08 julho 2016

Resenha - O Oráculo Oculto, Rick Riordan


Livro: O Oráculo Oculto (As provações de Apolo #1)
Autor(a): Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Páginas: 320
Adquira: Saraiva | Submarino | FNAC | Travessa | Americanas | Livraria Cultura
Livro cedido através da parceria com a editora
Como você pune um deus imortal? Transformando-o em humano, claro! Depois de despertar a fúria de Zeus por causa da guerra com Gaia, Apolo é expulso do Olimpo e vai parar na Terra, mais precisamente em uma caçamba de lixo em um beco sujo de Nova York. Fraco e desorientado, ele agora é Lester Papadopoulos, um adolescente mortal com cabelo encaracolado, espinhas e sem abdome tanquinho. Sem seus poderes, a divindade de quatro mil anos terá que descobrir como sobreviver no mundo moderno e o que fazer para cair novamente nas graças de Zeus. O problema é que isso não vai ser tão fácil. Apolo tem inimigos para todos os gostos: deuses, monstros e até mortais. Com a ajuda de Meg McCaffrey, uma semideusa sem-teto e maltrapilha, e Percy Jackson, ele chega ao Acampamento Meio-Sangue em busca de ajuda, mas acaba se deparando com ainda mais problemas. Vários semideuses estão desaparecidos e o Oráculo de Delfos, a fonte de profecias, está na mais completa escuridão. Agora, o ex-deus terá que solucionar esses mistérios, recuperar o oráculo e, mais importante, voltar a ser o imortal belo e gracioso que todos amam.

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Apolo, o deus mais egocêntrico do Olimpo, está fazendo uma visita forçada ao mundo mortal. Após se envolver de forma indesejada na guerra contra Gaia, Zeus o pune transformando-o em mortal. Essa é a terceira vez que Apolo sofre com uma punição dessas, só que as condições nunca foram tão graves. O Oráculo de Delfos foi silenciado e toda a forma de comunicação - mágica ou não - entre seres mitológicos e semideuses foi interrompida. Com milênios de existência, os deuses possuem uma lista infinita de inimigos e enfrentá-los nunca foi um problema, mas como um ex-deus sem suas habilidades e com sangue totalmente humano correndo nas veias passará por isso? A ajuda surge de um lugar tão improvável quanto a sua aterrissagem: um beco escuro de Nova York.

Eu me senti ridículo, claro. Apolo, o deus da profecia, das pragas, da arqueria, da cura, da música e de várias outras coisas de que não conseguia me lembrar no momento, pedindo ajuda a uma pivetinha de roupa colorida. Mas eu não tinha mais ninguém.

Sua queda é amortecida por muitos sacos de lixo e apesar de terem sido eficientes, o cheiro que deixam em suas roupas não ajuda muito. Desorientado, fedorento e sendo espancado, é assim que Meg o encontra. Ela é claramente um semideus, ninguém conseguiria estourar sacos de lixo daquela forma e conseguiu espantar os delinquentes que queriam roubar seu único dinheiro, mas nada disso significava que a garota era de confiança. Não que Apolo tivesse muito o que fazer. Depois de ter dado com a língua nos dentes e contado que, nas outras vezes que cumpriu esse castigo precisou servir a um mortal, Meg logo reivindicou seus serviços (quem resistiria a oportunidade de ter sua companhia em tempo integral, não é mesmo?). Acontece que as únicas pessoas capazes de lhe proteger e oferecer respostas estavam no Acampamento Meio-Sangue. Sorte a dele é que lá tinha comida boa e de graça, e Meg não recusaria visitar um lugar desses. Nunquinha.

Fosse lá quem Meg McCaffrey fosse, fosse lá como tivesse me encontrado, nossos destinos estavam entrelaçados.

Aquela sensação reconfortante de reencontrar velhos amigos em meio a quantas pessoas desconhecidas. É assim que me sinto lendo as séries de mitologia grego-romana de Rick Riordan. Suas narrativas sempre deixam saudade e a forma como ele mescla os novos personagens com aqueles já conhecidos é impar. O Oráculo Oculto é o livro de abertura da nova série do autor, que trás Apolo como narrador. Eu nunca me surpreendi tanto com uma narração em primeira pessoa como nessa leitura. Apesar das séries serem independentes, é inegável que já fazem onze livros desde que fomos apresentados a Percy Jackson e a forma como a personalidade de cada um transborda das palavras - em seus respectivos livros - é maravilhoso. Eu nunca havia percebido isso, mas eu ri tanto com os pensamentos narcisistas do personagem, que não tinha como passar batido. É tudo muito natural para ele e sua indignação é real que não conseguimos questioná-la. Aonde já se viu, um deus precisar treinar para melhorar as habilidades das quais ele era patrono!

Meu magnetismo era compreensivelmente irresistível. Mas meu rosto ficou corado. Eu, o modelo masculino de romance, reduzido a um garoto atrapalhado e inexperiente! Eu teria praguejado os céus por essa injustiça, mas isso seria superconstrangedor.

