aventurar de verdade na caça aos dragões.