26 maio 2018

Resenha - A heroína da alvorada, Alwyn Hamilton


Livro: A Heroína da Alvorada (A rebelde do deserto #3)
Autor(a): Alwyn Hamilton
Editora: Seguinte
Páginas: 384
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora
Amani vai se deparar com a escolha mais difícil que já teve que fazer: entre si mesma e seu país. Quando a atiradora Amani Al-Hiza escapou da cidadezinha em que morava, jamais imaginava se envolver numa rebelião, muito menos ter de comandá-la. Depois que o cruel sultão de Miraji capturou as principais lideranças da revolta, a garota se vê obrigada a tomar as rédeas da situação e seguir até Eremot, uma cidade que não existe em nenhum mapa, apenas nas lendas — e onde seus amigos estariam aprisionados.
Armada com sua pistola, sua inteligência e seus poderes, ela vai atravessar as areias impiedosas para concluir essa missão de resgate, acompanhada do que restou da rebelião. Enquanto assiste àqueles que ama perderem a vida para soldados inimigos e criaturas do deserto, Amani se pergunta se pode ser a líder de que precisam ou se está conduzindo todos para a morte certa.

ESSA RESENHA NÃO POSSUI SPOILER DO LIVRO ANTERIOR.
LEIA A RESENHA DE A REBELDE DO DESERTO E A TRAIDORA DO TRONO.


Ninguém acorda decidido a entrar numa revolução da qual nunca ouviu falar, muito menos imagina que uma dia precisará está a frente dessa mesma revolução. A Bandida dos Olhos Azuis tinha um destino quando deixou os confins do deserto. Ela foi atrás da sua liberdade, mas ganhou a oportunidade de libertar todo um país e, no meio do caminho, acabou encontrou a si mesma.

Quando se juntou a revolução, uma pistola era tudo que Amani Al’Hiza precisava para se defender. Agora ela sabe que estar no deserto lhe concede uma mar de poder. Seu lado lado demdji lhe permite controlar as areias do deserto e seu poder ajudou a revolução em várias batalhas, mas suas escolhas impulsivas também levaram vários de seus amigos de encontro a morte. Uma revolução não é feita de momentos e sim de decisões bem pensadas e muitas vezes altruístas. Ela não é otimista ao ponto de acreditar que fará as escolhas mais sensatas, mas talvez seja a única capaz de tomar as decisões necessárias para que as vidas perdidas em nome da revolução não tenham sido em vão.

Quem eu pensava que era para dar ordens a um príncipe? Para alguém que estava na rebelião havia mais tempo do que eu? Para Jin, cujas ordens eu nunca obedeceria? Quem era eu para nos liderar por um caminho incerto e agir como se tivesse certeza do que fazia?

Acabou. Não parece que faz dois anos que conheci esse mundo cheio de nomes impronunciáveis, com uma mitologia tão elaborada que precisei fazer anotações e personagens tão surpreendentente encantadores. E agora, eles se foram.

Não lembro a última vez que me envolvi tanto com um casal. Lembro do primeiro beijo entre Jin e Amani, do quanto vibrei com a confirmação de que eles iriam se envolver, e foi a mesma vibração com o último beijo. O leitor acompanha esse romance de forma homeopática, não porque os personagens são cabeça dura demais para admitirem seu sentimentos, mas porque eles não se permitem colocar o que sentem à frente da revolução. Eles recuam em vários momentos, tomam decisões que nos matam em muitos outros. Eles são diferentes, amam de forma racional. É o que mais me encanta no casal.

- Você está errada. Não estou com você pelo que se tornou. Me apaixonei por você quando eu estava sangrando embaixo de um balcão nos confins do deserto e você salvou minha vida. Numa época em que nos dois éramos diferentes de quem somos hoje.

Os capítulos são uma montanha russa de emoções. Página a página, a tristeza de ver um rebelde cair rivaliza com a esperança de que a magia do deserto pudesse salvar suas vidas. O livro narra uma guerra civil, seria impossível chegar a última página sem perder nenhum dos personagens que aprendi a amar, mas ainda sim doeu.

A narrativa de Alwyn Hamilton é viciante e te conduz pela história sem que você sinta as páginas passando. A novidade veio nos pequenos capítulos narrados em terceira pessoa. Foi através deles que tivemos acesso a cenas que Amani não estava presente. Eles também nos contaram de forma rápida e objetiva algumas cenas que, se fossem narradas pela protagonista, precisariam ser mais detalhadas e dramáticas que o necessário. É por conta desse recurso que fechei o livro em paz. A história não acaba com a vitória ou derrota da revolução, Miraji precisaria de tempo para se restabelecer e a autora nos deu isso ao resumir quase meio século em poucas páginas.

Todas as capas são lindas e repletas de significado: o fogo brilhante dos seres imortais, o navio atravessando um mar de areia, o indivíduo que pode está abençoando, parando o navio ou simplesmente movimentando o deserto. E mais uma vez, o título parece óbvio, mas trás uma grande interrogação. Você se lembra do destino dos demdji que ousaram salvar a humanidade?

E o que eu seria se pedisse que outros morressem pela causa, mas não estivesse disposta a fazer o mesmo?

Amani, Jin e companhia tem um lugar especial na minha estante e no meu coração. Uma rica fantasia, com personagens complexos, que me tirou da zona de conforto ao colocar o romance em segundo plano. Quem ainda não teve a oportunidade de ler, não perca mais tempo!

Um comentário

  1. Tenho acompanhado esta trilogia desde o início e não vejo a hora de poder conferir as aventuras e também o crescimento de Amani e sua "turma".
    Pois por tudo que já li até hoje, só é positivo tanto a relação de Amani com os demais personagens, como nas questões de lutar por seu povo.
    As capas dos três livros são maravilhosas e isso de colocar o romance em segundo plano foi uma jogada de mestre!
    Lerei com certeza.
    Beijo

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