31 agosto 2020

Resenha - A Outra Face, Ricardo Valverde


Livro: A Outra Face
Autor(a): Ricardo Valverde
Editora: Intrínseca
Páginas: 301
Adquira: Amazon

Uma perseguição mortal. Uma paixão improvável e inesperada. Um suspense de tirar o fôlego. O psiquiatra do Vaticano, doutor Federico Vergara, viaja a Istambul para diagnosticar a órfã Hazael Kaige como esquizofrênica e interná-la em um sanatório da cidade. A jovem, que vive nos porões da Catedral de São Jorge, diz receber o espírito de Simão Iscariotes, pai de Judas, e insiste em dizer que não foi ele quem traiu Jesus. Alex, um ex-combatente do exército italiano, é enviado à capital da Turquia com a missão de matá-los caso o combinado tenha o seu curso alterado. Textos secretos e sonhos com o passado podem revelar a verdadeira história de Judas? Será mesmo que ele entregou Jesus?



E com um beijo na face, Judas traiu Jesus...

E se te dissessem que existe outra verdade por traz do beijo da traição que entregou Jesus aos romanos? Você ouviria essa história?

Hazael Kaige, uma jovem que vive nos porões da Catedral de São Jorge afirma receber o espírito de Simão Iscariotes, pai de Judas, que revelou em detalhes os últimos dias antes da crucificação, provando que não foi seu filho quem traiu Jesus. Tais revelações são preocupantes para a igreja, obrigando o Padre Delgado a enviar o médico psiquiatra do Vaticano Dr. Vergara para Istambul. Sua missão: diagnosticar a moça como esquizofrênica e enviá-la para um hospital psiquiátrico de segurança máxima. Para garantir que não haverá falhas no plano, o Comandante Alex é enviado para seguir Vergara e garantir que Hazael seja enviado ao sanatório, caso contrário, ambos deverão ser executados.

Em Istambul, a missão de Vergara se prova infundada. Ao conhecer Hazael e se deparar com o sobrenatural frente a frente, sua fé vacila. Enviá-la para um sanatório seria um equívoco, no entanto, quais seriam os motivos que levariam a igreja a calar a moça? Suas dúvidas e incertezas os colocarão na mira de Alex, que iniciará uma perseguição frenética e sem escrúpulos entre Istambul e Capadócia.

Em meio às fugas, Vergara compreenderá mais sobre a vocação de Hazael e o significado que tais revelações apresentam para a igreja, bem como seu propósito nessa história. Paralelamente, acompanhamos um demônio e sua sede de vingança se apossar de Padre Delgado no Vaticano e influenciar na caçada ao casal. Cientes de que a ameaça que enfrentam não se trata apenas de intervenções humanas, mas de forças demoníacas, Vergara e Hazael precisarão de toda a ajuda para sobreviver a essa missão. Tanto no mundo carnal, quanto no espiritual.

Com uma escrita fluida e bem detalhada, o que nos permite ter a sensação de andar pelas ruas de Istambul e visitar pontos importantes, o autor entrega um suspense repleto de perseguição, fé e esperança, inserindo também uma história de amor que ultrapassará as barreiras da compreensão, mas que certamente deixará o leitor com o famoso quentinho no coração.


24 agosto 2020

Resenha - A Odisseia de Hakim, Fabien Toulmé


Livro: A Odisseia de Hakim (#01)
Autor(a): Fabien Toulmé
Editora: Nemo
Páginas: 272
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Livro cedido através da parceria com a editora

Do celebrado quadrinista francês Fabien Toulmé, autor de Não era você que eu esperava e Duas vidas. “Nunca pensei que isso pudesse me acontecer. Mas me dei conta de que qualquer um pode virar um refugiado. Basta que seu país desmorone. Ou você desmorona junto, ou você vai embora.” A história real de Hakim, um jovem sírio que teve de deixar tudo para trás: sua família, seus amigos, seu negócio próprio, seu país. Tornando-se assim um refugiado. Porque a guerra estourou, porque o torturaram, porque o país vizinho parecia capaz de oferecer-lhe um futuro e segurança. Um testemunho poderoso e comovente sobre o que é ser humano em um mundo, muitas vezes, desumano.



