19 julho 2016

Resenha - Sedução da Seda, Loretta Chase


Livro: Sedução da Seda (As Modistas #1)
Autor(a): Loretta Chase
Editora: Arqueiro
Páginas: 304
Adquira: Saraiva | Submarino | Travessa | Americanas | Livraria Cultura
Livro cedido através da parceria com a editora
Talentosa e ambiciosa, a modista Marcelline Noirot é a mais velha das três irmãs proprietárias de um refinado ateliê londrino. E só mesmo seu requinte impecável pode salvar a dama mais malvestida da cidade: lady Clara Fairfax, futura noiva do duque de Clevedon. Tornar-se a modista de lady Clara significa prestígio instantâneo. Mas, para alcançar esse objetivo, Marcelline primeiro deve convencer o próprio Clevedon, um homem cuja fama de imoralidade é quase tão grande quanto sua fortuna. O duque se considera um especialista na arte da sedução, mas madame Noirot também tem suas cartas na manga e não hesitará em usá-las. Contudo, o que se inicia como um flerte por interesse pode se tornar uma paixão ardente. E Londres talvez seja pequena demais para conter essas chamas. Primeiro livro da série As Modistas, Sedução da seda é como um vestido minuciosamente desenhado por Loretta Chase: de cores suaves e românticas em alguns trechos, mas adornado com os detalhes perfeitos para seduzir.


Descendentes da nobreza, Marcelline, Sophia e Leonie Noirot tiveram uma excelente educação e junto com os bons costumes aprenderam também a arte de ludibriar. Seus ancestrais eram grandes golpistas, não se envergonhavam de usar seu charme e beleza para atrair pretendentes com a conta bancária recheada. As irmãs escolheram um caminho diferentes, decidindo ganhar seu dinheiro de maneira honesta, e graças ao sobrenome comum, não precisavam carregar a má fama dos Noirot. Qualquer associação seria fatal para o negócio.

Marcelline Noirot é a mais velha de três irmãs e a alma do ateliê que criaram juntas. Ela sabe que é a melhor modista do mundo, porém as mulheres londrinas parecem não perceber o seu diferencial! Seu maior problema é que ninguém muda de ateliê de um dia para o outro. Essa é uma relação de confiança criada ao longo dos anos e normalmente passada de mãe para filha. Tudo o que Marcelline precisa é uma chance, se a dama certa for convencida a aparecer publicamente com um de seus modelos exclusivos, todas as outras virão atrás.

Quando é anunciado que, em um futuro próximo, o duque de Clevedon retornará a Londres para, enfim, pedir lady Clara Fairfax em casamento, todas sabem que o momento chegou. Lady Clara é belíssima, mas se veste tão mal que chega a ser um pecado. Marcelline cria um plano arriscado: conquistar a atenção de Clevedon - que sempre demostrou ter um gosto refinado para trajes - para que o próprio levasse sua futura duquesa até elas.

 - O senhor, entre todos os homens, sabe que a sedução é uma  arte e que alguns de seus praticantes são mais talentosos que outros. Optei por aplicar meus talentos na costura de belos vestidos para as damas.

Porém, ninguém contava menos os leitores, nós já sabíamos que ia dar treta, né? que o entrosamento deles fosse ser tão grande e o que era para ser apenas negócio se transformou em uma atração incontrolável.

Após uma experiência maravilhosa com O príncipe dos canalhas, qualquer novo livro da autora será lido com as expectativas nas alturas. Quando essa história foi anunciada eu não senti muita confiança nele. Talvez pela pouca experiência que eu tinha com as modistas em geral - elas aparecem bem pouco nos livros - ou sei lá, as vezes cismo com coisas aleatórias. Mas a autora me surpreendeu e cativou mais uma vez ao trazer uma história totalmente diferente daquelas que estamos acostumados.

Marcelline é determinada, não mede esforços para conquistar o que deseja e passa longe daquelas mocinhas que precisam ser salvas. Essas características não são incomuns no gênero, mas é na sinceridade com que ela lida com seus objetivos que está a surpresa. Ela não esconde de Clevedon que tudo que deseja ao abordá-lo é se tornar modista de sua futura esposa e se envolver amorosamente com ele, mesmo que isso pudesse facilitar a conquista do objetivo, nunca esteve em seus planos. Ela não é santa, o duque é um homem atraente e um relacionamento tem seus benefícios, mas ela não faria nada que colocasse em risco seu trabalho e por consequência prejudicasse sua família.

Não há nada neste mundo que seja realmente importante em sua vida, importante o suficiente para que deseje conquistá-lo. apesar dos obstáculos? Mas... que pergunta tola. Se o senhor tivesse um propósito na vida, estaria se entregando a ele. em vez de desperdiçar seus dias em Paris.

