04 setembro 2016

Resenha - Onde Está Elizabeth?, Emma Healey


Livro: Onde Esta Elizabeth?
Autor(a): Emma Healey
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 308
Adquira: Saraiva | Submarino | Travessa | Americanas | Livraria Cultura
Livro cedido através da parceria com a editora
Vencedor do Costa Book Awards e do Premio Salerno Libro dEuropa, o romance de estreia de Emma Healey é uma delicada narrativa sobre memória misturada a um thriller. Maud tem 80 anos e está ficando cada vez mais esquecida. Sua própria filha e sua casa lhe parecem irreconhecíveis, e ela escreve bilhetes para si mesma na tentativa de lembrar do cotidiano. Um dia, um dos bilhetes informa que sua amiga Elizabeth está desaparecida. Embora todos lhe assegurem que ela está bem, Maud embarca numa missão para encontrá-la. A iniciativa, no entanto, acaba se confundindo com a história de Sukey, sua irmã mais velha, desaparecida desde o fim da Segunda Guerra Mundial.


Com seus mais de oitenta anos, Maud dribla o alzheimer como pode. Tudo que julga importante ganha um bilhete e ela tem uma infinidade deles. Um de seus bilhetes a alerta sobre a o desaparecimento de sua amiga Elizabeth. Ela sempre passava em sua casa para um chá ou ligava, mas nenhum dos bilhetes recentes indicava que tais coisas haviam acontecido. Como sabia que a amiga morava sozinha e que seu filho a tratava muito mal, Maud fica muito nervosa e decide investigar o que está acontecendo. O que não se mostra uma tarefa fácil.

Ainda assim, se Elizabeth tivesse ligado, eu  teria um lembrete sobre isso. Não é possível que tenha perdido todos. Eu anoto e anoto e anoto as coisas. Eles não podem ter caídos todos da mesa ou do balcão ou do espelho. Além disso, encontrei esse pedaço de papel escondido dentro da manga da minha camisa: Sem notícias de Elizabeth.

Com o passar do tempo, sua memória fica ainda mais fraca. Se antes ela esquecia os acontecimentos do dia anterior, agora ela esquece o que estava fazendo no meio da tarefa em si, fazendo com que ninguém a leve a sério quando informa que Elizabeth não da notícias a muito tempo. Em meio a sua busca por pistas do paradeiro da amiga, o leitor é presenteado com memórias e recordações da vida de Maud. Sendo o mais recorrente deles o mistério em relação o desaparecimento de sua irmã, que aconteceu após o fim Segunda Guerra Mundial.

Onde está Elizabeth? foi um livro que atraiu a minha atenção pela proposta. Um thriller onde as informações não são confiáveis isso quando elas existem, tinha de tudo para ser maravilhoso, só que não foi muito bem o que eu encontrei. Na realidade, essa história nem deveria ter sido classificada como tal.

A história é narrada em primeira pessoa por Maud e entrar na mente de uma pessoa com alzheimer foi uma experiência aterrorizante. Essa é uma daquelas doença ingratas (assim como o câncer) que exige muito de quem as vive e das pessoas que convive com ela. Não é fácil, não, de maneira nenhuma. Então, logo nos primeiros capítulos, você já se vê envolvido com o drama da protagonista. Eu não vou negar que senti muita raiva da filha dela, pela forma como tratava a mãe, e chorei em alguns momentos. Chorei pela Maud, pela liberdade e credibilidade que ela perdeu por conta da doença. Porém o que eu achei que seria uma introdução perfeita foi se arrastando até ultrapassar o limite aceitável para uma introdução e e ficou bem chato.

A história se tornou repetitiva ao extremo e a impressão que eu tinha era de estar andando em círculos. Os acontecimentos realmente interessantes se tornaram espaçados demais para prender a minha atenção, logo, fiquei bem frustrada com o rumo da história. O thriller só não foi de todo perdido por conta do mistério de Sukey, a irmã da protagonista, e foi exclusivamente por isso que insisti em seguir com a leitura.