Hakim é o filho mais velho de uma família de nove irmãs e irmãos que vem construindo sua vida e carreira na Síria. Sua infância e adolescência se passaram entre a escola e o viveiro de seu pai, motivo pelo qual na vida adulta, ele decidiu seguir a mesma profissão que aprendeu a amar e construir seu próprio negócio de jardinagem. Dedicado e trabalhador, o jovem Hakim já havia conquistado seu espaço nos negócios e adquirido a casa que um dia seria o lar da família que formaria. Tudo estava indo bem, até que em 2011, protestos começam a acontecer em sua cidade, os habitantes não aguentam mais a opressão do governo de Bashar al-Assad e clamam por um pouco de liberdade.

A esses manifestantes, o governo responde com prisão, tortura, sequestro e violência. Hakim tenta não se envolver nos protestos, mas acaba participando “indiretamente”, decisão que lhe custa tudo o que construiu ao longo dos anos. Para ter uma chance de permanecer vivo e recomeçar em segurança longe da guerra civil que oprime a Síria, Hakim precisará abandonar seu país, família, amigos e sonhos. Tornando-se um refugiado.

A Odisseia de Hakim é o primeiro volume de uma história real dividida em três partes. Desde os primeiros capítulos, Fabien Toulmé nos convida a refletir sobre a situação dos refugiados, a triste realidade que é deixar seu país e sua história de vida, os números de mortes que viram estáticas, mas que são pessoas, como eu e você. Pessoas com medo, vivendo o pesadelo da guerra, mas com esperança de apenas construir uma vida digna em outro país.

Essa graphic novel é um verdadeiro exercício de empatia e de solidariedade, não só por Hakim e por sua história de vida narrada por Toulmé, mas por todos aqueles que precisam imigrar com o coração partido ao deixarem sua própria “casa”. Por aqueles que tentam criar raízes longe de sua terra natal.

"Nunca pensei que isso pudesse me acontecer. Mas me dei conta de que qualquer um pode virar um 'refugiado'. Basta que seu país desmorone. E aí, ou você desmorona junto, ou você vai embora."

18 agosto 2020

Magia Quântica - Sílvio Guerrinha


Livro: Magia Quântica
Autor(a): Sílvio Guerrinha
Publicação: Amazon.com Services LLC
Páginas: 162
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Um formulário mágico completo e diferente dos outros. Aborda a magia numa perspectiva moderna, eficaz e científica, alicerçando-se na física quântica. Um compêndio com mais de 150 feitiços em 162 páginas, alguns pouco conhecidos, de diversos sistemas (desde magia egípcia, magia cigana, magia afro-brasileira de umbanda e candomblé, entre mais). O livro é fruto de vários anos de pesquisa, e escrito não por um mero curioso do tema, mas sim por um praticante experiente de longa data. Método inédito divinatório de numerologia por Cagliostro, poderoso exorcismo egípcio, feitiços ciganos que já não existem em livros atuais, são alguns exemplos.



Sobre o autor:            


Sílvio Guerrinha é natural de Portugal, nascido no ano de 1979, Capricorniano. Leitor ávido, escritor profissional e pesquisador dedicado sobre temas espirituais. Estudou e praticou espiritualismo e ocultismo desde os 17 anos, aprendeu sobre Chakras, Mesmerismo e Mediunidade num conhecido Centro Espírita da sua cidade, Sines, Espiritismo Allan Kardec. Seus estudos e práticas incluem meditação, magia, magia egípcia, desenvolvimento psíquico, terapia com cristais, visão remota, metafísica, tarologia, física quântica. Para solidificar e testar seus próprios conhecimentos, ele concluiu um curso online de parapsicologia de 150 horas em 8 de junho de 2018, no Centro de Excelência. Algumas de suas áreas de interesse são: Espiritismo, Umbanda (Espiritismo Afro-Brasileiro), Xamanismo, Metafísica, Parapsicologia, Ufologia, Lei da Atração, Gnose, Cosmopaganismo, Sincromisticismo, Mitologia Egípcia e Suméria, Simbologia Ocultista, Alquimia, Tarologia, Poesia, Física quântica.

