28 setembro 2016

Resenha - Achados e Perdidos, Brooke Davis


Livro: Achados e Perdidos
Autor(a): Brooke Davis
Editora: Record
Páginas: 252
Adquira: Saraiva Travessa | Livraria Cultura
Livro cedido através da parceria com a editora
Millie Bird é uma garotinha de apenas 7 anos que já sabe muita coisa. Ela já descobriu que todos nós um dia vamos morrer. Em seu Livro das Coisas Mortas, ela registra tudo o que não existe mais. No número 28 ela escreveu “Meu Pai". Millie descobriu também, da pior forma possível, que um dia as pessoas simplesmente vão embora, pois a mãe dela, abalada com a morte do marido, a abandona numa grande loja de departamentos. Ela só não está triste porque conheceu Karl, o Digitador, um senhor de 87 anos que costumava digitar com os próprios dedos frases românticas na pele macia de sua mulher. Mas, agora que ela se foi, ele digita as palavras no ar enquanto fala. Ele foi colocado pelo filho em uma casa de repouso, porém, em um momento de clareza e êxtase, ele escapa, tornando-se então um fugitivo. Agatha Pantha é uma senhora de 82 anos que mora na casa em frente à de Millie e que não sai mais, nem conversa com ninguém, há sete anos. Desde que o marido morreu, ela passou a viver num mundinho só dela. Agatha preenche o silêncio gritando, pela janela, com as pessoas que passam na rua, assistindo à estática na televisão e anotando em seu diário tudo o que faz. Mas, quando descobre que a mãe de Millie desapareceu, ela decide que vai ajudar a menina a encontrá-la. Então, a adorável garotinha, o velhinho aventureiro e a senhorinha rabugenta partem em uma busca repleta de confusões e ensinamentos, que vai revelar muito mais do que eles imaginam encontrar.

Narrado em terceira pessoa, o livro conta a história de Millie Bird, uma garotinha de 7 anos que perdeu o pai recentemente e tem certa obsessão pelo assunto morte. Diferente de outras crianças de sua idade, Millie tem curiosidade por tudo que envolva morrer e por isso carrega consigo um livro de coisas mortas, onde seu pai também ocupa uma das posições de coisas mortas que a garota já presenciou.

Depois da morte do pai, as coisas na casa de Millie não parecem mais a mesma, sua mãe vive a vagar, como se junto ao marido seu prazer de viver tenha sido levado. Mas o pior ainda esta por vir, quando um dia qualquer Millie vai com a mãe a uma loja de departamentos para um passeio. Pedindo a filha lhe aguarde em um canto da loja, a mulher deixa sua menininha e nunca mais volta, e Millie fica por lá, na certeza de que uma hora sua mãe irá busca-la.

Nessa espera pela mãe, a menina conhece Karl, o digitador, um senhor de 87 anos que também passa um grande tempo na loja de departamentos e tem muita história para contar. Millie fica escondida na loja pelo maior tempo possível, porém quando a encontram e dizem que lhe darão outra família, a menina foge e retorna para casa, quem sabe sua mamãe não esteja lá não é mesmo?

Mas ao chegar em casa, Millie encontra apenas um vazio, como uma criança conseguirá se virar sem um adulto presente? Nesse meio tempo ela começa uma relação com a vizinha Agatha Pantha, uma senhora de 82 anos que vive sozinha e escondida do mundo. Agatha a muito tempo vem fugindo do convívio com as pessoas e talvez Millie seja o empurrãozinho que ela necessita para começar a viver e não apenas existir, como vem acontecendo a muito tempo.

