23 janeiro 2018

Resenha - Em busca de Abrigo, Jojo Moyes


Livro: Em busca de abrigo
Autor(a): Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Páginas: 320
Adquira: Submarino | Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora
Primeiro romance escrito por Jojo Moyes conta a história de três gerações de mulheres que precisam encarar as verdades do amor e as responsabilidades que existem em toda família. Afastada da mãe desde a juventude, quando fugiu de sua pequena cidade rural na Irlanda, Kate jurou que seria uma mãe presente. Mas a vida é um ciclo que se repete, e Kate agora precisa encarar o abismo que surgiu entre ela e a filha, Sabine. Prestes a viajar para encontrar a avó que nunca conheceu, Sabine não está nada animada. Mas a natureza impetuosa e inquisitiva da jovem forçará a avó a encarar seus segredos há muito enterrados e a fará perceber que talvez tenha chegado a hora de finalmente curar as feridas do passado. Em seu primeiro romance, Jojo já exibia seu talento para contar histórias emocionantes e narrar a vida em família, seus segredos, traições e dores do passado, mas também a redescoberta do amor. Em busca de abrigo é uma trama cheia de surpresas, assim como a vida real.


Joy, Kate e Sabrine, três gerações de mulheres com uma enorme dificuldade de construir a relação mãe e filha.

Pela terceira vez, Sabrine via um relacionamento da mãe ruir. Os seis anos em que teve Geoff como um pai realmente foram ótimos, mas mesmo que tivessem criado um vinculo, ela seria posta de lado quando ele construisse uma nova família. Nenhum mulher gostava de ver o marido com a filha de sua ex. Era a vida e Sabrine iria sobreviver. Infelizmente sua mãe não estava convencida disso.

Quando a coisa toda estourou, Kate logo pensou em afastar sua filha do olho do furação. Manda-la para a Irlanda lhe dará mais tempo para restabelecer sua vida, além demonstrar que existem outra pessoas em sua vida, mesmo que sejam os avós que ela só viu duas vezes na vida. O bônus, será ter mais tempo com Justin, seu novo namorado.

Joy não foi uma jovem como as outras, que sonhavam com seus casamentos e se empolgavam em participar de festas da alta sociedade. Ela não era muito de interações sociais e, se não fosse por sua mãe e sua melhor amiga, optaria por programas mais alternativos. Quem iria imaginar que ela encontraria um rapaz tão alto quanto ela e com gostos parecidos? Esse amor a primeira vista foi tão inesperado quando a oportunidade de noivarem em tão pouco tempo.

Joy e seu marido tinham uma paixão por cavalos e construiram sua família em uma fazenda no interior da Irlanda. A criação rígida dada a filha, as levou a uma relação conturbada e fez com que Kate rompe-se ligações com a família aos dezoito anos, quando fugiu de casa com sua filha nos braços. Mesmo tendo prometido a si mesma construir um relacionamento diferente com sua filha, o abismo que as separa hoje é tão grande quanto o que existe com sua mãe. Sabrine construiu um muro ao seu redor, destruindo qualquer relação afetuosa que pudessem ter construido.

Passar todo o verão em uma casa cheia de regras e sem sinal de celular parece o fim para Sabrine, mas pode um importante passo para compreender melhor a sua própria família.

Sabrine pensou nela e se perguntou, não pela primeira vez, porque Kate não teve um grande amor romântico como o dos pais. Um amor verdadeiro [...] que sobreviveria aos altos e baixos do destino, como um Romeu e Julieta dos anos 1950, acima do trivial e do mundano.

Narrado em terceira pessoa em perceptivas alternadas entre as protagonistas, Jojo Moyes estreou na literatura demonstrando sua habilidade de criar tramas emocionantes. Porém, como ela mesma já disse em diversas entrevistas, sua escrita mudou muito ao longo da carreira.  E ao meu ver, essa mudança se faz presente em seus livros de maneira gradativa.

O livro se inicia com um prólogo datado da década de 50, quase meio século antes do início da história. Fiquei curiosa para saber o desenrolar daquela história, principalmente após os primeiros capítulos onde conhecemos a nova Joy. Porém o leitor só irá conhecer mais sobre o seu passado quase na metade do livro. Ao longo da leitura tive uma guerra interna que me desanimava. Se por um lado eu não conseguia ler mais de meio capítulo sem pegar no sono; por outro existia uma grande curiosidade para conhecer melhor a vida da matriarca. Além de saber como e se essas mulheres conseguiram se conectar.