17 agosto 2020

Resenha - La casa de papel: Escape Book, Ivan Tapia


Livro: La casa de papel: Escape Book
Autor(a): Ivan Tapia e Montse Linde
Editora: Outro Planeta
Páginas: 208
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Livro cedido através da parceria com a editora

Escape book baseado na série La casa de papel
Sergio Marquina, mais conhecido como “o Professor”, líder do maior roubo da história da Espanha, passou parte de sua infância e adolescência no hospital de San Juan de Dios de San Sebastián, onde se tornou amigo de Jero Lamarca. Nos piores dias de Jero, Sergio, que já revelava ter uma mente privilegiada, criou jogos para manter sua amigo acordado. Quando Sergio se perdia nos pensamentos, era Jero que o trazia de volta ensinando-o a fazer dobraduras de papel. Já faz um tempo desde o roubo milionário na Casa da Moeda. Hoje, enquanto junta as poucas coisas restantes na oficina de motocicletas prestes a fechar, Jero recebe um pacote. No interior, uma carta não assinada, um caderno, uma caixa fechada com cadeado, uma foto de uma máscara de Dalí e uma gravata vermelha. Jero não tem dúvidas. Lá fora, Sergio Marquina o deixou um tesouro escondido, uma nova oportunidade. Ele só precisa desvendar as pistas para encontrá-lo. E você? Será capaz de chegar ao final?

Escape Book de La Casa de Papel é narrado por Jero Lamarca, amigo de infância de Sergio Marquina, mais conhecido como Professor. O livro é uma extensão do universo da aclamada série espanhola, no entanto, aqui não temos os personagens que já conhecemos na produção da Netflix Brasil. O protagonismo e ponto de vista ficam por conta desse novo personagem apresentado, que aos poucos, compreendemos possuir grande relevância no passado do Professor.

Ao receber um pacote misterioso contendo um caderno, uma caixa com cadeado, uma foto da máscara de Dalí e uma gravata vermelha, Jero tem a certeza de que em algum lugar, Sergio Marquina lhe reservou uma chance de recomeçar, ele só precisa seguir as pistas para encontrar sua recompensa.⠀

Diferente dos livros que estamos habituados, esse Escape Book não segue uma ordem de leitura padrão, cada capítulo trás enigmas que desafiam o leitor a desvendar qual será a próxima página, deixando a leitura mais dinâmica. Eu já conhecia alguns livros nesse formato, mas por se tratar de uma série que eu já acompanhava, a experiência foi ainda mais interessante e enriquecedora.

Apesar de Jero não ser um personagem existente na série, sua história ajuda a conhecermos um pouco mais sobre Sergio Maquina, a mente por trás do roubo milionário na Casa da Moeda da Espanha. Foi impossível ler as cartas que Jero encontrava sem a voz do Professor, e mais impossível ainda não sentir vontade de assistir a série novamente.

Envolvente e desafiador, O Diário do professor é perfeito para os fãs da série e para quem procura um formato de leitura mais interativo. Já adianto que as pistas não são fáceis de desvendar, mas não se preocupe, também há páginas com respostas para nos ajudar nessa missão.


