16 janeiro 2019

Resenha - Sob a capa vermelha - Mariana Vitória


Livro: Sob a capa vermelha 
Autor(a): Mariana Vitória
Editora: Galera
Páginas: 362
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora
Norina sempre temeu os Indomados, mesmo nunca tendo visto um deles. Criada em um casebre por toda sua vida, a garota os imaginava como monstros, tomados por sua besta interior e abandonados pelos Doze Deuses. Até o dia que sua mãe adotiva, Ros, conta a menina que ela é um deles. Desde então, as cinzas das Domas, rituais onde os Indomados são queimados, são um lembrete constante do perigo que ela e sua mãe correm. A garota precisa continuar escondida. Viira, a Rainha imortal e filha dos Doze Deuses, tem outros planos para Norina e a envolve em uma trama para conquistar Gizamyr, reino dos homens-lobo. Com a mãe em uma masmorra, Norina não tem outra escolha a não ser embarcar para o país inimigo, com a capa vermelha da falecida princesa Mirah, esperando que o plano elaborado pela Rainha funcione. A garota então precisa atravessar um mundo que ela achou que nunca veria, onde aqueles como ela são odiados e mortos todos os dias. Entre ser tratada como escória pelos cavaleiros de Viira e interpretar uma princesa em um delicado jogo diplomático, Norina vai descobrir que abraçar a si mesma pode não ser a escolha mais fácil, mas algumas vezes é a única possível.


Quando o povo de Gizamyr se revoltou contra seus governantes, a Mirah já tinha tudo pronto para tentar salvar a ela e sua filha Rhoesemina. Talvez, se ela não tivesse defendido com tanto fervor o direito de uma mulher governar sozinha, eles tivessem misericórdia de uma rainha viúva... O barco estava a sua espera, mas o povo nunca soube ao certo o destino que tiveram.

Muito depois disso, do outro lado do oceano, Norina agradecia a piedade dos Doze em pôr no seu caminho uma mulher tão amorosa quanto Ros. Ela foi criada sem nunca poder ver o mundo além das frestas da cortina, mas não era por maldade que sua mãe de criação a privava da convivência social e sim por amor. Norina tinha o cabelo alvo e pouquíssima cor em sua pele, característica dos Indomados que habitavam Gizamyr e traziam o lobo em seu interior. Eles eram criaturas indignas, que não respeitavam a Rainha das Rainhas e apenas o fogo poderia redimi-los de seus pecados. Por isso, todos os que eram capturados nos arredores de Tergaron, iam parar em uma pira oferecida aos Doze deuses. Se um dia Nor fosse descoberta, esse seria o seu destino e de sua ahma.

Ela só arrisca abandonar seu enclausuramento quando Ros é capturada e a Rainha Viira Viasaara em pessoa lhe convoca. É nas masmorras do castelo ela encontra os corpos embalsamados de Mirah e Rhoesemina, é lá também que ela descobre os planos da Rainha para ela própria. Envolta na emblemática capa da rainha gizamyriana, Norina terá que convencer seus iguais que é uma Ranivel e com isso, ajudar Viira em sua missão de conquistar esse reino gelado.

Em seu livro de estreia, Mariana Vitória - a vencedora do concurso cultural promovido pela Galera Record em 2017 – traz uma mitologia riquíssima. A estrutura me lembrou um pouquinho as histórias da minha diva Sarah J. Maas, me deixando super empolgada, mas a narrativa é bem diferente. Vitória é detalhista e extremamente lenta com o avanço da história. A história é contata sob todos os pontos de vista que a autora julgou interessante, e apesar de ter sido ótimo conhecer melhor outros personagens, eu sentia que o plot principal não avançava. Precisei ler metade do livro para começar a entender de fato o que estava acontecendo.

A história é inspirada na Chapeuzinho Vermelha, mas está longe de ser uma releitura. Consegui identificar alguns elementos que fazem referência a história original como a capa da protagonista, o instinto de lobo dos indomados e a ganancia da rainha de Tergaron. E eu, como fã de contos de fadas, esperava algo a mais. Porém, como sou péssima em analogias, pode ser que eu só não tenha visto uma ligação mais concreta entre as histórias.

Uma vez um monstro, pensou, sempre um monstro.

Norina é uma personagem submissa, que aceita que reduzam ela a nada. E, incrivelmente, não me incomodei com isso. Mérito da autora que soube desenvolver bem a personalidade e cultura desse mundo. Porém, não senti a mesma empatia com a princesa Gilia - filha mais velha de Viira. A Rainha das Rainhas foi uma vilã que amei odiar e Sir Rolthan foi uma incógnita pela maior parte a história, mas acabou ganhando meu coração.

A edição está digna de entrar no haul de livros que se compra pela capa. A arte é linda, ele tem um mapa logo nas primeiras páginas e a diagramação é confortável para leitura. A história é dividida por capítulos, mas não há indicativo do narrador atual, então é bom ficar atento a história.

Os leitores apaixonados por romance podem se decepcionar um pouquinho com a falta do elemento, não os casais não fizeram nenhuma falta à história que estava sendo contada. O amor em Sob a capa vermelha está no amor próprio, no amor fraterno e também no sentido de dever.

2 comentários

  1. Que capa incrível! Como não havia visto ou lido nada a respeito desta obra antes e por ser fã demais do gênero, adorei muito tudo que pude ler acima.
    Ainda mais que não há a parte do romance(tá, a gente gosta muito,mas sei lá, acho que o enredo é oposto a isso, apenas mostrando o lado família e reinos.
    Com certeza, vai para a lista de desejados.
    Beijo

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  2. Vendo a capa, que é linda, eu já imaginei que o livro seria uma releitura de Chapéuzinho Vermelho. Mas só ter algumas referências não basta para quem ama contos de fadas como eu.
    E, me desanimou um pouco saber que a escrita ficou meio arrastada. Mas gostei muita da ideia do enredo.

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