22 novembro 2016

Resenha - Juntando os pedaços, Jennifer Niven


Livro: Juntando os pedaços
Autor(a): Jennifer Niven
Editora: Seguinte
Páginas: 392
Adquira: Saraiva | Submarino | Travessa | Americanas | Livraria da Folha | Buscapé
Livro cedido através da parceria com a editora
Jack tem prosopagnosia, uma doença que o impede de reconhecer o rosto das pessoas. Quando ele olha para alguém, vê os olhos, o nariz, a boca… mas não consegue juntar todas as peças do quebra-cabeça para gravar na memória. Então ele usa marcas identificadoras, como o cabelo, a cor da pele, o jeito de andar e de se vestir, para tentar distinguir seus amigos e familiares. Mas ninguém sabe disso — até o dia em que ele encontra a Libby. Libby é nova na escola. Ela passou os últimos anos em casa, juntando os pedaços do seu coração depois da morte de sua mãe. A garota finalmente se sente pronta para voltar à vida normal, mas logo nos primeiros dias de aula é alvo de uma brincadeira cruel por causa de seu peso e vai parar na diretoria. Junto com Jack. Aos poucos essa dupla improvável se aproxima e, juntos, eles aprendem a enxergar um ao outro como ninguém antes tinha feito.


Jack Masselin é o típico jovem rico, popular, atraente e namorado da garota mais desejada da escola. Quem conhece seu leve jeito arrogante e seu sorriso encantador nem imagina o grande segredo que ele guarda. Jack é portador de prosopagnosia, uma doença que o impede de reconhecer o rosto das pessoas, até mesmo de seus familiares. Para manter seu “disfarce” diariamente o rapaz usa algumas marcas identificadoras para reconhecer cada pessoa, como por exemplo, a cor da pele, o tipo do cabelo ou algum sinal que as torne únicas. Porém nem sempre esse método é eficaz, e por não compartilhar sua doença nem mesmo com seus pais, Jack vive uma vida cheia de insegurança e incertezas, dançando conforme a música e se virando como pode.

Libby Strout já foi considerada a adolescente mais gorda dos Estados Unidos, desde muito pequena a menina já sofria com a falta de aceitação de seus colegas e professores por fugir do padrão físico das crianças de sua idade. Porém tudo se tornou ainda mais difícil aos dez anos com a morte de sua mãe. O pânico e o medo da morte se tornaram uma constante na vida da menina, que encontrou na comida a forma de aliviar sua tensão e sua dor. Trancada em casa e com medo do mundo, Libby chegou a pesa quase 300 kg, precisando ser resgatada de sua própria casa no intuito de ser submetida à ajuda especializada. Mesmo em meio a comentários maldosos, mensagens de ódio gratuito e algumas mensagens de superação, Libby percebe que precisa reagir e virar o jogo.

A perda da minha mãe era tão grande que parecia que eu estava carregando o mundo. Então, comecei a comer – muito – carregar o peso a mais não parecia fazer diferença. Mas acabou sendo demais. É por isso que às vezes precisamos largar alguma coisa. Não dá para carregar tudo para sempre.

Então depois de muitos anos estudando em casa e após perder 140 kg, Libby decide se permitir uma vida normal e retornar a escola como qualquer jovem de sua idade para cursar o ensino médio. Mas as coisas não irão ser fáceis para a jovem, afinal pessoas maldosas existem em qualquer lugar e por mais que Libby saiba disso, ela precisará matar um leão por dia para conseguir lidar com sua nova vida. As mensagens de ódio continuam a serem propagadas, as piadinhas e olhares tortos também, mas o encontro turbulento entre Libby e Jack será humilhante e ao mesmo tempo um divisor de águas na vida de nossos protagonistas.

Não sou um merda, mas estou prestes a fazer merda. Você vai me odiar, outras pessoas vão me odiar, mas vou fazer isso mesmo assim, para proteger você e a mim mesmo.

Narrado intercalando entre o ponto de vista de Libby e Jack, o livro mostra a realidade da vida entre um adolescente popular e uma adolescente vítima de bullying constantemente. Mesmo vivendo em mundos tão diferentes e recebendo tratamentos opostos, é nítido o quanto a solidão esbarra na vida desses dois jovens, a ponto de trancar a verdadeira essência existente em cada um. O medo de ser diferente os cegou de tal forma que por vezes impediu de viverem a melhor fase de suas vidas e descobrirem que a vida é um aprendizado, e que erros e fracassos são parte do processo para alcançar a perfeição e a felicidade.

O piores inimigos de Jack e Libby viviam em suas próprias mentes e na barreira que criaram por conta de suas diferenças, mas a força que os uniu derrubou barreiras psicológicas e os permitiu criar pontes para alcançar possibilidades jamais imaginadas. Foi incrível acompanhar o amadurecimento desses personagens e perceber o quanto seus problemas eram reais, podendo ser vivenciados por mim e por você.

Juntando os pedaços é definitivamente um livro tocante, surpreendente e inspirador. Após essa leitura percebi o quanto podemos nos tornar nosso próprio inimigo, boicotar nossos sonhos e trancamos nossos talentos e nossas convicções. A pior prisão é aquela que impomos a nós mesmos. Nunca, jamais permita que alguém diminua o que você quer ou o que você é!

Você não é uma aberração. Alguém gosta de você. Alguém precisa de você. Não tenha medo de deixar o castelo. Tem um mundo enorme e maravilhoso lá fora.

Se você procura uma história emocionante e inspiradora, essa leitura é para você!

4 comentários

  1. Puxa, não conhecia o livro, mas confesso que fiquei encantada com tudo que li acima. Andam aparecendo muitas histórias assim, sobre preconceito, discriminação e dilemas, muitas vezes, criados pelos próprios personagens ou impostos por uma sociedade muito cruel.
    Vai para a lista de desejados com certeza!!!
    Beijo

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  2. Acabei de comprar o livro. Estou louco para começar a leitura.

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  3. Oi Glaucia,
    Estou ansiosa para conhecer a escrita da Jennifer Niven, o livro Por Lugares Incríveis é uma das minhas leituras obrigatórias ainda nesse ano. Também quero muito ler esse livro novo da autora, quando vi o lançamento já corri adicionar na lista de desejados, quem sabe ganho de presente de natal haha
    Que personagens mais marcantes esses dois! Com certeza é uma bela história de superação tanto da Libby como do Jack, pessoas tão diferentes mas que tem em comum a insegurança e o medo de não ser aceito do jeito que são. Amo livros que no decorrer da história vamos tirando boas lições com o amadurecimento dos personagens. Uma leitura reflexiva e inspiradora assim é pra favoritar.
    Beijos

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  4. O livro é simplesmente apaixonante. Eu já era fã da autora, agora não desgrudo mais dos livros dela. Muito bom mesmo!

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