12 agosto 2020

Lançamentos da Editora Intrínseca (Agosto/ 2020)



Sol da meia-noite
, Stephenie Meyer

Um dos maiores fenômenos editoriais dos últimos tempos, a saga Crepúsculo narra a icônica história de amor de Bella Swan, uma garota tímida e desastrada, que acaba de mudar de cidade, e Edward Cullen, um rapaz misterioso que esconde um segredo aterrorizante: é um vampiro. Desde a primeira troca de olhares, ele fez tudo para ficar longe dela, mas e se as coisas não tiverem acontecido exatamente assim? Até agora, os leitores conheceram essa trama inesquecível apenas pelos olhos de Bella. No aguardado Sol da meia-noite, vamos testemunhar o nascimento desse amor pelo olhar de Edward, mergulhando em um universo novo, sombrio e surpreendente, cheio de revelações. Conhecer Bella foi o que aconteceu de mais irritante e instigante em todos os anos de Edward como vampiro. À medida que conhecemos detalhes sobre seu passado e a complexidade de seus pensamentos, conseguimos entender por que Bella se tornou o eixo central de uma batalha decisiva em sua vida. Como Edward poderia seguir seu coração se isso significava colocar a amada em perigo? Do que ele seria capaz de abrir mão? Em Sol da meia-noite, Stephenie Meyer faz um retorno triunfal ao universo de Crepúsculo e nos transporta mais uma vez para Forks, convidando-nos a revisitar cada detalhe dessa história que conquistou milhões de fãs em todo o mundo. Em meio a uma paixão cercada de perigos sobrenaturais, vamos descobrir como Edward encara seus prazeres mais profundos e as consequências devastadoras de um amor proibido e imortal.


                                          A Casa Holandesa, Ann Patchett

Após a Segunda Guerra Mundial, graças à conjugação de sorte e um investimento fortuito, Cyril Conroy entra no ramo imobiliário, criando um negócio que logo se tornará um império e levará sua família da pobreza a uma vida de opulência. Uma de suas primeiras aquisições é a Casa Holandesa, uma extravagante propriedade no subúrbio da Filadélfia. Mas o que seria apenas uma adorável surpresa para a esposa acaba desencadeando o esfacelamento de toda a estrutura familiar. Quem narra essa história é o filho de Cyril, Danny, a partir do momento em que ele e a irmã mais velha — a autoconfiante e franca Maeve — são expulsos pela madrasta da casa onde cresceram. Os dois irmãos se veem jogados de volta à pobreza e logo descobrem que só podem contar um com o outro. E esse vínculo inabalável, ao mesmo tempo que os salva, é o que bloqueia seu futuro. Apesar de suas conquistas ao longo da vida, Danny e Maeve só se sentem verdadeiramente confortáveis quando estão juntos. Narrada ao longo de cinco décadas, A Casa Holandesa é uma história sobre a dificuldade de superar o passado. Com bom humor e raiva, os dois rememoram inúmeras vezes seu relato de perda e humilhação e a relação entre o irmão indulgente e a irmã superprotetora enfim será colocada à prova quando os Conroy se virem forçados a confrontar quem os abandonou. Uma saga sobre o paraíso perdido, A Casa Holandesa se debruça sobre questões de herança, amor e perdão, uma narrativa sobre como gostaríamos de ser vistos e quem de fato somos. E, embora seja um livro repleto de reviravoltas que farão o leitor devorar a história, seus personagens ficarão marcados por muito tempo na memória.