O que era para ser irritante, acabou se tornando um ponto positivo. Eu me divertir muito com o personagem, mas também fiquei apreensiva. Limitado ao cérebro humano, Apolo não consegue armazenar todas as informações adquiridas em sua vida e a cada dia a mais como mortal, menos exatidão tem suas memorias. O que acaba dificultando um pouquinho a sua jornada. Os autores e essa mania de me deixar angustiada com situações totalmente fictícias. Pelo menos eu espero que sejam! Não sei se já contei para para vocês, mas o Tio Rick é meste nas referências pops. Eu tive que abrir o google logo na primeira página. Mas não é só nisso que ele lacra. Leia e você entenderá o que quero dizer.

Muitos personagens novos compões essa história, mas também temos a participação de antigos queridinhos. Eu gostei da mistura porque, em um primeiro momento, Percy Jackson e companhia aparecem como meros coadjuvantes. Acredito que nos próximos livros da série eles serão um pouco mais explorados e também que teremos uma nova profecia a cada nortear cada etapa dessa aventura. Mas são especulações, temos que aguardar. Agora o que da pra falar com certeza é que Apolo e Meg são personagens incríveis.

Pare, Apolo, repreendi a mim mesmo. Você é lindo e todo mundo ama você.Mas estava ficando cada vez mais difícil acreditar nisso.

Para cumprir suas provações e cair novamente nas graças de Zeus, Apolo precisa evoluir como pessoa, alguém duvida disso? Ele é jogado na terra como um simples mortal, limitado físico e mentalmente, desprovido dos atributos que mais venerava, leia-se sua beleza, e vai precisar tomar as rédeas da situação e superar os seus medos - que ele mal sabia que existiam - para enfrentar um vilão que é tão parecido com ele, que o faz refletir sobre suas próprias atitudes. Apolo termina o livro 5% melhor do começou. É pouco, mas é um começo. E a Meg, ahhhh Meg, como ela atiça minha curiosidade. Essa personagem é uma incógnita, não sabemos nem metade do que ela é, mas acredito que ela será o ponto chave dessa jornada.

Falando da parte gráfica: eu estou apaixonada! A capa é uma adaptação da original, com soft touch e aplicações nos títulos. Eu tenho uma relação de amor e ódio com o soft touch, mas aqui foi só amor porque ele é bem levinho. Então a capa acumular poeira facilmente, mas não para arranhar por pouca coisa. Dessa vez não tivemos capítulos com títulos cômicos, mas Apolo bem que tentou cumprir essa missão com uns versinhos totalmente sem rima. Os capítulos são curtinhos e na primeira página de cada um tem um solzinho na quina da página. Diagramação simples e eficiente, gostamos assim né?

Para ser totalmente sincero, preciso confessar outra coisa: todos os deuses temem a morte, mesmo quando não estamos presos em uma forma mortal. [...]
Os deuses sabem como é sumir. Saem como é ser esquecido ao longo dos séculos. A ideia de deixar de existir nos apavora.

Se você nunca leu nada do autor, pode começar por esse e você não vai se arrepender (e também se não se importar com alguns pequenos spoilers da saga anterior, porque eles são essenciais para a compreensão do castigo de Apolo). Se você já conhece suas aventuras, venha matar a saudade sem medo de ser feliz!


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6 comentários

  1. Livros com histórias épicas me cativam tanto! Esse livro tem uma capa tão linda e a história é super envolvente. Ainda que eu já estudei sobre a cultura da Grécia e seus deuses, é bem legal quando criam livros assim e nos levam pra imaginação =)

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  2. Te falar que não conheço as letras do Rick, é uma vergonha.Mas sou encantada por todas as resenhas que acabo lendo dele. É uma série que sou louca para ler e sei que logo farei.
    Beijo

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  3. Olá!
    Gosto muito dos livros do Rick Riordan, sempre repletos de aventuras! Ainda não li esse, mas com certeza será uma leitura que eu gostaria muito. Gosto de livros com uma pegada mais infanto-juvenil. E a capa está linda! Adorei sua resenha, perfeita. Já adicionado a minha lista de desejados. Obrigada pela dica. Beijos!

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  4. O tio Rick se supera cada vez mais! Ele é o melhor escritor ever. Já li quase todos os livros dele e amei todos os que li, e esse do nosso querido deus Apolo não é diferente,sem contar que podemos aprender muito sobre mitologias. #FãNo1DoTioRick! ����
    Beijinhos!

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  5. Oi Dreeh,
    Li apenas um livro do Rick Riordan, mas preciso voltar a ler os demais ainda nesse ano, sempre gostei da mitologia grego-romana então preciso dar uma chance para essas séries. Preciso dizer que essa resenha me empolgou de um jeito que apesar de preferir ler primeiro a série do Percy Jackson, acho que vou acabar escolhendo O Oráculo Oculto, assim embarco nas aventuras do deus banido hahaha
    Beijos

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  6. Nunca li nada do autor. Náo pir falta de vontade, mas por falta de oportunidade. Essa capa está linda. Vou aguardar alguém comprar, depois eu empresto kkkkk

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