Por mais de dois séculos, o Japão se manteve isolado do restante do mundo. Uma das principais razões para o banimento de estrangeiros no país foi em consequência da Rebelião de Shimabara, uma revolta de samurais e camponeses cristãos contra o governo do clã Tokugawa, ocorrida em 1637-1638. Santos e Guerreiros procura trazer luz a este evento histórico e resgatar a memória de grandes samurais como Miyamoto Musashi, que nunca fora derrotado em uma luta e o jovem Shiro Amakusa, o líder da rebelião. A influência portuguesa está presente na obra através de Benjamin e sua fé inabalável, e sua amizade conturbada com Kenjiro, o guerreiro renegado, que poderá trazer esperança ou morte para os moradores de um distante vilarejo.
Santos e Guerreiros é o livro de estreia de Diogo Temporim, que apresenta em seu enredo A Rebelião de Shimabara, uma revolta de camponeses cristãos e samurais contra o governo do clã Tokugawa entre 1637 e 1638.
Nessa obra, conheceremos Benjamin, um jesuíta estrangeiro de conhecimento admirável que tinha como propósito disseminar os ensinamentos de Cristo, levando esperança, fé e amor mesmo em meio à pobreza. Em seu caminho está Kenjiro, um homem que havia acabado de perder sua posição de samurai e fora contratado para trazer segurança a um vilarejo onde seus moradores eram constantemente perseguidos, sofrendo ataques de inimigos desconhecidos.
Além de trazer um enredo rico em termos de cultura e nos ambientar em meio aos conflitos sociais e religiosos que ocorreram nesse período histórico do Japão, o autor também fala sobre fé, compaixão e amizade. Em especial quando acompanhamos a conturbada relação entre o jesuíta e o ronin.
Quando iniciei a leitura, confesso que pouco sabia sobre essa perseguição religiosa que contou com quase 40 mil envolvidos, no entanto, conforme avançava na história me peguei em diversos momentos pesquisando sobre esse período, bem como sobre termos como ronin e daimyo, muito utilizados durante a trama.
Diogo Temporim também consegue nos mostrar contrastes na personalidade de seus personagens. Enquanto Benjamin é otimista e dono de uma fé inabalável, temos Kenjiro, o guerreiro renegado que se fechou para o mundo, para a fé e para a bondade alheia. Foi interessante acompanhar o desenvolvimento desses personagens e a importância de cada um para a Rebelião de Shimabara. Outro fator importante para quem conhece a revolta é que o autor incluiu na história Shiro Amakusa, líder da rebelião, emprestando ao enredo ainda mais vivacidade.
Com uma escrita envolvente e detalhista e personagens cativantes, Santos e Guerreiros é o tipo certo de livro para quem procura uma história sobre coragem, perseverança e amor. E claro, com samurais e muitas cenas de confronto em prol de dignidade.
Nossa, eu achei essa capa linda...só por ela....sem saber de nada sobre o livro...confesso para ti que já compraria
ResponderExcluirbjs