A escrita da autora me agradou e desagradou ao mesmo tempo. A confusão presente nos pensamentos de Maud te ajudam a entrar no clima - e seriam ótimos se a história não tivesse se repetido tanto -, mas quando os primeiros flashbacks surgiram, eu fiquei extremamente confusa. Não havia qualquer indicativa sobre a mudança temporal, inclusive cheguei a pensar que poderia ser o lado de Elizabeth na história, já que ela é a narradora do prólogo. Por sinal, seria algo bem interessante também. Como as lembranças aparecem de maneira cronológica, fica mais fácil identificá-las a partir da terceira ou quarta vez que isso acontece.

A capa do livro é bonita, interessante, mas em conjunto com os demais elementos da capa, passam a ideia errada sobre o que esperar da história. Acredito que fiquei frustrada por estar esperando algo muito diferente do que foi apresentado, mas se você estiver afim de ler um drama com um toque de investigação policial, esse com certeza um livro pra você.

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Valendo um exemplar de Onde está Elizabeth?

6 comentários

  1. Um tema bastante diferente, talvez seja esse o ponto principal. E talvez seja isso que mova quem quer ler e eu me incluo.
    Gosto de coisas assim, que nos levam a lugares desconhecidos, como a mente de quem possui esta doença tão cruel. A confusão entre o que é real ou não.
    Procurarei ler!!
    Beijos

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  2. Falou drama estou dentro, adoro. E quando li sua resenha fiquei encantada com a possibilidade de leitura que posso ter aí. Acredito mesmo que você só não gostou mais do livro pela classificação dada e você esperou outro tipo de leitura. Eu já passei por isso com o livro e naõ dei a devida atenção a como ele era bom porque foquei no tema e não no livro em si. Mas achei bem interessante mesmo a proposta, Alzheimer é uma doença cruel demais, e deve ser assustador não se lembrar das pessoas que amamos!

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  3. Olá!
    Esse livro aborda um tema muito especial e importante. Tenho um familiar com essa doença, e sei como é triste para os familiares e amigos. Gostaria de ler e tirar minhas conclusões. Preparada para a leitura que me espera! Ótima resenha. Beijos.

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  4. Olá!
    Fiquei chateada com a sua declaração, pois eu queria muito ler este livro e esta já é a segunda resenha que frustra um pouco as minhas expectativas. No entanto não vou desistir de tentar ler, vai que no final das contas eu acabo gostando não é mesmo? De qualquer forma, gostei bastante da sua resenha e da sua sinceridade.

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  5. Oi Dreeh,
    O que mais gostei nesse livro é o fato de que a narrativa é em primeira pessoa, mas ao mesmo tempo, fico apreensiva por ter uma protagonista que tem essa doença aterrorizante. Felizmente, não conheço ninguém com Alzheimer, mas tenho um medo enorme dessa doença tão cruel. Que pena que o livro não foi tudo o que podia ser, tinha tudo para ser uma história tão envolvente, confesso que fiquei um pouco decepcionada agora. Mas não vou riscar esse livro da lista, quando tiver a oportunidade vou ler sim, pois adoro um bom drama e amo investigação policial.
    Beijos

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  6. MUITO BOM RETRATAR A MENTE DE UMA PESSOA COM ALSEIMEIR , POIS ASSIM PODEREMOS ENTENDER MELHOR A MENTE DESTA PESSOA CONTURBADA.VER SUAS MEMÓRIAS , REFLETIR O QUE FOI PERDIDO E O QUE FOI ENCONTRADO.E NESTE MESMO LIVRO AINDA TEM UM POUCO DE INVESTIGAÇAO POLICIAL, E O SUSPENSE DO PARADEIRO DE ELIZABETH. MUITO EMOCIONANTE.

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