Os Dois Mundos de Isabel
, Daniela Arbex

A primeira biografia da premiada jornalista Daniela Arbex narra a história da brasileira centenária que ergueu a voz para ajudar milhares de pessoas. Nascida no interior de Minas Gerais, em 1924, Isabel Salomão de Campos é da primeira geração de brasileiros de uma família de imigrantes libaneses. Criada no sertão mineiro, em uma fazenda, a menina mostrou ser diferente desde pequena. Aos 9 anos via e ouvia coisas que não conseguia explicar, benzia pessoas sem acesso a remédios e a cuidados médicos, e, aos 14, conseguiu sozinha a autorização do prefeito de sua cidade para criar uma escola para os filhos dos colonos. A professora seria ela própria. Foi no início da vida adulta que Isabel teve um entendimento mais amplo da sua vocação. Quando descobriu que as tais “coisas” que via desde a infância eram espíritos se comunicando com ela, Isabel deu início a um longo processo de aprendizado no espiritismo, sendo a primeira mulher a erguer publicamente sua voz para falar deste mundo invisível. Sua vida foi marcada pela luta contra o preconceito religioso e contra a invisibilidade imposta às mulheres. Obstinada, ela criou outras duas escolas, retirou mais de 500 crianças das ruas ao longo de toda a vida e construiu uma rede de solidariedade que atende famílias em situação de vulnerabilidade social em mais de 40 bairros de Juiz de Fora, cidade onde Isabel ainda mora e onde fundou a Casa do Caminho, um centro não só para celebração da sua fé́, mas de acolhimento. Jornalista investigativa premiada, conhecida por dar voz aos excluídos, Daniela Arbex remonta a história de Isabel e de muitos dos que foram influenciados por seu trabalho. Entre relatos de fé, cura e conforto espiritual ou de simples admiração por uma vida inteira dedicada ao outro, Os dois mundos de Isabel é uma biografia que dialoga com muitas histórias brasileiras. Com prefácio de Caco Barcellos, o livro é, sobretudo, uma narrativa de coragem. Em tempos de violência e intolerância, falar sobre uma mulher que lutou com a única arma que tinha ― o amor ― é, no mínimo, revolucionário.


                                     Cartas para Martin, Nic Stone

Justyce McAllister é um garoto de dezessete anos com um futuro brilhante pela frente. É um dos melhores alunos de uma prestigiada escola de Atlanta, tem uma mãe amorosa e um melhor amigo incrível. No entanto, um episódio de violência policial traz à tona que a distância entre ele e seu futuro é quase um abismo. Porque Justyce McAllister é negro, e isso significa que, muitas vezes, é julgado pela cor de sua pele. Ao ser agredido e detido injustamente, o olhar de Justyce desperta para um novo mundo, um lugar solitário em uma sociedade que insiste em vê-lo como ameaça ou como promessa de fracasso. Ele se dá conta, então, de que não pode mais fingir que não tem nada errado e decide iniciar um projeto: escrever cartas para Martin Luther King Jr., um dos mais importantes ativistas políticos pelos direitos dos negros, símbolo da luta contra a segregação racial nos Estados Unidos, morto em 1968. Ao tentar aplicar os ensinamentos de Luther King em sua vida, Justyce começa a trilhar um caminho para entender não só como deve reagir diante das injustiças, mas que tipo de pessoa ele quer ser. Em meio a questões familiares, desentendimentos com os amigos e complicações da vida amorosa, nas cartas ele expõe suas dúvidas, sua angústia, sua revolta e a percepção clara de que a sociedade não é tão igualitária quanto deveria. No livro de estreia de Nic Stone, vemos Justyce passar pelos desafios da adolescência, amadurecer e encarar o racismo que tanto afeta sua existência. Comovente e extremamente necessário, Cartas para Martin é um relato sobre ser um jovem negro e sobre o direito inalienável de existir. Um livro impossível de ignorar.



Liberdade Igual
, Gustavo Binenbojm

Uma reflexão sobre liberdades individuais no contexto do Brasil moderno e sobre o papel do Estado que garante e limita estas liberdades. A liberdade é o atributo essencial da humanidade do homem. Escolher o próprio destino e construir a própria visão de mundo são elementos fundamentais do que significa ser humano. Mas como viver é conviver, a liberdade deve ser igual, de modo que todos e cada um possam ser livres à sua maneira. Somos igualmente livres para sermos diferentes, navegando ao sabor de nossas circunstâncias individuais e coletivas. No entanto, o avanço do populismo radical, em ambos os lados do espectro político, ameaça as liberdades individuais e investe contra a democracia. No Brasil, o peso de uma herança autocrática ainda se faz sentir em nossas instituições político-jurídicas e na cultura nacional. A defesa da liberdade como conquista civilizatória se faz necessária e urgente. Os ensaios reunidos em Liberdade igual: O que é e por que importa, de Gustavo Binenbojm, analisam diferentes manifestações do exercício do direito de escolha no Brasil. O autor, que defendeu perante o STF causas como a da liberação de biografias não autorizadas e a derrubada da censura ao humor e à crítica jornalística em período eleitoral, constrói sua reflexão a partir desses e outros casos recentes, como a propagação de fake news e a censura em plataformas digitais e o episódio de Natal do Porta dos Fundos protagonizado por um Jesus gay. Cada texto traz uma perspectiva original e renovadora sobre os avanços e os desafios da sociedade brasileira na busca de liberdade igual para todos os seus cidadãos.