O que Marcelline tinha de ambição, Cleveton tinha de devassidão. Quando seus pais morreram ele foi morar com a família Fairfax e apesar de não existir um compromisso formal, todos esperavam que Clara e Cleveton se casassem quando chegasse a hora. Usufruindo da prerrogativa que a sociedade concedia aos homens, ele decidiu passar os últimos três anos curtindo a vida em Paris. Apesar de ser discreto, nunca escondeu os inúmeros casos amorosos que tinha e por isso que a forma aberta com a qual correu atrás de Marcelline chamou a atenção. Clara não era ingênua, sabia o que se passava e gostava dele justamente por não tratá-la como se fosse uma criança, mas até para ela as coisas estavam estranhas. Cleveton deixou de lhe escrever semanalmente, pessoalmente ele estava distraído e distante... definitivamente, ele não era mais o mesmo.

E aqui quero deixar uma situação bem clara: não existe triangulo amoroso. Cleveton e Clara nunca tiveram nada além de uma situação subentendida. Conforme a leitura avança, fica fácil perceber a verdadeira natura do relacionamento deles e foi por isso que não me incomodou nada o interesse dele pela Marcelline. Ao contrario, fico muito mais contrariada com essa 'autorização' pública de que ele poderia viajar o mundo fazendo o que bem entendesse e que ao decidir se casar toda a sua má reputação seria esquecida.

A história vai além do romance e a dinâmica entre as irmãs dentro do ateliê é bem interessante. Claro que já sabemos o que esperar do próximo livro - e aqui confesso a vocês que nunca fiquei tão feliz com um epílogo - e ele promete ser tão interessante quando este. Falando sobre o trabalho da editora, o livro está impecável. Só de pensar que eu não dava nada por essa capa... ela é maravilhosa, com cores fortes e vibrantes. Internamente ele é simples e confortável a leitura. Os capítulos não são continuados - acho que a editora desistiu desse modelo - e no início de cada um há um mini recortes de revistas da época, explicando algo que tenha relação com o que será abordado. É um detalhe, mas a autora não poderia ter acertado mais. Ficou ótimo.
Essa capa é maravilhosa,

Ele era um predador. Ela também era.

Marcelline e Cleveton são felinos que duelam entre si e contra seus próprios instintos, transformando essa leitura algo único. E não se esqueçam das modistas, essa família vai conquistar você.

- - - - -
Postagem válida para o TOP COMENTARISTA, Participe!
Valendo um exemplar de Oníria.

7 comentários

  1. adorei esse toque burguês que Londres ganhou, foi tão bom desvendá-la, conhecer mais da rotina da elite, me ambientar nas roupas com riqueza de detalhes
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Oi Dreeh, muitas pessoas que eu acompanho nos blogs já leram esse livro. Eu não conheço o trabalho dessa autora mas só ouço elogios. Sem contar que amo esse tipo de história.
    Beijos
    Quanto Mais Livros Melhor

    ResponderExcluir
  3. É a segunda resenha que leio sobre este livro e mesmo não conhecendo o trabalho da autora, fica nítido que a história seja boa.
    Não curto isso de moda, apesar de saber que o foco do livro seja o flerte..os olhares entre os personagens.
    Essa paquera meio que escondida..rs um tempo bem diferente!
    Beijos

    ResponderExcluir
  4. Já li críticas sobre o livro e gostei muito da trama, principalmente da personagem Marcelline, que tem uma personalidade forte e um gosto pra moda ♥ Esse livro me conquistou já pela capa =D

    ResponderExcluir
  5. Olá.
    As capas dessa série são muito lindas. Não conheço o trabalho dessa autora, mas sempre leio muito bons comentários a respeito das obras. E lendo sua ótima resenha, percebe-se que é uma leitura muito divertida e prazerosa. Se tiver oportunidade, gostaria de ler, pois curto romances de época. Beijos.

    ResponderExcluir
  6. Ola Dreeh,
    Desde que vi o lançamento já fiquei doida pra ler esse livro, a editora arrasou com todas essas capas lindas e maravilhosas ♥ quero reservar um lugarzinho na minha estante para coloca-los em destaque kkkk
    Amo romance de época, é meu gênero literário favorito, porém, ainda não tive a oportunidade de ler Loretta Chase, mas uma das minhas próximas leituras será O Príncipe dos Canalhas. Como prefiro iniciar a leitura de uma séria após todos os volumes serem lançados, vou esperar pelos próximos livros de As Modistas, assim leio todos em sequência.
    Beijos

    ResponderExcluir
  7. Já vi em muitos lugares sobre este livro. A história é cativante. Espero um dia poder comprar a coleção inteira.

    ResponderExcluir


Mais que Livros - 2015. Todos os direitos reservados.
Tecnologia do Blogger.
Miss Mavith - Design with ♥