28 junho 2017

Resenha - Mil pedaços de você, Claudia Gray


Livro: Mil pedaços de você (Firebird #1)
Autor(a): Claudia Gray
Editora: HarperCollins
Páginas: 288
Adquira: Saraiva 
Livro cedido através da parceria com a editora
Marguerite Caine cresceu cercada por teorias científicas revolucionárias graças aos pais, dois físicos brilhantes. Mas nada chega aos pés da mais recente invenção de sua mãe — um aparelho chamado Firebird, que permite que as pessoas alcancem dimensões paralelas. Quando o pai de Marguerite é assassinado, todas as evidências apontam para a mesma pessoa: Paul, o brilhante e enigmático pupilo dos professores. Antes de ser preso, ele escapa para outra realidade, fechando o ciclo do que parece ser o crime perfeito. Paul, no entanto, não considerou um fator fundamental: Marguerite. A filha do renomado cientista Henry Caine não sabe se é capaz de matar, mas, para vingar a morte de seu pai, está disposta a descobrir. Com a ajuda de outro estudante de física, a garota persegue o suspeito por várias dimensões. Em cada novo mundo, Marguerite encontra outra versão de Paul e, a cada novo encontro, suas certezas sobre a culpa dele diminuem. Será que as mesmas dúvidas entre eles estão destinadas a surgirem, de novo e de novo, em todas as vidas dos dois? Em meio a tantas existências drasticamente diferentes — uma grã-duquesa na Rússia czarista, uma órfã baladeira numa Londres futurista, uma refugiada em uma estação no meio do oceano —, Marguerite se questiona: entre todas as infinitas possibilidades do universo, o amor pode ser aquilo que perdura?


Aos dezesseis anos, Marguerite já viu mais formulas de física que qualquer adolescente de sua idade. Seus pais, Sophie e Henry Caine, são dois dos maiores cientistas da atualidade e ela não se lembra de uma época quem que não houvessem equações espalhadas por toda a casa. O atual protótipo criado por eles se chama Firebird e depois de testado irá provar a veracidade da teoria de Sophie sobre a existência de dimensões paralelas.

O chamado Multiverso apresenta versões alternativas do mundo que conhecemos e também de nossas vidas. Eles coexistem de foram paralela, sendo uns mais próximos/parecidos do que outros. Como seria se a tecnologia não tivesse avançado ou se ela tivesse avançado tanto que o que conhecemos é algo obsoleto? Quem seria você caso seus pais ou um ícone importante na história do mundo tivessem tomado outras decisões? São essas variações que criam os diferentes multiversos e a pessoa que portasse o Firebird irá conseguir viajar por esses mundos, assumindo o corpo da sua versão daquela dimensões, mas sem perder a consciência de quem é.

O universo é, na verdade, um multiverso. Há incontáveis dimensões quânticas de realidade, que se encaixam umas dentro das outras.

Por não conseguirem ter a família enorme que planejaram, Henry e Sophia sempre foram muito receptivos com seus alunos assistentes. Eles não só circulavam livremente pela casa fazendo estudos ou testes, eles eram verdadeiramente acolhidos como filhos. Entre todos esses jovens, ninguém se envolveu tanto com a família como Paul e Theo.

No dia em que o firebird some junto com todos os dados da pesquisa, a pior notícia que os Caine poderiam receber vem da polícia e não do departamento de pesquisas da universidade. Henry se envolveu em um acidente perto do campus e foi dado como morto. As provas indicam que Paul pode ser o responsável e com ele sumiu sem deixar vestígios, Meg tem certeza que ele fugiu saltando para outra dimensão.

Com a ajuda de Theo e dominada pela vingança, ela pretende ir atrás do cara que um dia a entendeu melhor que ela mesma. Meg não sabe se conseguirá fazer justiça com as próprias mãos, sabe apenas que o assassino do seu pai não pode sair impune.

Agora sei que luto é uma pedra de amolar que afia todo amor, todas as suas memórias mais felizes, e os transforma em lâminas que nos cortam de dentro para fora.

A primeira coisa que preciso falar sobre essa história é que não há viagem no tempo. Por mais que algumas dimensões possam parecer a idade média e outros apresentem uma cidade totalmente futurista, o viajante sempre vai cair no mesmo dia/mês/ano/hora/minuto/segundo que na dimensão de onde ele veio. A autora inovou em uma temática que, ao meu ver, não tem muitas variações como é o caso de viagem no tempo. E eu achei que dessa forma a história se torna muito mais interessante, pois como quem viaja é basicamente a consciência, seria estranho uma garota de 16 anos em um corpo de 6 ou de 66. A caçada por Paul se torna muito mais coerente dessa forma.

Outro elemento que eu achei fantástico foi a teoria do Paralelismo matemático levantada por Paul. De acordo com ela, não existe coincidência e sim uma probabilidade ou padrão matemático. As coisas que acontecem em uma dimensões, tendem a se repetir nas outras dimensões, mesmo que de formas diferentes ou em momentos diferentes. Assim, as pessoas com quem o indivíduo se relaciona aqui, provavelmente estarão ligadas a ele, não necessariamente do mesmo jeito, em outras dimensões. Isso seria a comprovação de que o destino existisse, mas por fatores puramente matemáticos. Meu lado romântico gostou muito dessa teoria!