Com a ajuda de Karl e Agatha, Millie partirá em uma aventura em busca de encontrar sua mãe. Juntos, eles dividirão algumas experiências inusitadas e compartilharão da dor que é perder alguém e se ver perdido no mundo. Esse livro me encantou inicialmente pela capa e pela sinopse, e acredito que aqui tínhamos uma história bem interessante a ser contada. Porém a leitura não fluiu como eu esperava, não consegui conexão com os personagens e mesmo com a história triste de cada um, não consegui sentir a dor deles. Sem contar que algumas situações me pareceram um tanto exageradas e que Millie tenha me parecido uma criança com sérios problemas psicológicos e não apenas uma criança que sofreu uma perda. Acho que havia mais da história dessa menina para ser contado. E acredito que isso deixaria a história ainda mais completa. Foi uma pena, pois esse é um tipo de leitura que muito me agrada e infelizmente acho que minhas expectativas estavam tão altas que acabei me frustrando.

Porém o livro passa bonitas lições nas entrelinhas, mostra que nunca é tarde para recomeçar e que o amor pode surgir em todo e qualquer momento da vida. Em relação ao final, achei interessante como ficamos sabendo do que acontecerá no futuro, porém a autora ainda deixa pontas extremamente importantes soltas, o que obviamente pode acabar desagradando o leitor. No entanto, foi uma leitura válida, bem diferente do que estou acostumada, mas que acrescentou mais uma experiência em minha trajetória de leitora.

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Valendo um exemplar de Onde está Elizabeth?

7 comentários

  1. Oi!
    Já vi várias resenhas deste livro, e infelizmente todas as que eu li falam sobre esses pequenos detalhes que não ficaram legal no livro. Estava com uma expectativa bem alta em relação a ele, e depois de ler as resenhas abaixei um pouco para não me decepcionar. Ótima resenha.

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  2. É a segunda resenha que leio deste livro e confesso que são bem diferentes..rs Mas o ponto principal é que a mistura de pessoas. Cada um com seus sofrimentos, angústias e histórias. Desde o personagem mais idoso até a menina, tão jovem e com tanto para carregar.
    Já está na lista de desejados!!
    Beijo

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  3. Olá.
    Acho a capa bem fofa e a premissa interessante. Mas esses pontos negativos tiram um pouco da motivação para ler. Sua resenha está ótima, muito bem elaborada e sincera. Obrigada. Beijos.

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  4. Eu estou com muita vontade de ler esse livro. Acho que só estava faltando sua resenha para me dá o empurrão. Já tinha me encantado pela sinopse, mas sua resenha me deu uma maior profundida, pois esperava um livro bem juvenil.
    Acho que vou chorar lendo com certeza. rsrsrs, tratar o abandono é sempre uma forma de nos sentirmos mais acolhidos

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  5. Oi Glaucia,
    Esse livro tem opiniões bem divididas, e confesso que ainda não decidi se vou ler. Estava com tantas expectativas com o livro, pois a sinopse fez com que eu acreditasse que teria uma bela história repleta de ensinamentos e lições. Mas que pena que o livro não é tudo o que promete, a autora pelo jeito tentou construir um enredo profundo e tocante, mas forçou demais e não saiu de um jeito aceitável. Sei lá, por enquanto não pretendo ler.
    Beijos

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  6. NÃO GOSTO MUITO DE HISTÓRIAS QUE ENVOLVEM CRIANÇAS QUE A VIDA MACHUCOU DE ALGUMA FORMA.EU APENAS GOSTO DAQUELAS HISTÓRIAS QUE ENVOLVEM CRIANÇAS ALEGRES E MUITOFALANTES, POIS ASSIM ACHO QUE SERÁ CONSERVADA A PUREZA DA INFANCIA.

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  7. Oi Glaucia, fiquei tão instigada com o enredo a história. Pareceu meio hilário e trágico ao mesmo tempo. Mas quando não há carisma com o personagem, aí não dá né. Se você "anda e caga" pro personagem, pra mim o autor não soube escrever a história. Então eu desanimei de saber que você não sentiu conexão com eles e provavelmente não vou ler por isso. Mas a capa e o enredo pareceu ser bem legalllll!!!

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