29 abril 2013

Resenha - Sushi, Marian Keyes


SÉRIE: Volume Único
AUTOR: Marian Keyes
EDITORA: Bertradnd Brasil
PÁGINAS: 574
LANÇAMENTO: 2000
CONCEITO: 3 estrelas

“– Hoje eu vou querer uma coisa um pouquinho diferente para o almoço – disse Lisa a Trix.(...)
– É alguma furta que você quer? (...)
– Gostaria de comer sushi.
A sugestão era tão repugnante que deixou Trix sem fala.
– Sushi? – disparou, por fim, horrorizada. – Quer dizer, peixe cru?
Lisa lera no fim de semana que um empório de sushi havia aberto uma filial em Dublin, e tinha a esperança de que, experimentando seus produtos, conseguisse sair da depressão provocada por Oliver. Mas também tivera a mesma esperança em relação ao show humorístico de sábado à noite, e dera em nada, apesar de Jack ter de fato aparecido e conversado com ela durante boa parte da noite – isso é, quando não estava conversando com aquela chata de galochas da Clodagh.” (pág 393 e 394)

Como o próprio livro diz, Sushi é a história de três mulheres, vivendo em uma mesma cidade e que estão em busca da felicidade. E como esse sentimento pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. O livro é bem extenso, e por ter três protagonistas, muitos personagens e varias histórias paralelas, eu fiquei bem perdida até quase o meio do livro. A personalidade de cada um é bem marcada, mas a confusão de tramas e nome confunde um pouquinho. Não irei falar de todos os personagens para a resenha não ficar quilométrica, mas tentarei aguçar a vontade de vocês de lerem esse livro fantástico e cheio de lições para as nossas vidas.

Lisa é uma workaholic, não tem palavra que a defina melhor, e como boa workaholic que é, perdeu a melhor pessoa de sua vida – Oliver, seu (ex)marido – por trabalhar demais. Quando ao invés de ser promovida para uma famosa revista de New York ela é mandada a Dublin – Irlanda – para começar a revista Garota do zero ela surta. Sempre venenosa, ela sai de Londres sem amigos e sem marido, se sentindo fracassada e infeliz. Sempre deslumbrante e charmosa, ela descobre que a vida é muito mais do que poder e beleza. Confesso que minha antipatia com ela foi instantânea, mas no decorrer do livro foi impossível não me sensibilizar com ela e torcer para que as coisas se arrumem com Oliver. Ela me lembrou muito da Darcy de O noivo da minha melhor amiga e Presentes da Vida – Emily Giffin – em personalidade e aprendizagem.

Foi a personagem com quem mais me identifiquei, porque ela é a típica mulher moderna, que está alcançando cargos cada vez mais importantes – e estressante - no mercado. E é claro que queremos ser bem sucedidas, mas será que vale tudo para chegar ao sucesso?!

Ashling é uma típica irlandesa, cheia de ‘coisas da sorte’ e superstições – que no transcorrer do livro você descobre que são mais do que simples superstições. Ela é o elo de todos os núcleos do livro, é o braço direito de Lisa dentro da edição da Garota e a melhor amiga e Clodagh. No início eu gostei muito dela, toda a sua confusão com os rapazes e a sua estranha relação a família, mas depois sei lá. A personagem dela trás uma mensagem importante, sobre uma doença que afeta muitas pessoas atualmente sem que elas nem saibam – e que obviamente eu não contarei a vocês -; e a superação dela depois de um momento difícil, o final digno e ate emocionante que ela teve podem tocar muitas pessoas.

Clodagh tem uma ótima vida. Um marido maravilhoso, dois filhos pestinhas lindos, uma boa casa, e adivinha?! Ela se sentia infeliz com a vida que levava... Narcisista, egocêntrica, egoísta, ela só reconheceu a sorte que tinha, quando estava na pior, típico não?! E a mensagem dela é essa: valorize aquilo que é seu! A virada que Dylan – seu marido - dá por causa das atitudes dela é bem típico dos homens; confesso que esperava bem mais dele. Eu cheguei a pensar que ela poderia começar a trabalhar na Garota para agitar um pouco a vida de Lisa e Ashling, mas não aconteceu, e me pego pensando que as coisas teriam um rumo bem diferente se tivesse acontecido. Como eu tive um ódio mortal dela o livro todo, amei seu desfecho.