Claudia Gray é uma autora mega criativa, eu não tenho duvidas disso. A cada nova dimensão eu ficava embasbacada com a riqueza do que ela apresentava, mas vou mentir se dizer que fui fisgada nas primeiras páginas. A narrativa feita em primeira pessoa é muito gostosa de ler, mas todas as vezes que eu precisava interromper a leitura, nada me instigava à voltar para o livro. Eu pensei que eles iam ficar pulando de dimensão em dimensão, vivendo o dia a dia de seus outros eus, sem avançar muito em seu objetivo principal. Ainda bem que não foi assim. Depois de algumas reviravoltas e descobertas a história engrenou e ai sim, foi difícil de parar.

Toda forma de arte é outra maneira de ver o mundo. Uma nova perspectiva, uma nova janela. E a ciência... é a janela mais espetacular de todas.

A capa de Mil Pedaços de Você é uma adaptação da original e preciso confessar que foi a primeira coisa que me chamou a atenção para ele. Ela fez dele o tipo de livro que eu quero ler sem nem saber a sinopse. Sob um fundo aquarelado, temos a ilustração de duas cidades opostas, que representam as principais dimensões visitadas pelos personagens nesse livro: o triadverso, uma Londres ultra tecnóloga com direito a chamada de vídeo holográfica através de um dispositivo no pulso, e o russoverso, uma São Petersburgo parada no tempo onde a dinastia Romanov nunca deixou de existir. A diagramação é simples, com páginas amareladas, fontes e espaçamentos confortáveis para a leitura. O único diferencial vem no início de cada capítulo, que alternam as ilustrações das cidades da capa.

Esse é o primeiro livro de uma trilogia que foi finalizada esse ano. Eu já estou lendo a continuação e em breve trago minha opnião para vocês, mas já adianto que a história só melhora.

Quem é fã de ficção científica e não abre mão de um bom romance, deve se jogar na história.


- - - - -
Postagem válida para o TOP COMENTARISTA, Participe!
Valendo um exemplar de A Melodia Feroz.

7 comentários

  1. Dreeh!
    Parece que o livro é realmente inovador no sentido de se ir para um universo paralelo, mas apenas com a consciêncai e lá é o mesmo dia, hora, local do que o da origem.
    é uma ideia inédita que traz uma curiosidade profunda em poder apreciar essa leitura.
    “Como eu não tenho o dom de ler pensamentos, eu me preocupo somente em ser amigo e não saber quem é inimigo. Pois assim, eu consigo apertar a mão de quem me odeia e ajudar a quem não faria por mim o mesmo.” (Desconhecido)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE JUNHO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Oi Dreeh ;)
    Não costumo ler muitos livros de ficção cinetífica, mas se tem romance misturado vou dar uma chance! Já conhecia o livro de vista pelo skoob, mas não tinha ficado tão animada pra ler.
    Achei diferente esse mundo que a autora criou, com essas diferentes dimensões.
    Como já conhecia a autora pela série Evernight, e gosto da escrita dela, adorei sua indicação :)
    Bjos

    ResponderExcluir
  3. Olá,
    Uau, que teoria!
    Eu realmente amo coisas que são relacionando com tempo, por isso que amo série que tem essa finalidade. A trama do livro me encantou, me fez pensar agora sobre a trama dele, das outras dimensões. Realmente isso é algo retórico porque muito dizem que possa existe lugares paralelos, e pessoas como nos lá mas realmente não sabemos se existe ou não. O livro com certeza será algo maravilhoso pra mim.

    ResponderExcluir
  4. Oi.
    Apesar de não ter costume de ler muito ficção cientifica, a premissa desse livro está bem ousada e criativa. Fiquei curiosa para saber mais do desenvolvimento dessa trilogia.
    Resenha muito bem escrita, parabéns. Me motivou a fazer a leitura!
    Beijos.

    ResponderExcluir
  5. Oi Dreeh,
    Nossa, lembro que quando vi o lançamento o livro entrou na minha lista de desejados na hora, simplesmente porque amei a capa e o título me chamou muito a atenção. Acabei adiando a leitura pois preferi esperar a publicação de toda a trilogia.
    Estou ansiosa para conhecer esse “universo” fascinante que a autora criou, essa história é incrível! As variadas dimensões inseridas na trama geram muitos questionamentos e faz uma baita crítica e reflexão à nossa sociedade atual.
    Quero ler o quanto antes essa grande aventura.
    Beijos

    ResponderExcluir
  6. Parece ser uma historia que prende o leitor com esse misterio envolvendo o sumiço do Firebird, fiquei querendo saber mais sobre essas dimensões paralelas. Parece que a leitura envolve o leitor com essa aventura atras de Paul para saber o que aconteceu. Confesso que achava que seria de viagem no tempo. A capa é linda e foi ela que chamou minha atenção.

    ResponderExcluir
  7. Oi Dreeh,
    O livro tem uma sinopse bem diferente e um pouco confusa, me parece ser aquele tipo de trama que só se consegue compreender sua totalidade após a leitura. Não dá para negar a audácia e empenho da autora em criar uma história única e inovadora. Fiquei curiosa com muitos aspectos da trama, principalmente o mistério por trás do assassinato do pai de Marguerite. Achei bem diferente a forma como Claudia Gray trabalha com a viagem no tempo, sem toda aquela mesma coisa de todas as histórias com a mesma temática. É um livro que já vinha me chamando atenção e cada vez que leio alguma resenha fico mais curiosa.

    ResponderExcluir


Mais que Livros - 2015. Todos os direitos reservados.
Tecnologia do Blogger.
Miss Mavith - Design with ♥