                                     Cercado de Idiotas, Thomas Erikson


Após uma entrevista desastrosa com um empreendedor de sucesso — genuinamente convencido de estar “cercado de idiotas” —, o especialista em comunicação Thomas Erikson passou a se dedicar à missão de entender como as pessoas funcionam e por que temos dificuldade de desenvolver uma conexão com certos tipos de indivíduo. Após anos de estudos e treinamentos ministrados, nasceu o livro Cercado de idiotas, que se tornou um fenômeno editorial não só na Suécia, terra natal do autor, mas em diversos países, e já teve mais de 1,5 milhão de exemplares vendidos. Nesta obra, Erikson traz uma proposta ao mesmo tempo simples e pioneira: um método de avaliação baseado em quatro tipos de personalidade — vermelho, amarelo, verde e azul. Ao compreender o funcionamento de cada cor, o leitor vai aumentar seu autoconhecimento, aprimorar suas habilidades sociais, mediar conflitos com confiança e tirar o melhor das pessoas com quem convive no dia a dia. Erikson também compartilha dicas simples sobre linguagem corporal e comunicação escrita, além de conselhos valiosos sobre quando é hora de ir com tudo ou se é melhor dar um passo atrás e agir com mais cautela. Repleto de momentos de inspiração e considerado pela Publishers Weekly “um guia útil para se comunicar com os incomunicáveis”, Cercado de idiotas nos auxilia a entender melhor as pessoas que estão à nossa volta, inclusive aquelas que parecem estar além da compreensão.


Piano Mecânico
, Kurt Vonnegut

Clássico redescoberto da literatura distópica narra um mundo dominado por gerentes, engenheiros e máquinas
Em um futuro não muito distante, pós uma nem tão distópica Terceira Guerra Mundial, as máquinas finalmente venceram. Quase tudo foi automatizado e logo a sociedade se dividiu sob um novo sistema de estratificação não mais baseado em dinheiro, mas sim em inteligência. De acordo com seu QI e capacidade intelectual, os indivíduos são classificados e registrados em um cartão perfurado e sua posição social ― um destino de glória ou esquecimento ― só pode ser definida a partir da análise desses dados. Do lado dos privilegiados ― engenheiros e gerentes ― o doutor Paul Proteus leva uma vida confortável no alto escalão das Indústrias Illium, o maquinário que controla toda a vida da cidade homônima. Sua casa confortável, o prestígio entre os pares, a esposa atenciosa e dentro dos padrões: absolutamente tudo está em seu devido lugar e a ordem impera. A visita inesperada do inquieto e inconformado Ed Finnerty, um ex-colega de trabalho, promove um abalo sísmico em Paul e suas consequências, a princípio restritas à psique, logo se transformam em uma ameaça não apenas ao seu estilo de vida, mas ao de toda a estrutura que o cerca. Quando atravessa o rio que divide a cidade e suas castas, Paul vê com os próprios olhos como é a vida de quem foi excluído do sistema. Mais do que uma crítica à automação e ao progresso desenfreado das tecnologias, Piano mecânico é um livro sobre o desconforto inerente que toda estrutura social causa ao homem moderno. Escrito logo após a publicação de 1984, livro pelo qual Vonnegut admitiu ter sido fortemente influenciado, a obra compartilha com Orwell a ansiedade do pós-guerra e o medo de que, em tempos de paz, as nações venham a se submeter a níveis potencialmente paranoicos de controle social.

