25 julho 2021

Resenha - Terra Faminta, Andrew Michael Hurley


 
Livro: Terra Faminta
Autor(a): Andrew Michael Hurley
Editora: Intrínseca
Páginas: 240
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora

Quando o filho de cinco anos de Juliette e Richard morre de repente após cometer uma série de atos inexplicáveis de violência ― instigado, segundo ele, por uma voz misteriosa ―, o mundo dos dois desmorona. Seis meses depois, Juliette se recusa a sair de casa e passa os dias fazendo gravações no quarto do filho, esperando conseguir provas de que ele continua lá. Enquanto isso, Richard tenta ao máximo não pensar no menino e volta a atenção para o terreno do outro lado da rua, o qual escava pacientemente, em busca de fragmentos de um carvalho lendário. Assombrados por um presente doloroso e uma expectativa interrompida de futuro, os dois são confrontados pela estranheza e pela solidão de um lugar agora tomado pelo sofrimento. De um lado, o luto deixa cada vez mais clara a distância que os separa; de outro, eles buscam desesperadamente uma ponta de esperança ― apenas para desenterrar um profundo terror. Com a incrível habilidade de criar um mundo definido pelo bizarro, em Terra faminta Andrew Michael Hurley entrelaça com perfeição a selvageria da natureza e descrições capazes de evocar horror. Nesta narrativa inquietante, o sobrenatural e a vida cotidiana se confundem, criando um retrato assustador do que acontece no limiar entre a dor e a sanidade. A obra chega ao Brasil em edição de luxo, com ilustrações exclusivas do artista alagoano Midrusa e capa dura.

Quando Richard e Juliette perderam o filho, uma dor terrível se instalou na família. Ewan tinha apenas cinco anos, era uma criança cheia de vida, feliz e amada, ele cresceria em um lar cheio de carinho e compreensão e teria uma vida tranquila morando com os pais em uma  pequena cidadezinha longe da violência urbana.

No entanto, do dia para a noite o garoto cheio de vida mudou, dando lugar a uma criança que cometia violência de forma gratuita, motivado segundo ele por uma voz misteriosa. Os episódios estranhos foram apenas o começo do desespero de seus pais, principalmente para Juliette que ficou extremamente abalada após a morte repentina do garoto.

Seis meses depois, a família ainda tenta lidar com o luto, cada um a sua maneira. Juliette se isola e não consegue aceitar a perda do menino, garantindo inclusive que consegue ouvir a voz do filho dentro da casa. Em contrapartida temos um Richard afastado do trabalho, que após conversar com um amigo descobre que a casa que herdou talvez seja amaldiçoada.  A princípio e por ser cético, ele não consegue aceitar essa possibilidade, porém, após refletir sobre sua casa e sua família, alguns pontos começam a se encaixar. Seria uma lenda urbana o motivo da morte de seu pequeno Ewan?

Narrado em terceira pessoa pela perspectiva de Richard, vamos acompanhando a história de forma intercalada entre presente e passado, o que nos ajuda a compreender todos os acontecimentos da trama, bem como alguma pistas relacionadas ao local que deveria ser ideal para a felicidade dessa família, mas que infelizmente só trouxe dor.

Embora tenha essa pegada de terror, o livro funciona melhor como um suspense, dando ao leitor aquela sensação de frio na espinha em alguns momentos. Esse foi meu primeiro contato com a escrita de Andrew Michael Hurley e gostei bastante do que eu vi. Muito mais do que uma história de mistério, a obra fala sobre a dor do luto e sobre culpa, tudo inserido em um enredo de muito terror psicológico.


Nenhum comentário

Postar um comentário


Mais que Livros - 2015. Todos os direitos reservados.
Tecnologia do Blogger.
Miss Mavith - Design with ♥