Vez ou outra eu estou navegando na internet e encontro algo interessante. Algumas vezes esses assuntos acabam se tornando um post aqui do blog, e foi justamente o que aconteceu desta vez! Vocês já ouviram falar de alguma síndrome inspirada em um personagem literário? Eu já ouvi falar de uma ou duas, mas eu não sabia que existiam outras. Como blogar também é sinônimo de transmitir cultura, decidi trazer a lista feita pela Super Interessante para vocês.
TRANSTORNOS COM NOMES INSPIRADOS EM PERSONAGENS LITERÁRIOS
Síndrome de Aline no País das Maravilhas: Em 1955, o psiquiatra J. Todd descreveu este transtorno que
compromete os sentidos e a percepção, e tem efeitos que muito se assemelham às
experiências da personagem do escritor Lewis Carroll. No livro, de 1865, Alice
cresce e encolhe com ajuda de alguns alimentos e bebidas
que encontra pelo seu caminho. É assim que os afetados pela síndrome se sentem: o
doente fica confuso em relação ao tamanho e forma do próprio corpo, sentindo
que está aumentando ou diminuindo de tamanho, por exemplo. A confusão também se
dá quanto aos formatos e dimensões dos objetos ao seu redor. A condição teria ligação com enxaquecas e com epilepsia, mas
estudos que determinam suas causas ainda estão sendo conduzidos.
Síndrome de Peter Pan: Em 1911, J.M. Barrie nos levou em um passeio pela Terra do
Nunca, lar encantado de Capitão Gancho, de Sininho, dos Garotos Perdidos e,
claro, de Peter Pan, o menino que não queria crescer. Não por acaso, é deste
garoto levado que a psicologia pegou emprestado o nome para a condição descrita
e popularizada pelo escritor Dr. Dan Kiley. A Síndrome de Peter Pan
descreve adultos que nunca conseguiram dar adeus à infância. “Ele é um homem
devido a sua idade e um garoto por seus atos”, descreve Kiley em livro publicado
em 1983. Considerada uma psicopatologia, a condição ainda não foi incluída na
lista de distúrbios da Organização Mundial da Saúde.
Síndrome de Rapunzel: Rapunzel é a heroína do
conto escrito pelos Irmãos Grimm e publicado em 1812. Inconfundível, a jovem
princesa, aprisionada em uma torre sem portas ou escadas, possui loooongos e
belos cabelos dourados. Como você pode imaginar, as madeixas também são uma
parte importante da rara síndrome de mesmo nome, descrita em 1968.
A Síndrome
de Rapunzel está ligada à tricotilomania, transtorno que torna irresistível a
vontade de arrancar os próprios cabelos e muitas vezes está associado também à
tricofagia: a compulsão pela ingestão destes fios. O problema se agrava porque
o corpo humano não é capaz de digerir o cabelo, que pode acabar se acumulando
entre o estômago e o intestino delgado. Aí, já viu: caso essa grande massa
(chamada tricobezoar, em “cientifiquês”) vá crescendo até chegar até o intestino
delgado, acaba o obstruindo, tornando necessária sua remoção cirúrgica.
Síndrome de Dorian Gray: Obcecado com sua aparência, Dorian Gray, o perturbado e
narcisista personagem criado por Oscar Wilde, faz escolhas impensáveis para
manter sua juventude eterna. O Retrato de Dorian Gray, publicado em 1890,
inspirou a descrição da condição que aflige àqueles que também não lidam nada bem
com a ideia do envelhecimento. Ainda não incluída no Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (a bíblia dos psiquiatras), a síndrome
descrita no International Journal of Clinical Pharmacology and Therapeutics,
em 2001, aponta uma das mais comuns “fontes da juventude eterna” procuradas
pelos afligidos pela condição: cirurgias plásticas e drogas milagrosas que
prometem esconder a passagem dos anos.
Síndrome de Huckleberry Finn: Huck não teve uma infância feliz. O garoto, personagem de As
Aventuras de Huckleberry Finn, livro escrito por Mark Twain em 1884, nunca
conheceu sua mãe e era constantemente abandonado por seu pai. Ao invés de ir
para escola, Huck cabulava aulas e fugia de qualquer obrigação. E, segundo
estudos, este tipo de comportamento na infância pode ter impactos ao longo da
vida. Vem daí o nome da Síndrome de Huckleberry Finn, que faz uma ligação
entre a infância problemática e atitudes erráticas na vida adulta – como a
instabilidade profissional, por exemplo. Segundo o Steadman’s Medical Eponyms, a condição seria despertada por
sentimentos de rejeição.
Síndrome de Otelo: É verdade o que você ouviu por aí: o ciúme pode mesmo ser
uma doença. O sentimento angustiante tem uma explicação clínica – é causado
pelo medo da perda de um objeto amado. Até aí, tudo bem. Mas, quando o ciúme
passa a gerar perturbações e sofrimentos sérios, deixa de ser considerado
normal. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais, quem sofre do Transtorno Delirante Paranóico do tipo
ciumento tem convicção, sem motivo justo ou evidente, de que está sendo
traído pelo cônjuge ou parceiro. O ciúme patológico e delirante se enquadra na
Síndrome de Otelo, cujo nome remete à obra escrita por William Shakespeare em
1603. Em Otelo, o Mouro de Veneza, o personagem-título é devorado pelas
suspeitas infundadas de que sua esposa, Desdêmona, estaria o traindo. Se você
não sabe como termina a história, uma dica: ninguém vive feliz para sempre
neste conto.
É gente, para ver como existe louco para tudo! Algumas coisas podem parecer brincadeira, mas todos são doenças sérias e que precisão de tratamento. Vocês já conheciam algumas dessas síndromes?
* Textos utilizados na integra e imagens retiradas do Google.
É gente, para ver como existe louco para tudo! Algumas coisas podem parecer brincadeira, mas todos são doenças sérias e que precisão de tratamento. Vocês já conheciam algumas dessas síndromes?