Livro: Mil Palavras
Autor(a): Jennifer Brown
Editora: Gutenberg
Páginas: 208
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O namorado de Ashleigh, Kaleb, está prestes a partir para a faculdade e a jovem está preocupada que ele se esqueça dela. Então, em uma famosa festa de final do verão, as amigas de Ashleigh sugerem que ela mande uma foto nua para ele. Antes que possa mudar de ideia, Ashleigh vai para o banheiro, tira uma foto de corpo inteiro em frente ao espelho, e aperta a tecla “enviar”. Mas o término do relacionamento do casal é ruim e, para se vingar, Kaleb encaminha a foto para sua equipe de beisebol. Em pouco tempo, a foto viraliza, atraindo a atenção do conselho da escola, da polícia e da mídia local. A pena ordenada a Ashleigh pelo tribunal é prestar serviço comunitário, e é onde ela conhece Mack, um jovem que oferece uma nova chance de amizade, e é o único que recebeu a foto e não olhou. A aclamada autora Jennifer Brown traz aos leitores um romance emocionante sobre honestidade, traição e redenção, amizade e atração, e integridade, mostrando que uma imagem pode valer mil palavras… mas nem sempre conta a história inteira.
O verão estava acabando e Ash estava longe de ter passado todo o tempo que queria com seu namorado. Ele iria para a faculdade no próximo outono, a quatro horas de distância da cidade em que ela permaneceria até finalizar o ensino médio. Acontece que todos os amigos dele também iriam para a faculdade e essa seria a última vez que passariam as férias juntos. A sugestão de surpreendê-lo com uma foto, algo para se lembrar dela e de quebra afastá-lo das tentações universitárias, pareceu muito boa depois de beber alguns drinks... assim como qualquer ideia com proporções catastróficas pareceria.
A história de Ash não é a primeira a narrar um caso de vingança cibernética, pornografia infantil ou o nome que se dê aos casos onde alguém jogue na rede uma foto que lhe foi confiada; mais não importa quantas vezes eu leia sobre o assunto - ficção ou não -, sempre me sinto absolutamente impactada. E descrente com a humanidade.
Aqui, a protagonista errou ao enviar uma foto tão particular de seu corpo, mas, isoladamente, isso nunca lhe faria mal. Tirar essa foto ou enviá-la para uma pessoa com quem se relaciona há algum tempo, uma pessoa em quem confia plenamente, não a torna uma puta disponível. Mas é o que a maior parte da sociedade doente em que vivemos vai dizer.
A história é narrada em duas linhas cronológicas, para contar o que aconteceu até que Ash chegasse a detenção, ao mesmo tempo que mostravam como estava sendo sua rotina lá. E o que mais me doeu foi conhecer um casal que tinha de tudo para ter tido seu felizes para sempre. O namorado dela está longe de ser perfeito, mas suas atitudes demonstrava um amor daqueles que nunca achamos que vamos encontrar na vida real. E no final ele se torna só mais um babaca que não esta acostumado a pagar por suas atitudes.
Eu fiquei muito incomodada com a forma que o caso dela foi abordado. Muito por conta das leis americanas, que podem ser bem diferentes das nossas em alguns casos, mas principalmente com a reação dos que estavam a sua volta. Sua amiga esnobava a situação, seu pai só pensava em sua carreira, mas alguém passou para pensar na única vida que foi permanentemente marcada pelo envio daquela foto? Todos poderiam se reestabelecer, mas Ash poderia morrer. Muitas mulheres nessa situação não aguentam a pressão do julgamento e isso está longe de ser fraqueza.
Jennifer Brown é conhecida por escrever histórias que machucam o leitor. Esse foi meu primeiro contato com a autora e só consigo pensar porque demorei tanto para abrir o primeiro livro. Ela mexeu comigo ao não criar um ambiente amigável à personagem, porque essa é a realidade de muitas mulheres. O desfecho foi um pouco mais leve, esperançoso, mas ainda perto o bastante da vida real para não ser um felizes para sempre. A leitura doeu e é por isso que recomendo.
Oi Dreeh
ResponderExcluirEu tenho muita vontade de ler as obras da autora. Ainda não conhecia esse, mas parece bem interessante. Título anotado.
Vidas em Preto e Branco