03 agosto 2020

Resenha - 1793, Niklas Natt Och Dag


Livro: 1793
Autor(a): Niklas Natt Och Dag
Editora: Intrínseca
Páginas: 432
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora

Em seu romance de estreia, o sueco Niklas Natt och Dag cria um retrato vívido da sombria Estocolmo do final do século XVIII. Estamos no outono de 1793. Logo pela manhã, ainda de ressaca, o sentinela Mickel Cardell é alertado sobre um corpo que foi encontrado flutuando nas águas fétidas do lago da Ucharia. Os esforços para identificar o cadáver totalmente mutilado são confiados ao incorruptível advogado Cecil Winge, que pede a ajuda de Cardell para resolver o caso. O tempo, no entanto, é curto: a saúde de Winge é frágil, a situação política do país, instável e, pelas esquinas, proliferam paranoia, violência e conspirações. Winge e Cardell mergulham nas sarjetas de um mundo brutal de ladrões, mercenários e aristocratas corrompidos. De um filho de fazendeiro percorrendo um caminho traiçoeiro ao procurar fortuna na capital a uma jovem órfã enviada para uma casa de correção por um pároco impiedoso, a complexa investigação passará pelas muitas camadas de uma sociedade corrupta. Ricos e pobres, bons e maus, vivos e mortos: o cadáver retirado do lago pode comprometer e fundir todos esses mundos. Ousado e brilhante, 1793 é um noir histórico eletrizante que, a cada página, torna-se ainda mais perturbador.



Era dia, mas Mickel Cardell ainda estava bêbado quando foi abordado por duas crianças. Elas alegavam ter visto um cadáver boiando em um rio putrefato perto dali. Sendo uma região usada como descarte por diversos abatedouros, Cardell só acreditou no que de fato era, quando arrastou um corpo mutilado para beira do rio.

01 agosto 2020

Livros com narrativas infantis

Narrativas infantis sempre trazem histórias emocionantes e com muito aprendizado. Diferente da perspectiva de personagens adultos, elas mostram uma visão mais objetiva, ingênua e sincera dos acontecimentos. Eu sempre aprendo muito com esses livros, e é por isso que selecionei alguns títulos para indicar para vocês.



Vamos à lista:

📖 Vejo você no espaço – Alex tem 11 anos e é apaixonado pelo espaço sideral. Seu sonho é construir um foguete e enviar seu ipod para o espaço, assim como seu astrônomo favorito um dia fez. Para além da fantasia infantil, esse livro fala sobre negligência, amizade e a importância da família como base para o crescimento.

📖 Passarinha – Kathleen tem 10 anos e é portadora da Síndrome de Asperger. Após a morte de seu irmão mais velho, ela tenta encontrar o desfecho que sua família merece. Esse é um dos livros mais delicados que já li. Fala sobre luto e sobre lidar com o diferente ao entendermos sobre a percepção de Kate sobre o mundo e sobre a vida.

📖 Ecos – Considerado um conto de fadas dark, Ecos possui três contos emocionantes que se interligam pelo poder transformador da música e pelo sonho juvenil. Esse é um livro que parte o coração em muitos momentos, ao mesmo tempo em que restaura.

📖 Pax – A amizade entre um menino e sua raposa em meio aos perigos da guerra é o pano de fundo dessa obra que emociona desde a primeira página.

📖 Extraordinário - Auggie nasceu com uma deformidade facial e precisará lidar com todo o preconceito a sua volta. Sua jornada mostrará que independente do exterior, somos todos iguais: humanos e imperfeitos.

📖 Quarto – O mundo de Jack se resume ao quarto em que nasceu e cresceu com a mãe. Ao fugirem desse cativeiro, ele descobrirá a extensão do que existe lá fora. Esse é um livro angustiante e com gatilhos, mas com um olhar inocente em uma história emocionalmente pesada.

📖 Passarinho – Joia tem 12 anos e cresceu em um lar assolado pela tristeza e pelo silêncio. Seu nascimento foi marcado pela trágica morte de seu irmão, e seu avô não fala uma palavra desde aquele fatídico dia. Esse livro fala sobre solidão, palavras não ditas e amizade.

Incluiriam algum outro livro nessa lista? Vamos conversar!



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