17 fevereiro 2020

Resenha - Mulheres na luta, Marta Breen


Livro: Mulheres na luta
Autor(a): Marta Breen e Jenny Jordahl
Editora: Seguinte
Páginas: 128
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora

Há 150 anos, a vida das mulheres era muito diferente: elas não podiam tomar decisões sobre seu corpo, votar ou ganhar o próprio dinheiro. Quando nasciam, os pais estavam no comando; depois, os maridos. O cenário só começou a mudar quando elas passaram a se organizar e a lutar por liberdade e igualdade. Neste livro, Marta Breen e Jenny Jordahl destacam batalhas históricas das mulheres — pelo direito à educação, pela participação na política, pelo uso de contraceptivos, por igualdade no mercado de trabalho, entre várias outras —, relacionando-as a diversos movimentos sociais. O resultado é um rico panorama da luta feminista, que mostra o avanço que já foi feito — e tudo o que ainda precisamos conquistar.

Mulheres na luta, HQ escrita por Marta Breen é o retrato da difícil trajetória de mulheres a frente de seu tempo. Mulheres que não se contentavam com uma vida de submissão onde pais e maridos acreditavam que o papel da mulher na sociedade era tão somente educar homens na juventude e agradá-los na vida adulta para que fossem amadas e honradas.

Narrado de forma clara e objetiva, acompanhamos histórias de mulheres que lutaram pela igualdade de direitos e não recuaram mesmo quando precisaram sacrificar a própria vida em prol de um futuro diferente. E foi através da coragem e obstinação dessas heroínas que mulheres conquistaram o direito de voto, de trabalhar e garantir o próprio sustento, de possuir controle do próprio corpo - dando início a revolução sexual dos anos 1960, com a chegada do método contraceptivo.

O aborto e a discriminação de mães solteiras também são retratados de forma marcante nessa HQ, demonstrando o desespero de mães e mulheres desamparadas pela sociedade. Muitas recorrendo a métodos ilegais e perigosos como única saída.

Questões como escravidão e feminismo negro também são abordados, afinal os direitos conquistados por mulheres brancas não se estendiam necessariamente às mulheres negras, cabendo a cada uma lutar pela sua causa.

Outro ponto importante é a luta pelo amor livre. Mulheres eram oprimidas e forçadas a viver vidas heterossexuais em casamentos indesejados. Acreditava-se que exorcismos, orações e internações em hospícios eram opções para tratar o homossexualismo. Infelizmente mesmo após tantas conquistas do movimento, homossexuais e transexuais continuam vítimas de crimes e ódio gratuito até hoje.

E mesmo após 150 anos de lutas e conquistas, a mulher ainda precisa gritar para ser ouvida. A igualdade no mercado de trabalho é inexistente e o direito de controlar o próprio corpo é questionado constantemente. Somos julgadas, objetificadas e taxadas como o sexo frágil. E nessa luta diária, precisamos lembrar que enquanto a sociedade não reconhecer que independente do gênero, cor, posição social e crença somos todos iguais, precisamos continuar lutando.


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