08 novembro 2017

Especial Tartarugas Até lá Embaixo - TOC


TOC, ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais -DSM.IV” da Associação de Psiquiatria Americana. A principal característica do TOC é a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões.

Entende-se por obsessão pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela queira. Como um disco riscado que se põe a repetir sempre o mesmo ponto da gravação, eles ficam patinando dentro da cabeça e o único jeito para livrar-se deles por algum tempo é realizar o ritual próprio da compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas, que ajudam a aliviar a ansiedade. Alguns portadores dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo terrível pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da família inteira. (Fonte)

Durante a trama acompanhamos as dificuldades de Aza para lidar com esse transtorno que impacta sua vida muito mais do que ela consegue perceber.

Aza vive uma constante luta com pensamentos indesejados que a todo tempo enviam alertas repetitivos sobre possíveis infecções que podem leva-la a morte, obrigando-a a fazer o mesmo ritual diário para garantir sua segurança, como por exemplo trocar diversas vezes o curativo da ferida que sempre está aberta em seu dedo e até mesmo beber álcool em gel para matar as bactérias existentes em seu estomago.

Seu comportamento não é nada saudável, mas ela não consegue evitar, e mesmo com a ajuda da psiquiatra que a acompanha por anos e define uma série de táticas e medicamentos para auxilia-la durante esses episódios, parece que nada funciona.


Mas as coisas parecem ficar ainda piores quando ela começa a se envolver com Davis. Ela gosta da companhia do garoto e deseja ter um relacionamento normal com ele. Contudo um simples beijo já é um gatilho que traz à tona seu transtorno. Durante uma troca de beijo inúmeras bactérias são trocadas, e pensar em ter as bactérias de Davis em seu sistema a deixa completamente paranoica, um verdadeiro alerta de que ela poderia morrer por isso.

Concluindo, o TOC é muito mais sério do que pensamos e precisa ser melhor compreendido, trata-se de algo muito mais grave do que manias de limpeza e arrumação. Achei muito interessante o fato de John Green inserir na história um distúrbio que ele mesmo sofre e exemplificar em sua personagem o quanto essa doença pode afetar um indivíduo em seus relacionamentos interpessoais. Enquanto agrava também sua saúde física e mental.


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7 comentários

  1. Não imaginava nem por um segundo que John também sofria deste mal. Penso eu, que isso anda ficando tão frequente nos últimos tempos. Talvez hoje em dia seja mais fácil o diagnóstico.
    Só sei que li muita coisa negativa sobre a forma que o autor tratou a doença. Pontos como ele deveria ter se aprofundado mais no tema, já outros leitores afirmaram que foi a dose exata.
    Sei que é algo que precisa sim, ser abordado mais vezes e que eu quero muito ler este livro!
    Beijo

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  2. Achei bem legal John escrever sobre uma doença que ele mesmo sofre. Deve ser uma sensação única passar o que sente para o papel em forma de uma personagem incrível e poder compartilhar com todo mundo.
    Estudei um pouco sobre TOC enquanto ainda cursava psicologia, e estou empolgada para ler o livro.

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  3. Eu ainda não li nenhum livro com um personagem que tem TOC. Essa realmente é uma doença muito séria. E é até difícil para mim imaginar que um simples beijo é um gatilho para a personagem.
    Eu também achei muito legal o autor ter colocado uma personagem com TOC no livro, e estou com bastante vontade de ler esse livro!

    Beijos!

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  4. Olá!
    Nossa, John Green e meu autor favorito, nunca imaginei que ele sofria desse problema. Realmente ao saber mais sobre ela me deixou bastante mas atenta, já que esse tipos de coisas é grave em qualquer pessoa!

    Meu blog:
    Tempos Literários

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  5. Gláucia!
    Não sabia que o escritor tinha TOC e achei muita coragem da parte dele, expor sua doença e entendo que deve ter feito em forma de alerta, para que outras pessoas possam perceber o quanto é difícil a doença, tanto para quem tem, quanto para quem convive com o portador.
    “A arte de ser sábio é a arte de saber o que ignorar.” (William James)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA novembro 3 livros, 3 ganhadores, participem!

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Oi, Gláucia!
    Nossa, o TOC da Aza é bem difícil, né?! Só de ler os seus comentários sobre as situações que ela passa fiquei angustiada por ela...
    Assim como você também achei interessante o fato de John Green inserir na história um distúrbio que também o afeta, acredito que isso tornou Tartarugas Até lá Embaixo tão especial, e eu não vejo a hora de ler esse livro!

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