O cansaço venceu a batalha, mas não desisti dessa história. Há muito para se desvendar sobre essas personagens! Joy é uma verdadeira incógnita, já que somos apresentadas a uma mulher doce e apaixonada para depois encontra-la amargurada e fechada em uma carapaça nada fácil de transpor. Kate é uma egoísta egocêntrica inconsequente! Talvez por não conseguir entender suas atitudes, que seriam mais plausíveis vindas de uma adolescente, não consegui criar empatia por ela. No início até fiquei com pena, pois é nítido o quanto ela ama sua filha, mas falta coerência. Acredito que tudo será fundamentado mais a frente, e por isso preciso muito saber,

Sabrine começa a história como uma adolescente irritante, mas consigo entender seus pensamentos. No auge dos seus quinze anos, poucas coisas são mais importantes que a amiguinha do colégio e o cara que ela é a fim. Boa parte da história se passa através dela, e vamos desvendando mais sobre o passado de sua família junto com ela. Gostei dessa perspectiva.

Em busca de abrigo é uma história com a marca registrada da autora, porém contada de forma mais lenta. Ele será posto na minha cabeceira, para uma leitura de forma homeopática. A Edição da Intrínseca está lindíssima, seguindo o padrão de capas que já conhecemos e amamos dedicado a Jojo Moyes.


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7 comentários

  1. Mesmo gostando muito das letras da autora, ando meio com os pés atrás com os livros dela. Pelo motivo que você citou acima,esse arrastar no enredo anda me incomodando muito.
    Mesmo se tratando do primeiro livro da autora, a leitura não fluiu para mim. Terminei por terminar, simplesmente, sem de fato, absorver os personagens.
    Espero em um futuro próximo, dar outra chance à autora!
    Beijo

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  2. Ainda não li nem um livro da autora Jojo Moyes, mas tenho diversos livros dela em minha lista de leituras, pois sempre leio muitos comentários positivos referentes aos livros dela. Uma pena a história deste livro ser um pouco cansativa, mas que bom que a curiosidade para saber o desenrolar da história motivou você a continuar lendo este livro. Pretendo ler Em busca de Abrigo futuramente.

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  3. Dreeh!
    Sempre me interesso por enredos que falam de conflitos familiares, e aqui, já me identifiquei de cara, porque na adolescência até o início da minha fase adulta, batia muito de rente com minha mãe…tínhamos pensamentos e comportamentos totalmente diversos em tudo, menos na cozinha…kkkk
    Talvez por isso, tenha me emocionado ao ler sua resenha e gostaria de ler mais esse livro da Jojo.
    O único porém é a narrativa lenta...
    Desejo um ótimo domingo!
    “Que o novo ano que se inicia seja repleto de felicidades e conquistas. Feliz ano novo!” (Desconhecido)
    cheirinhos
    Rudy
    1º TOP COMENTARISTA do ano 3 livros + Kit de papelaria, 3 ganhadores, participem!

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  4. Os livros de Jojo Moyes são extremamente fortes e com personagens completamente diferentes, ela consegue ser extremista quando se trata desde conhecimento&cultura de um determinado personagem ,assim como simplesmente descreve um outro completamente alheio,grosseiro,rude,esnobe e leigo.Já li diversos livros da autora:Antes de você/Depois de você/A última carta de Amor...Mas,destaco como os melhores:O som do Amor/A casa das Marés/Baía da esperança/ Em Busca de Abrigo(Foi muito especial,destaca muito as convenções, e três gerações tentando se encontrar,descortina o mundo da convenção de que não há nada totalmente perfeito,mas,que existe escolhas a serem feitas.Muito bom!

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  5. Concordo com você as capas são lindas nessa edição da intrínseca E pelo que eu vi em outras resenhas todo mundo achou esse livro muito lento para se desenvolver mas mesmo assim acho que eu estou tentada a ler esse livro da Jojo simplesmente porque ela é maravilhosa mas espero não quebrar a cara no meio desse processo

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  6. Oi Dreeh!
    Sou apaixonada pelos livros da Jojo, não tive oportunidade de ler muitos, mas os poucos que peguei me surpreenderam.
    O mais gostoso é a narrativa intercalada, tão bom ler livros assim, conhecemos todos os personagens, e mesmo a história sendo contada de forma gradativa envolve o leitor pela curiosidade. Parece ser emocionante a histórias dessas mães e filhas.
    Beijos

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  7. Oi, Dreeh.

    Bom, vou ser bem sincera... Esses conflitos familiares nos livros costumam ser bem chatos, mas não deixam de ser importantes, pois isso é a base para a descoberta de como construir e trabalhar em um novo relacionamento familiar, e como se reaproximar. E temos como exemplo a Sabine, sua avó e a Kate.

    Acho que esse encontro com a Joy, poderá muita coisa, principalmente na vida da Sabine.

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