19 setembro 2018

Resenha - A Garota Que Bebeu a Lua, Kelly Barnhill


Livro: A Garota que Bebeu a Lua
Autor(a): Kelly Barnhill
Editora: Galera Record
Páginas: 308
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora
Todo ano o povo do Protetorado deixa um bebê como oferenda para a Bruxa que vive na floresta, na esperança de que o sacrifício a impeça de aterrorizar sua pequena cidade protegida pelos muros e pela Torre das Irmãs da Guarda. Mas, Xan, a Bruxa na floresta, ao contrário do que eles acreditam, é bondosa. Ela vive em paz com um Monstro do Pântano muito inteligente e um Dragão Perfeitamente Minúsculo. Todo ano ela resgata o bebê deixado pelos Anciãos e o leva em segurança para uma família adotiva em uma das Cidades Livres do outro lado da floresta. Durante a longa viagem, quando a comida acaba, Xan alimenta os bebês com luz estelar. Em uma dessas ocasiões ela acidentalmente oferece a um deles a luz do luar, dotando a menininha de uma magia extraordinária. A bruxa então decide criar a menina “embruxada”, a quem chama de Luna. Conforme o aniversário de treze anos da menina se aproxima, sua magia começa a aflorar – e pode colocar em perigo a própria Luna e todos à sua volta.


Todo  ano, o Protetorado conhecido como Cidade das Tristezas precisa oferecer um bebê como sacrífico para a Bruxa que vive na floresta. Tal data recebeu o nome de o Dia do Sacríficio, momento no qual o Grão-Ancião do pequeno vilarejo sai em procissão até a casa amaldiçoada para buscar a oferenda que impedirá a bruxa de aterrorizar o povoado.

No entanto o que todos desconhecem é que a Bruxa Xan nem imagina o motivo de tantos bebês abandonados ao longo dos anos, e como um ritual, a bondosa bruxa, taxada como má, está sempre pronta a resgata-los, levando cada bebê em segurança para adoção nas Cidades Livres, onde crescerão amados e protegidos por uma família que realmente os deseja.

Durante essa longa jornada, Xan alimenta os bebês com leite e luz estelar, mas certo dia por um simples descuido, a bruxa alimenta uma menininha com luz da lua, embruxando o bebê, o que impossibilita sua adoção em uma família comum. Decidida a proteger aquela doce criança que logo desfrutará de poderes extraordinários, Xan a adota como neta, lhe dando o nome de Luna.

Enquanto Luna cresce livre ao lado de Xan e dos amigos Fyrian, um dragãozinho pequenino que se acha do tamanho normal e de Glerk, o poético monstro do pântano, a história se desenvolve no Protetorado, que a cada ano se torna mais obscuro devido a nevoa de tristeza que habita entre aquele povo. Até que alguém decide enfrentar a bruxa da floresta, impedindo-a de levar outra criança. Seria esse o momento de libertação daquele povoado?

Não há cura para a tristeza. Mas certamente não pode durar para sempre.

Com uma narrativa poética e repleta de mágia e mistérios, A Garota que Bebeu a Lua nos arrebata com seus cenários fantasiosos e personagens cheios de personalidade, sem deixar de ser uma história autentica que desconstrói padrões de caráter e ensinamentos.

Nessa deliciosa fábula juvenil, acompanhamos um povo oprimido pelo medo, pelas mentiras e principalmente pela maldade. A tristeza presente naquele vilarejo é tão densa que impede até mesmo que haja dias de sol, tornando aquele povo preso a uma escuridão infinita dia após dia. Mas como em qualquer conto de fadas, a proposta aqui é demonstrar que o bem sempre vencerá o mal, e que o amor sempre prevalecerá onde houver ódio.

A Garota que Bebeu a Lua me encantou e me emocionou com sua simplicidade e com suas sutis mensagens de empatia, coragem, esperança e amor. Esse sem dúvida é um livro para ser adotado em escolas e com elementos capazes de construir discussões reflexivas e para construção de valor, além de cativar leitores de todas as idades.

Terminei esse livro com o coração quentinho e com lágrimas no olhos, mas acima de tudo com a certeza de que o amor será sempre o nosso bem mais precioso.

Quantos sentimentos um coração consegue suportar? Olhou para a avó. [...] Olhou para o homem que protegia sua família. Infinitos, pensou Luna. Assim como o universo é infinito. É luz e escuridão em movimentos eternos; é espaço e tempo, e tempo dentro do espaço. E ela soube: não há limites para o que um coração consegue carregar.


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