24 novembro 2017

Resenha - Crash, Nicole Williams


Livro: Crash (Crash #1)
Autor(a): Nicole Williams
Editora: Essência
Páginas: 256
Adquira: Amazon
Livro cedido através da parceria com a editora
Para a adolescente Lucy, nada é mais importante que o balé. A dança a transporta para um mundo onde a dor, as lembranças ruins e a violência não existem. Um mundo só dela. Um dia, porém, aquela garota certinha é obrigada a mudar de escola. E é nesse novo ambiente, repleto de descobertas e Inseguranças, que conhece um garoto que só usa cinza e vive com uma toca de lã na cabeça. Jude, o maior bad boy da escola, é lindo e seria o sonho de toda garota, e talvez até o genro que todo pai pediu a Deus... se não tivesse sido preso várias vezes e não morasse num abrigo para garotos desajustados. Lucy não liga para a opinião dos outros: o mais importante é o que Jude sente por ela. E o rapaz parece disposto a abrir seu coração, ainda que um segredo que assombra o passado e o presente dos dois esteja prestes a estraçalhar essa paixão.


Uma mocinha certinha, um bad boy que não se acha merecedor de nada e um passado disposto a assombrar um romance prestes a nascer, esse é parte do enredo de Crash, primeiro volume da trilogia escrita por Nicole Williams lançado no Brasil pela Editora Essência. Parece clichê, eu sei e até confirmo que é sim, mas não se engane, a história desse casal tem muito mais a oferecer do que se imagina.

O livro é narrado pelo ponto de vista de Lucy Larson, uma adolescente que acabou de se mudar com a família para uma nova cidade e precisa se adaptar a uma nova escola e um novo estilo de vida. Aplicada nos estudos e apaixonada por balé, Lucy vê na dança uma válvula de escape para enfrentar as dificuldades de um lar arruinado pelo assassinato de seu irmão e o casamento morno dos pais.

Tentando aproveitar um dia comum na praia, Lucy vê Jude pela primeira vez e fica encantada com o rapaz, e para ser notada ela faz de tudo para chamar sua atenção, inclusive um topless. Mas uma breve apresentação entre eles já deixa claro o quanto Jude é o típico bad boy/ garoto problema. Ele até chega a alerta-la de que se for esperta, manterá distância, no entanto por mais que tente, Lucy se vê fisgada pelo furacão que é Jude Ryder.

Todos os anos desde a puberdade, desde a metade de junho até o começo de setembro, eu tinha certeza de que ia encontrar o Príncipe Encantado do mundo moderno. Podiam me chamar de antiquada, de romântica incurável e até de idiota, mas, qualquer que fosse o nome, sabia qual era o significado: eu era, realmente, uma boba.

Jude é o tipo de cara que pai algum gostaria de ver como genro. Abandonado pela mãe e com um pai trancafiado na cadeia, o garoto mora em um abrigo e vive se metendo em confusões, sendo fichado pela polícia e acreditando ser merecedor de tudo de ruim que lhe acontece.

Mas mesmo o rótulo ruim e a fama na escola e cidade são incapazes de impedir o interesse de Lucy, que logo se apaixona pelo garoto e seu jeito possessivo de protege-la. A partir daí, acompanhamos o romance entre o casal se desenvolver, conhecemos mais sobre o relacionamento de Lucy com sua família e somos apresentados a problemática vida de Jude. A cada separação e dificuldades vividas entre o casal, Jude alerta a Lucy que ela merece alguém melhor e que ele é como um câncer que destrói quem está ao seu lado aos poucos. No entanto nenhum dos dois consegue se distanciar, Lucy por já amar seu garoto-problema e Jude por sentir-se amado pela primeira vez na vida.

E lá estava eu, sentada ao lado de um homem que era a definição de “desastre” e que, se eu deixasse entrar na minha vida, me transformaria em um desastre emocional. Ele se aproximou de mim, passou um braço ao redor do meu pescoço e me puxou. Eu devia ter resistido, pelo menos tentado, considerando que ainda não sabia nada sobre o passado, o presente e o futuro de Jude. Mas não resisti, é claro.

Embora comece de forma clichê, Crash possui uma narrativa cativante, personagens bem construídos e um enredo bom, mas que merecia um pouco mais de profundidade. Lucy e Jude carregam cicatrizes de um passado doloroso e pagam pelo preço de algo que não fizeram, mas que está ali para derruba-los dia após dia. Não será fácil para ambos lidar com a verdade que os assombra e isso foi algo que me afeiçoou ainda mais a essas personagens.

Outro ponto importante da leitura foi o impacto que a morte de um filho pode causar em uma família, foi triste perceber a dor que habitava constantemente o lar de Luce e o quanto seus pais estavam longe de se recuperar dessa fatalidade.

— Quando um filho morre, um pai perde parte de si mesmo — disse. — O mundo todo deixa de existir, e a gente vira uma casca vazia da pessoa que foi um dia. Sua mãe lidou com isso do jeito dela, eu, do meu jeito, e você, do seu. — Ele tirou a mão do túmulo de John e ficou em pé. — Sua mãe odeia o mundo, eu o evito, e você tenta salvá-lo.

Concluindo, Crash me emocionou com seus personagens imperfeitos e seus dilemas. Sofri, chorei e me surpreendi com uma história doce, leve e ao mesmo tempo trágica.

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Valendo um exemplar de Dear Heart, eu odeio você!.

4 comentários

  1. Puxa, não conhecia o livro,mas já quero conhecer!Eu não abro mão de ler um bom clichê, ainda mais quando envolve uma personagem jovem e determinada e um garoto problema que pode sim, ser fisgado pelo amor.
    As dores, os problemas e dificuldades que nenhum de nós está livre,mas que de certa maneira, são ponto forte para nos tornar mais fortes.
    Quero muito poder conferir a história!
    Beijo

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  2. Eu li esse livro em inglês a uns dois anos, e gostei muito dele. Mas hoje eu não lembrava tão bem assim do livro, só lembro que tinha gostado bastante, e fui lembrando de outras coisas enquanto fui lendo sua resenha hahaha
    Eu também achei o livro um pouco clichê, as tenho vontade de ler esse livro novamente :)

    Beijos!

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  3. Ola!
    Eu li varias resenhas sobre esse livro. A trama é muito envolvente, a protagonista tem uma personalidade forte, eu estou bem curiosa para ler.

    Meu blog:
    Tempos Literários

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  4. Gláucia!
    Achei até interessante todo enredo, mas um romance adolescente americano com o astro do futebol e com a bailarina, já aí tem uma divergência, né? Ela toda delicada e ele todo brutamontes (a priori). Mas, ainda sim, deve ser um daqueles livros gostosinhos de ler e se divertir.
    E saber que o livro aborda um tema tão doloroso quanto a perda de um filho, me deixou curiosa para ver como o assunto foi abordado.
    Que dezembro seja repleto de realizações e o final de semana cheio de luz e paz!
    “Dentre os mais dignos predicados de um homem está o de saber dizer a verdade.” (Renato Kehl)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA dezembro 3 livros + 2 Kits papelaria, 4 ganhadores, participem!

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