Agora alguns coadjuvantes, o que eu mais gostei foi o Boo. Ele é tão legal, e é tão triste a realidade dele.. torci por ele a todo instante! Mas é triste pensar que na vida real ninguém na situação dele teria a oportunidade de ele teve. Jack Devine deveria ser O galã da história, ele tinha todo poder de agitar a vida das personagens, mas não o fez, e teve uma trajetória morna e chata, enfim não convenceu a mim.

Sobre a diagramação eu tenho que reclamar uma coisa: existem alguns erros na escrita, não de tradução, mas palavras faltando letras, e em outros momentos parece que foi falha de impressão. Isso me tirou a concentração várias vezes. A página branca não é bem uma reclamação, mas já estava tão desacostumada com elas que me doeram um pouco a vista, principalmente porque li a maior parte do livro na rua. Um ponto positivo para a tradutora é que algumas palavras – como pence – foram deixadas em inglês, mas deveria ter uma notinha no rodapé sobre o significado, porque para quem não sabe necas de inglês isso pode ser desagradável.

13 comentários

  1. Nossa, é verdade, faz tanto tempo que não leio livros com páginas brancas que também estranharia, assim como antigamente estranhava o contrário. De todos os livros da Marian esse é o meu favorito. Amei como tudo se desenrolou e amei ver o crescimento dos personagens. Beijos, Mi

    www.recantodami.com

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    1. kkkkkkk eh verdade,
      eu também me achava muito ruim quando começaram essas paginas amareladas, achava que parecia que o livro já estava velho rsrs
      tudo questão de costume néh!
      esse foi o único que eu li, então não da pra avaliar, mas pretendo ler casório em breve.. vamos ver o que vou achar =))

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  2. tenho muita vontade de ler algum livro da Marian Keyes, mas ainda não tive a oportunidade. engraçado que as resenhas que leio dos livros dela não são assim maravilhosas, são, normais, digamos assim, mas mesmo assim ainda sou curiosa para ler.

    beijos
    Kel
    porumaboaleitura.blogspot.com.br

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    1. Leia siim!
      Esse foi apenas o primeiro que eu li, e gostei bastante - apesar dos erros que encontrei no texto e que me deixaram bem chateada.
      Mas tenho certeza que voce vai gostar, eh uma leitura agradavel =))

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  3. Oie :)

    Já li Sushi e gostei bastante, mais devo dizer que fiquei 3 semanas empacado na leitura não sei o por que, eu adoro a Clodagh é o Boo não gosto nenhum pouco da Lisa, beijos !!

    http://euvivolendo.blogspot.com.br/ ( comenta lá :D )

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  4. Nossa depois dessa resenha, fiquei muito curiosa...parabéns pelo blog(acabei de colocar o livros da Marian Keyes na minha listinha do submarino valeu pela resenha)

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  5. gente esse livro não fala das mesmas personagens de 'melancia' e 'férias' não? achei que falaria de algumas da irmãs :/

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  6. Já faz algum tempo que, infelizmente, a maioria das editoras optou por não incluir mais nos livros notas de rodapé informando ao leitor qual o significado de uma palavra estrangeira ou de um algum trecho ou fato desconhecido do leitor brasileiro.
    Suponho que isso seja proposital, principalmente para que o leitor brasileiro, que não por hábito a leitura, vá em busca da tal informação por meio de pesquisas.
    Até certo ponto, acho isso interessante; em contrapartida, também pode desestimular o leitor ou fazêd-lo seguir adiante na leitura sem ter a devida compreensão do texto.

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  7. Parece que os livros dela possuem esta características de começar entediantes. Li Férias também, e achei o começo um saco, mas da metade pro final ele pega um ritmo ótimo! Espero q seja assim com Sushi, pois comecei tem pouco tempo e ainda não peguei gosto pela história.

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  8. Ei, voce ja leu Casório? eu adorei :D

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Casório é sem dúvida o melhor!
    Também adorei Melancia, já Sushi, achei muito cansativo e achei que o desfecho da Ashling deveria ter mais emoção, mais compromisso, se eu fosse ela certamente ficaria muuuito insegura... Faltou sal.

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